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CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e
Estudo do Espiritismo
Estudos da obra de André Luiz
Livro: Ação e Reação
Capítulo: 20
Assunto: Comovente surpresa
Durante três anos estivemos quase que
diariamente na "Mansão Paz", estudando lições preciosas e aprendendo
a servir.
Ali, ao pé de Druso, na comunhão fraternal
de Silas e junto de outros amigos prestimosos, recolhemos experiências e
apontamentos sublimes.
Em verdade, o sofrimento, naquele pouso
castigado de extrema luta, era a nota constante em todas as direções.
Muitas vezes, a casa tremia nos alicerces
sob convulsões magnéticas indescritíveis, noutras ocasiões, sob o ataque de
legiões ferozes, assemelhava-se a fortaleza, em regime de sítio
inquietante, que só a Misericórdia Divina poderia salvar.
Todavia, em quaisquer emergências, Druso
convocava-nos a todos à oração e nossas preces nunca ficaram sem resposta.
Suprimentos e recursos, diretrizes e bálsamos, fluíam invariavelmente dos
Planos Superiores, amparando-nos a necessidade ou subtraindo-nos a
indecisão.
O orientador da casa constituía para nós o
mais elevado padrão de intangibilidade moral, não obstante a humildade com que
pautava todas as atitudes.
Nunca lhe surpreendemos o mínimo gesto em
desacordo com o nobre e extenso mandato de que dispunha. Sabia ser firme sem
rispidez, justo sem parcialidade, bondoso sem fraqueza. Valorizava não apenas o
conselho dos grandes Espíritos que nos visitavam o Cenáculo, mas também os
votos humildes dos míseros sofredores que nos batiam à porta. Mantinha amorosa
reverência diante dos supervisores da Mansão, a cujos avisos atendia, presto,
tanto quanto mostrava o melhor carinho no desvelo incessante em favor dos
infelizes que nos rogavam concurso e entendimento. Desdobrava-se. Não se
circunscrevia ao venerável mister do administrador central, a quem devíamos
homenagem constante. Era o conselheiro devotado de todos os assessores, o
médico dos internados, o mentor das expedições e o enfermeiro tolerante e
simples, sempre que as circunstâncias o exigissem.
Contudo, onde lhe notávamos a mais
impressionante assiduidade era justamente à cabeceira dos desditosos irmãos,
recolhidos nos tenebrosos desfiladeiros em que se situava a instituição.
Noite a noite, sempre que desejássemos,
podíamos acompanhar-lhe os serviços magnéticos, junto de Silas,
identificando criaturas infortunadas que, a se desvairarem nas sombras,
haviam perdido a noção de si mesmas, dementadas pela viciação ou transtornadas
pelo próprio desespero.
Era sempre doloroso encarar os companheiros
disformes e irreconhecíveis que a flagelação mental ensandecera.
Por mais de uma vez, Hilário e eu
desfizéramo-nos em pranto, à frente daquelas torvas fisionomias que o extremo
desequilíbrio imobilizava em terrível prostração ou amotinava em crises de
loucura.
Druso, porém, inclinava-se sobre todos os
infelizes, sempre com a mesma ternura. Depois da oração costumeira,
articulava operações magnéticas assistenciais e, logo após, com a devida
segurança, interrogava os recém-recolhidos, enquanto fixávamos anotações
diversas, atinentes à colaboração que nos cabia desenvolver.
Duas, três, quatro horas despendia ele,
pessoalmente, cada noite, no trabalho socorrista que considerava sagrado, sem
que nenhum dos companheiros encontrasse a menor oportunidade de substituí-lo. À
exceção dele, todos nos revezávamos na cooperação solicitada ou espontânea,
no serviço de amparo e consulta aos irmãos que o mergulho indiscriminado nas
sombras havia enlouquecido.
Foi assim que, certa noite para nós
inesquecível, pobre mulher cadaverizada foi trazida pelos enfermeiros à sala de
nossas atividades habituais para o socorro necessário.
O corpo seviciado, que imundos trapos mal
cobriam, as mãos cujos dedos terminavam em forma de garras e o semblante
completamente alterado por terrível hipertrofia falavam sem palavras dos longos
tormentos de que fora vítima.
Embora preliminarmente atendida pela
enfermagem da Mansão, a infortunada criatura exalava nauseante bafio.
Druso, no entanto, qual acontecia noutros
casos, afagava-lhe a fronte com paternal carinho.
Finda a prece com que assinalava o início
da tarefa assistencial, começou a aplicação de passes, acordando-lhe as
energias. Em seguida, notando que fundos gemidos se lhe exteriorizavam do
peito, o abnegado amigo concentrou os seus potenciais de força magnética no
cérebro da infeliz, que começou a mover-se, subitamente reanimada.
Via-se claramente que Druso interferia no
córtex encefálico, incentivando-a ao necessário despertamento.
Foi então que a boca hirta, arrastada
hipnoticamente à movimentação, descerrou-se, de leve, e gritou:
- Druso!... Druso!... compadece-te de
mim!... Surpreendidos, vimos o chefe da Mansão cambalear, quase desfalecente,
qual se fora atingido por invisíveis raios de angústia e morte. Mas a
estupefação não o atingira tão-somente. Silas, fazendo-se lívido, avançou para
ele, enlaçando-lhe o busto, como se lhe temesse a queda inevitável.
Algo de estranho ocorria, cujo sentido, de
pronto, não conseguíamos perceber.
Buscando dominar-se, o venerável diretor
ergueu os olhos lúcidos para o Alto, em pranto mudo, invocando a inspiração
divina, na linguagem da prece silenciosa em que a alma se comunica
particularmente com Deus, e, após momentos rápidos, perguntou à infeliz:
- Irmã, que tens a dizer-nos?
A interpelada abriu os olhos que se reviravam
nas órbitas, sem qualquer expressão de lucidez e, parecendo temer a presença de
inimigos ocultos, clamou triste:
- Tragam meu esposo!... Druso me
perdoará... Estou cansada, vencida. . . Por amor de Deus, libertem-me!...
Libertem-me!... Quero ar!... ar puro!... Não terei pago suficientemente o meu
crime?... Não creio que Deus nos criasse para o inferno sem-fim. Se errei,
conscientemente, adquirindo grande culpa, não desconheço... que as minhas
penas reparadoras... têm sido igualmente enormes!... Conduzam-me à presença de
meu esposo... para que me ajoelhe... Druso retirar-me-á do local dos
réprobos... Compreenderá que não sou assim tão cruel, como querem que eu
seja... Meu marido era sumamente bondoso, tratava-me como um pai!... Há
quantos anos padeço, ó Senhor!? Tu que curaste os leprosos e os endemoninhados,
estende-me os braços de amor! Retira-me do inferno a que fui arrastada!...
Ajuda-me, ó Cristo!...
Deixa que eu recolha do esposo que humilhei
o perdão de que necessito, para que a minha consciência possa orar com
fervor!... O remorso é fogo que me consome!... Piedade!... Piedade!...
Piedade!... Ante o intervalo que se fizera espontâneo, vimos que o grande
condutor jazia entregue a lágrimas copiosas.
Pela primeira vez aos nossos olhos, Silas
interferiu no socorro magnético.
Embora o espanto que se lhe estampava na
face, com a tácita aprovação do chefe que lhe cedia o lugar em silêncio,
interrogou, preocupado e indeciso:
- Como te chamas?
- Aída. . . - foi a resposta que nos
despertou mais acurada atenção.
O Assistente, contudo, no evidente
propósito de obter mais informes, tão seguros quanto possíveis, continuou
indagando em voz trêmula:
- Aída, se és a esposa de Druso, como nos
fazes crer, não te recordas de mais alguém? De mais alguém que te partilhasse
no mundo a vida no lar?
- Oh! sim... - retrucou a interlocutora com
indizível carinho - lembro-me... lembro-me... Meu esposo trazia um filho das
primeiras núpcias, um jovem médico de nome Silas...
E, dando-nos a conhecer a extrema fixação
mental a que se ajustava, exclamou sussurrante:
- Onde está Silas que também não me ouve? A
princípio... contrariava-se com a minha presença... Entretanto... com o
tempo... tornou-se-me um filho do coração, condescendente amigo... Silas!...
sim... sim... quem me fez recordar o
passado?!...
Agigantava-se-nos a constrangedora
surpresa.
Ambos os socorristas caíram de joelhos em
pranto insofreável.
Num átimo, entendemos tudo, rememorando a
noite inolvidável em que Silas algo nos falara de sua história comovente.
A pobre dementada era Aída, a madrasta
sofredora.
Somente agora percebíamos que o Instrutor e
o Assistente haviam sido, entre os homens, pai e filho...
Daí, a discreta intimidade com que se
associavam, automaticamente, em todos os serviços.
Decerto - pensei -, haviam abraçado
aflitiva missão naquele perseguido instituto de caridade, não apenas atendendo
aos desencarnados infelizes, mas também com elevados objetivos do coração.
Entretanto, não consegui divagar muito
tempo, de vez que Druso, num gesto enternecedor, recolheu a infortunada
criatura nos braços generosos e, genuflexo, após conchegá-la de encontro
ao peito, exclamou para o Alto, com voz sumida em lágrimas:
- Obrigado, Senhor!... Os penitentes como
eu encontram igualmente o seu dia de graças!... Agora que me devolves ao
coração criminoso a companheira que envenenei no mundo, dá-me forças para que
eu possa erguê-la do abismo de sofrimento a que se precipitou por minha
culpa!...
Notava-se-lhe o esforço para continuar
clamando pela Compaixão Celeste; no entanto, os soluços embargaram-lhe de todo
a voz, enquanto vasto jorro de safirina luz fluía do teto, como se a Infinita
Bondade respondesse, de imediato, à comovente súplica.
Silas, extremamente abatido, ajudou-o a
levantar-se e ambos se afastaram, carregando consigo aquele trapo de mulher,
com a solene emoção de quem havia conquistado precioso troféu.
Informados de que o serviço magnético não
teria prosseguimento naquela noite, retiramo-nos para nosso aposento
particular, confiando-nos ao estudo das nossas impressões.
No dia seguinte, entretanto, Silas veio ao
nosso encontro.
Tocava-se da alegria misteriosa de quem
solucionara um problema longamente sofrido. E, lembrando-nos o estudo da Lei de
Causa e Efeito, explicou-se, rápido.
Druso e ele tinham sido pai e filho na
existência última, e tendo ambos recebido a necessária permissão para trabalhar
em busca de Aída, cuja perda haviam provocado, devotavam-se ao serviço da
Mansão, sob o beneplácito de amigos do Plano Superior. Ao preço de tremendas
lutas na própria recuperação, chegaram a conquistar amizades sólidas e
experiências notáveis; contudo, a recordação da jovem sacrificada
constituía-lhes envenenado acúleo nos refolhos do ser. Assim era que, para mais
ampla elevação na Luz Infinita, necessitavam ressarcir o infamante débito.
E acentuava, esperançoso, com ignota
ventura a luzir-lhe no olhar:
- Dentro de três dias, meu pai deixará o
encargo de orientador da instituição, alçando-se, por fim, à companhia de minha
mãe, para regressarem brevemente à reencarnação que os espera, sob a guarda de
alguns amigos nossos. Meu pai partirá primeiramente, pouco depois minha
abnegada genitora o seguirá para a internação na carne e, mais tarde, quando se
consorciarem na esfera dos homens, recolher-me-ão nos braços, na condição de
primogênito, para que nós três venhamos a receber Aída, sofredora, em nossos
corações. Conceder-nos-á Jesus a felicidade de resgatar a imensa dívida, com
a assistência amorosa de minha mãe, que renunciou à alegria da ascensão
imediata, em nosso benefício... Como podem observar, nós mesmos, segundo a Lei,
buscamos a Justiça por nossas próprias mãos.
O Assistente mostrava na face o
deslumbramento de uma criança feliz.
- E você? - perguntou Hilário, de chofre. -
Continuará você ainda aqui?
- Não - respondeu o companheiro generoso. -
Com o afastamento de meu pai, obtive permissão para ingressar em grande
educandário, no qual me habilitarei para as novas tarefas na medicina humana,
com vistas à minha próxima romagem terrestre.
O comunicado alterava-nos o programa.
Convinha, de nossa parte, encerrar os
estudos na generosa instituição, porquanto Druso e Silas, desde a primeira
hora, haviam sido ali nosso apoio claro e fiel.
Abracei o Assistente, sentindo-lhe a falta
por antecipação.
Silas era mais um amigo de quem me devia
apartar.
Felicitei-o pela vitória alcançada e, com
ele, consideramos igualmente o impositivo de nosso adeus.
A mudança administrativa na casa não nos
encorajaria qualquer dilação.
Para nós também a partida fazia-se
inadiável.
O denodado companheiro enlaçou-nos com
irreprimível carinho e lágrimas de sublime reconhecimento jorraram-nos dos
olhos.
Quem admitirá que a separação seja apenas
uma flor triste na Terra dos homens?
Decorridos três dias sobre a nossa
derradeira conversação, achávamo-nos no maior recinto do grande instituto de
socorro espiritual.
O Instrutor e o Assistente despediam-se dos
amigos.
O enorme salão estava repleto.
No largo estrado, em que se destacava a
direção, Druso aparecia, ladeado pelo Instrutor Arando, a quem passaria o
governo do estabelecimento, e pela esposa querida, aquela que lhe ofertara no
mundo os sonhos doces do primeiro matrimônio, cujos olhos serenos exprimiam irradiante
bondade.
Outros benfeitores, incluindo o nosso caro
Silas, ali também se encontravam, atenciosos e emocionados.
Na multidão dos ouvintes, estávamos nós,
renteando com os assessores e funcionários do grande hospital-escola, ao pé de
mais de trezentos internados.
Todos os enfermos, abrigados e servidores
vinham trazer a Druso preciosos testemunhos de reconhecimento.
As manifestações comovedoras
multiplicavam-se, incessantes.
Enquanto música leve nascia de instrumentos
ocultos, espalhando-se em surdina, todos os doentes, em fila movimentada,
queriam dizer uma palavra ao abnegado Instrutor que os acolhera, generoso.
Velhinhos trêmulos abençoavam-lhe o nome,
irmãs, cujo aspecto falava de laboriosa renovação, ofertavam-lhe as
flores torturadas e tristes que o clima inquietante da Mansão era capaz de
produzir, entidades diversas, recuperadas ao hálito de seu incansável
devotamento, endereçavam-lhe expressões respeitosas e amigas, enquanto jovens
inúmeros lhe osculavam as mãos...
Para todos possuía Druso uma frase de
enternecimento e carinho.
Choro discreto surgia aqui e ali...
Todos devíamos, ao mentor admirável,
esclarecimento e esperança, energia e consolação.
O novo chefe, após a cerimônia simples da
transmissão de responsabilidades, levantou-se e prometeu dirigir a casa com
lealdade a Nosso Senhor Jesus-Cristo.
Para falar a verdade, porém, não creio que
o Instrutor Arando, recém-chegado a casa, pudesse naquela hora atrair-nos mais
dilatada atenção, e, tão logo se acomodou na poltrona que a solenidade lhe
reservava, Druso ergueu-se e rogou permissão para orar à despedida.
Todas as frontes penderam silenciosas,
enquanto a voz dele se elevou para o Infinito, à maneira de melodia emoldurada
de lágrimas.
- Senhor Jesus - clamou humilde -
neste instante em que te oferecemos o coração, dera que nossa alma se incline,
reverente, para agradecer-te as bênçãos de luz que a toca incomensurável
bondade aqui nos concedeu em cinqüenta anos de amor...
Tu, Mestre, que ergueste Lázaro do
sepulcro, levantaste-me também das trevas para a alvorada remissora, lançando
no inferno de minha culpa o orvalho de tua compaixão...
Estendeste os braços magnânimos ao meu
espírito mergulhado na lodosa corrente do crime.
Trouxeste-me do pelourinho do remorso para
o serviço da esperança.
Reanimaste-me quando minhas forças
desfaleciam...
Nos dias agoniados, foste o alimento de
minhas ânsias; Nas sendas mais escabrosas, eras, em tudo, o meu
companheiro fiel.
Ensinaste-me, sem ruído, que somente
através da recuperação do respeito a mim mesmo, no pagamento de meus débitos, é
que poderei empreender a reconquista de minha paz...
E confiaste-me, Senhor, o trabalho neste
pouso restaurador, com assistência constante de tua benevolência infinita, a
fim de que eu pudesse avançar das sombras da noite para o fulgor de novo
dia!...
Agradeço-te, pois, os instrutores que me
deste, a cuja devoção afetuosa tão pesado tenho sido, os companheiros generosos
que tantas vezes me suportaram as exigências e os irmãos enfermos que tantos
ensinamentos preciosos me trouxeram ao coração!...
E agora, Senhor, que a esfera dos homens me
descerrará de novo as portas, acompanha-me, por acréscimo de misericórdia, com
a graça de tua bênção.
Não permitas que o reconforto do mundo me
faça esquecer-te e constrange-me ao convívio da humildade para que o orgulho me
não sufoque.
Dá-me a luta edificante por mestra do meu
resgate e não retires o teu olhar de sobre os meus passos, ainda que, para
isso, deva ser o sofrimento constante a marca de meus dias.
E, se possível, deixa que os irmãos desta
casa me amparem com os seus pensamentos em orações de auxilio, para que, no
pedregoso caminho da regeneração de que careço, não me canse de louvar-te o
excelso amor para sempre!...
Calou-se Druso, em pranto.
No recinto, choviam pequenos flocos
luminescentes, à maneira de estrelas minúsculas que se desfaziam, de
leve, em nos tocando a fronte...
Lá fora, gritava a tempestade em convulsões
terríveis.
Cá dentro, todavia, reinava em nós a
certeza de que, além da faixa das trevas, o céu ilimitado resplendia
eternamente em luz.
Reunimo-nos a Silas e, juntos, abeiramo-nos
do abnegado Instrutor para as últimas saudações, porque também nós, Hilário e
eu, deveríamos partir, já que a nossa tarefa estava encerrada.
Druso enlaçou-nos paternalmente e, talvez
porque nos demorássemos no abraço carinhoso, tentando definir-lhe o nosso
imenso afeto, pousou em nós o olhar, falando comovido:
- Deus nos abençoe, meus filhos!... Um dia,
reencontrar-nos-emos de novo...
Com a voz embargada de emoção, beijamos-lhe
a destra em profundo silêncio, porque somente as lágrimas poderiam algo dizer
de nossa gratidão e de nosso enternecimento, no adeus inesquecível...
Questões Iniciais de Estudo:
1) Comente sobre a questão laços de
família, que está traduzida e dentro do texto.
2) Comente sobre a questão parentela
espiritual e parentela corporal que também está embutida no capítulo.
3) Comente sobre a responsabilidade que nos
advém dos laços afetivos e familiares.
4) Comente sobre o trabalho no bem,
conforme se verifica no trabalho do instrutor
5) Comente o que o presente capítulo lhe
trouxe de ensinamento.
Conclusão:
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
1) Comente sobre a questão laços de
família, que está traduzida e dentro do texto.
R - O núcleo familiar que
integraremos quando encarnados é constituído ainda no plano espiritual. A
formação da família começa a ser projetada quando os espíritos que a comporão
se encontram no mundo dos espíritos, preparando-se para a reencarnação. Os
espíritos reunidos num mesmo ambiente familiar, geralmente, têm alguma
vinculação entre si, quer pelos laços de amor, quer pela necessidade de se
reajustarem. São espíritos ligados por laços afetivos, devedores em resgate de
antigos compromissos, desafetos do passado, companheiros de erros praticados em
experiências pretéritas, enfim, alguma vinculação geralmente há que motive a
formação do grupo familiar. É, dessa forma, o lugar onde se dá esse reencontro
de espíritos, que estarão reiniciando novas experiências com vistas às
suas evoluções.
Portanto, ninguém evolui sozinho. A
evolução do espírito é feita junto aos que lhe são afins, uns colaborando com o
progresso dos outros e todos iluminados pelo farol amoroso do Cristo. Os
espíritos evoluem em grupos que se formam por afinidades. Prosseguem juntos a
caminhada. Como as famílias na Terra, em sua grande maioria, representam
reencontros de espíritos para os devidos reajustes necessários à evolução de
ambos, daí as dificuldades de convivência que assistimos freqüentemente.
Encontrando-se, eles se reconhecerão, embora inconscientemente, pois o
esquecimento do passado não permite que essa lembrança aflore de maneira
consciente nestes espíritos e, então, as dificuldades de convivência começam a
surgir. Todas essas experiências são oportunidades de honrar os compromissos
assumidos junto àqueles com quem, por um ou outro motivo, estamos de há muito
ligados.
2) Comente sobre a questão parentela
espiritual e parentela corporal que também está embutida no capítulo.
R - Em "O Evangelho segundo o
Espiritismo", capítulo XIV, item 8, Allan Kardec explica que há "duas
espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos
laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se
perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas,
frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem
moralmente, já na existência atual".
Temos, desse modo, que a parentela corporal
é aquela formada pelos laços de sangue, que não criam, necessariamente,
vínculos entre os espíritos. Como ensinou Jesus, "o corpo procede do
corpo, mas o espírito não procede do espírito". Os que encarnam numa mesma
família, muitas das vezes, são realmente espíritos simpáticos, ligados por
anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida
terrena. Entretanto, esta não é uma regra absoluta, pois também pode acontecer
que espíritos completamente estranhos uns aos outros ou mesmo afastados entre
si por antipatias anteriores, encarnem no mesmo ambiente familiar, que lhes
serve de provação. A parentela espiritual é formada por espíritos simpáticos,
que comungam das mesmas idéias. Encontram-se ligados desde antes da encarnação
e assim permanecem após a morte do corpo físico. Os laços entre eles não são os
da consangüinidade, mas os do espírito. Durante a encarnação, mesmo em famílias
corporais distintas, podem buscar-se e atrair-se mutuamente, enquanto que
parentes consangüíneos, que não cultivam laços espirituais, podem se repelir.
3) Comente sobre a responsabilidade que nos
advém dos laços afetivos e familiares.
R - Como dissemos acima, os espíritos
evoluem em grupos que se formam por afinidade. Há uma responsabilidade
solidária pela evolução de todos. O presente capítulo revela que Druso e Silas,
na experiência corporal anterior, foram pai e filho e responsáveis pela queda
de Aída, da qual foram esposo e enteado, respectivamente. Em conseqüência dos
próprios atos que foi levada a praticar por influência de ambos, Aída
encontrava-se em situação de sofrimento no mundo espiritual, permanecendo
inconsciente e com sua forma perispiritual prejudicada até o momento em que foi
socorrida na Mansão Paz. Aliás, o objetivo principal da ida de Druso e Silas
para aquela casa foi justamente se dedicarem à recuperação de Aída no plano
espiritual, preparando-se todos para nova vinda à Terra para os devidos
reajustes.
Vemos, assim, que todos somos responsáveis
pelo destino dos que nos são afins. Um exemplo significativo é o da mãe de
Silas, que, segundo ele informa, por suas conquistas evolutivas, poderia
ascender a planos superiores, preferindo, em benefício de todos, renunciar a
estas conquistas para retornar à Terra novamente como esposa de Druso,
proporcionando o retorno de Silas e Aída como filhos, num processo de
reajustamento de todos.
4) Comente sobre o trabalho no bem,
conforme se verifica no trabalho do instrutor.
R - O trabalho no bem é como se fosse uma
faculdade de vivência humana, onde vemos transgressores reconhecendo suas
falhas e potencialidades para o bem, ou seja redescobrem o poder a capacidade
de amar. Nisso tudo serve para despertar em nós os melhores e mais puros
sentimentos que conseguimos sentir. O sofrimento é capaz de mostrar para nós a
nossa capacidade de amar e nos desperta para uma vivência mais pura da vida,
facilitando assim o sucesso de nossas encarnações futuras. É o caminho que nos
leva ao nosso equilíbrio, à nossa evolução moral. Somente trabalhando no bem
ficaremos com a nossa consciência tranqüila de que não prejudicamos ninguém,
não fomos responsáveis pela queda de ninguém na Terra. Vimos no texto que foi
através do trabalho no bem que Druso e Silas conseguiram aliviar a dor que
sentiam e tiveram a chance de transformar seus erros em ações benéficas a todos
(colaboração da Fúlvia e do Márcio).
5) Comente o que o presente capítulo lhe
trouxe de ensinamento.
R - O trabalho no bem é a solução para tudo
em qualquer momento de nossas vidas, pois sabemos que nada acontece por acaso e
tudo tem seu tempo. Sendo assim, enquanto aguardamos qualquer situação, façamos
como Druso e Silas, trabalhemos no bem e tudo se encadeará no Universo
(colaboração da Leandra).
Equipe CVDEE
Sala André Luiz
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