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terça-feira, 4 de agosto de 2015

A fé e o dever

A FÉ E O DEVER

A fé em Deus é imensamente comum.  Embora sob distintas denominações e formas, a imensa maioria dos homens afirma crer na Divindade.  Contudo, seu agir e seu sentir nem sempre espelham essa crença.  Deus é a suprema e soberana inteligência, ilimitado em Seus poderes e virtudes.  Ele é infinitamente poderoso, sábio, justo e bondoso.  Saber que a Divindade está no controle de tudo possui o condão de modificar a percepção de prioridades das criaturas.  Como a justiça Divina é perfeita e impera no Universo, cada qual vive o que necessita e merece.  Assim, não é necessário passar a existência na intransigente defesa do próprio espaço.  Sem dúvida, não é viável ser ingênuo ou preguiçoso e deixar de cuidar de si.  Apenas não é necessário angustiar-se pelas contingências da vida.  Quem crê em Deus tem condições de desenvolver tranquilidade interior.  Afinal, é convicto de que o Soberano poder impõe ordem no Universo.  Deposita fé na bondade e na justiça Divinas e sabe que sem a permissão celeste nada ocorre.  Justamente por isso, a atenção do crente deixa de estar em seus direitos para residir em seus deveres.  Por saber que o mérito preside os destinos das criaturas, cuida de ser o melhor possível.  Tem fé no futuro, razão pela qual coloca os bens espirituais acima dos materiais.

Sabe que as vicissitudes da vida são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.  Possuído do ideal da fraternidade, faz o bem sem esperar recompensas.  Encontra satisfação em ser útil e bondoso, em fazer ditosos os outros.  É benevolente para com todos, independentemente de credo, cor ou raça, pois sabe que todos os homens são filhos de Deus e Seus irmãos.  Respeita as convicções sinceras dos semelhantes e não condena quem pensa diferente.  Quando ofendido, procura perdoar por compreender as dificuldades dos irmãos de jornada.  Jamais se vinga, ciente de que toda justiça repousa nas mãos do Criador.  É indulgente para as fraquezas alheias, por saber que também necessita de indulgência.  Não se ocupa dos defeitos alheios, mas dos seus.  Estuda as próprias imperfeições, a fim de se melhorar.  Consciente do olhar de Deus sobre si, cuida de ser digno em todos os momentos de sua vida, mesmo os mais íntimos.  Usa, mas não abusa, de seus bens, por ser consciente de que são apenas empréstimo da Divindade.  Utiliza seu tempo livre em atividades úteis, fazendo-se um agente do progresso no mundo.  Talvez esses deveres pareçam excessivos, mas não representam um peso para quem realmente acredita em Deus.  Constituem consequência natural da certeza da existência de um ente superior, pleno de bondade, justiça e poder.  Pense nisso.

 Redação do Momento Espírita, com base no item 3, do cap. XVII, do livro O Evangelho segundo o Espiritismo,de Allan Kardec, ed. FEB. 

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