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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

NOSSO LAR 01-016 INCORPORAÇÃO

 NOSSO LAR 01-016 INCORPORAÇÃO

(...)

_ Não tenho qualquer objeção pessoal, em face da provid6encia que você sugere, meu caro Euclides; entretanto, embora  se constitua o nosso grupo de cooperadores encarnados de excelentes amigos, não os vejo convenientemente preparados para o integral aproveitamento da experiência. Sobra em quase todos eles, na investigação e no raciocínio, o que lhes falta em sentimento e compreensão. Colocam a pesquisa muito acima do entendimento e, como você sabe, as organizações mediúnicas não são filtros mecânicos...

(...)

_ Mediunicamente falando, as medidas são as mesmas adotadas nos caos de psicografia comum, acrescentando-se, porém, que necessitaremos proteger, com especial carinho, o centro da linguagem na zona motora, fazendo refletir nosso auxílio magnético sobre todos os músculos da fala, localizados ao longo da boca, da garganta, laringe, tórax e abdômen.

(....)

_ Nossos amigos do círculo pedem a sua presença pelo menos por alguns minutos - prosseguiu o mentor , gentil  e, deliberei conduzi-lo até lá, para que você fale, não somente a eles, mas também aos familiares...

(...)

_ Ouça, porem, meu amigo! - tornou Alexandre sereno e enérgico - é indispensável que você medite sobre o acontecimento. Lembre-se de que você vai utilizar um aparelho neuro-muscular  que lhe não pertence. 

Nossa amiga Otávia servirá de intermediária. No entanto, você não deve desconhecer as dificuldades de um médium para satisfazer a particularidades técnicas de identificação dos comunicantes, diante das exigências de nossos irmãos encarnados. ..

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_ Sim, replicou Dionísio, algo desapontado, ... Recordo-me de que muitas vezes recebi as comunicações do plano invisível., através de Otávia, com muitas prevenções, e , não raro, vacilei, acreditando-a vítima de inúmeras mistificações.

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_ Pois bem, agora chegou sua vez de experimentar. E se, antigamente, era tão fácil para você duvidar dos outros, desculpe a fraqueza dos nossos irmãos encarnados, caso agora duvidem de seu esforço...

(...)

_ ... Conduzi-lo-ei em nossa companhia, deixando-o, na residência da médium, com alguma horas de antecedência para que encontre facilidades no serviço de harmonização.

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_ Nesta parte da casa - explicou-nos o guia acolhedor - a nossa irmã Otávia costuma fazer meditações e preces. A atmosfera reinante, aqui, é , por isso confortadora, leve e balsâmica. Estejam à vontade.Em vista de ser hoje um dos dias consagrados ao serviço mediúnico, terminará ela os trabalhos de refeição da tarde, mais cedo, a fim de orar e preparar-se.

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_ Otávia é uma excelente colaboradora de nossos serviços espirituais, mas, pela força das provas necessárias à redenção, permanece unida a um homem ignorante e quase cruel...

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_ Tão logo prometi, ontem, alegremente, a vinda de Dionísio, desejoso de incentivar o bom ânimo dos amigos encarnados, contando com o concurso mediúnico de nossa irmã, piorou a situação psíquica do esposo imprevidente. Leonardo, amanheceu hoje mais nervoso que de costume, embebedou-se pouco antes do almoço, insultou a companheira humilde e chegou mesmo a infligir-lhe tormentos físicos. Assustada, a bondosa Senhora sofreu tremendo choque nervoso que lhe atingiu o fígado, encontrando-se, no momento, sob forte perturbação gastrointestinal. Por isso, a alimentação dela foi muito deficiente durante o dia e não tem podido manter a harmonia precisa da mente para atender, com exatidão, aos nossos propósitos....

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_ Como sabe a harmonia não e realização que se improvise, e , se nós, os desencarnados devotados ao bem, estamos em luta frequente pela nossa iluminação íntima, os médiuns são criaturas humanas, suscetíveis às vicissitudes e aos desequilíbrios da esfera carnal...

_ .... não teremos alguém que a substitua? Ela está quase cambaleante...

_ Todos os serviços exigem preparo, treinamento... não poderemos trazer alguém que faça as vezes de Otávia, dum instante para outro.

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Euclides acomodou Dionísio ao lado dela, e, enquanto a médium se concentrava em oração, o dedicado amigo aplicava-lhe passes magnéticos, fortalecendo os nervos das vísceras e ministrando, ao que percebi, vigorosas cotas de força, não somente às fibras nervosas, mas também às células gliais.

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Dionísio começou a falar-lhe de suas necessidades espirituais, comentando a esperança de fazer-se sentir, junto da família terrena e dos antigos colegas de aprendizados espiritualista, notando eu que a médium lhe registrava a presença e a linguagem em forma e figuração e lembrança aparentemente imaginárias, na esfera do pensamento...

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Tudo ia bem e não me cansava de admirar aquele inesperado serviço de preparação mediúnica, quando aconteceu alguma coisa muito grave. O dono da casa chegava, quebrando, de modo violento, a tranquilidade das vibrações em que nos mergulhávamos...

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Reconheci que o instrutor, de relance, notou o estado de abatimento da médium, percebendo as dificuldades que se opunham à prometida comunicação de Dionísio, mas , longe de se referir às advertências da véspera, ele próprio, agora, era quem se mostrava mais otimista...

(...)

Mais uma vez, contemplava, admirado, o fenômeno luminoso da epífise e acompanhava o valioso trabalho de Alexandre na técnica de preparação mediúnica...

Terminada a oração e levado a efeito o equilíbrio vibratório do ambiente, com a cooperação de numerosos servidores de nosso plano, Otávia foi cuidadosamente afastada do veículo físico, em sentido parcial, aproximando-se Dionísio, que também parcialmente começou a utilizar-se das possibilidades dela. Otávia mantinha-se a reduzida distância, mas com poderes para retomar o corpo a qualquer momento num impulso próprio, guardando relativa consciência do que estava ocorrendo, enquanto que Dionísio conseguia falar, de si mesmo, mobilizando, no entanto, potências que lhe não pertenciam e que deveria usar, cuidadosamente, sob o controle direto da proprietária legítima e com a vigilância afetuosa de amigos benfeitores, que lhe fiscalizavam a expressão com o olhar, de modo a mantê-lo em boa posição de equilíbrio emotivo.Reconheci que o processo de incorporação comum era mais ou menos idêntico ao da enxertia da arvore frutífera. A planta estranha revela suas características e oferece seus frutos particulares, mas a árvore enxertada não perde sua personalidade. Ali também, Dionísio era elemento que aderia às faculdades de Otávia, utilizando-as na produção de valores espirituais que lhe eram característicos, mas naturalmente subordinado à médium, sem cujo crescimento mental, fortaleza e receptividade, não poderia o comunicante revelar os caracteres de si mesmo, perante os assistentes.Por isso mesmo, logicamente, não era possível isolar, por completo, a influenciaçao de Otávia vigilante.

A casa física era seu templo, que urgia defender contra qualquer expressão desequilibrante, e nenhum de nós, os desencarnados presentes, tinha o direito de exigir-lhe maior afastamento , porquanto lhe competia guardar as suas potências fisiológicas e preservá-las contra o mal, perto de nós outros, ou a distância de nossa assistência afetiva.

A nossa atmosfera de harmonia, porém, não conseguia, sossegar a perturbadora expectativa dos companheiros encarnados.

Entre nós, prevaleciam o controle, a disciplina, o autodomínio; entre eles,  sopravam o desequilíbrio e a inquietação. Exigiam um Dionísio-homem pela boca de Otávia, mas nosso plano lhes impunha um Dionísio-Espírito, pelas expressões da médium. A família humana aguardava o pai emocionado e ainda submetido a paixões menos construtivas, mas auxiliávamos o irmão para que sua alma se mantivesse calma e enobrecida, em benefício dos próprios familiares terrestres.

(...)

_ Impossível. Não pode ser meu pai...

_ Não acredito em semelhante manifestação...

(...)

_ não podemos aceitar a pretensa incorporação de Dionísio...

(...)

_ O problema da mediunidade é questão muito grave na Doutrina; o animismo é uma erva daninha em toda parte. Nosso intercâmbio com o plano invisível está repleto de lamentáveis enganos.

(...)

_ Considera, porém, o senhor que Dona Otávia seria capaz de enganar-nos?

_ Não,m conscientemente - tornou o cientificista, com um sorriso superior -, entretanto, inconscientemente , sim. A maioria dos médiuns é vítima dos próprios desvairamentos emotivos. As personalidades comunicantes, em sentido comum, representam criações mentais dos sensitivos. Tenho estudado pacientemente o assunto para não cair, como acontece a muita gente, em conclusões fantásticas. Há que fugir do ridículo, meus amigos.

(...)

Ninguém ali ponderava as dificuldades com que Euclides, o bom cooperador espiritual, fora defrontado, para trazer à casa o conforto daquela noite.

Ninguém ponderava sobre a luta que o acontecimento representava para a própria médium, interessada sem servir com amor na causa do bem. Os companheiros encarnados sentiam-se absolutamente credores de tudo. OS benfeitores espirituais, na apreciação dos presentes, não passariam de meros servidores de seus caprichos, a voltarem do Além- Túmulo tão-somente para atender-lhes ao gosto das novidades. Com raríssima exceções, ninguém pensou em consolo, em edificação, em aproveitamento da experiência obtida. 

Ao invés do agradecimento, da observação edificante, cultivava-se a desconfiança e a maledicência.

(...)

_ Não se admire André. Nossos irmãos encarnados padecem de complicadas limitações.

(...) "


Tópicos para conversamos em estudo:


1) O que se pode entender pela colocação: "... as organizações mediúnicas não são filtros mecânicos..."?

2) Como se dá a utilização do aparelho neuromuscular não pertencente ao Espírito comunicante?

3) O intercâmbio espiritual se dá tão somente na hora designada para que haja a reunião entre encarnados e desencarnados? Como? Por que?

4) Qual a preparação o médium deve ter? Como adequá-la aos tempos atuais, onde o ritmo de vida é mais agitado, onde geralmente, muitos, saem diretamente de seus empregos para o local da reunião?

5) Como se dá, pelo plano Espiritual, o ultrapassar dos obstáculos presentes na vida material, para que possa o intercâmbio de planos ocorrer?

6) Os médiuns que irão proporcionar comunicação encontram-se cientes de quem e de que forma ocorrerão as comunicações?

7) O que são células gliais? por que fortalece-las? qual seu papel?

8) Qual o papel da epífise na comunicação mediúnica?

9) Como ocorre o processo chamado de incorporação? Qual a forma que deve o médium se conduzir?

10) Como deve ser a avaliação das comunicações realizadas?

Obras da codificação:

- Livro dos Espíritos

- Livro dos Médiuns

- Evangelho Segundo Espiritismo


Alguma bibliografia de apoio:


- Médiuns e Mediunidades - Divaldo P. Franco por Vianna de Carvalho

- Atualidade do Pensamento Espírita - Divaldo P. Franco por Vianna de Carvalho

- Estudos Espíritas - Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis

- Mediunidade - J. Herculano Pires

- Diálogo com as Sombras - Hermínio C. Miranda

- Estudando a mediunidade - Martins Peralva

- Nos domínios da Mediunidade - Francisco C. Xavier por André Luiz

- Seara dos Médiuns - Francisco C. Xavier por Emmanuel


Conclusão:


1) O que se pode entender pela colocação: "... as organizações mediúnicas não são filtros mecânicos..."?
Comentários:

- Os médiuns não possuem um botão "liga/desliga". Não funcionam mecanicamente. São seres humanos, que permitem o intercâmbio com outros seres humanos, e portanto não podem ser vistos como "máquinas de comunicação".

-  Traduz o quanto é complexa a comunicação entre os dois planos de vida. Com essa afirmação, o instrutor espiritual quis demonstrar que a manifestação mediúnica não se processa mecanicamente, ou seja, não se dá pela simples manifestação de vontade, embora seja um fenômeno absolutamente natural.  É o resultado de uma série de fatores, que envolvem toda uma complexidade de circunstâncias e intenções.

2) Como se dá a utilização do aparelho neuromuscular não pertencente ao Espírito comunicante?

Comentários:

- O processo é complexo. De forma simplificada podemos dizer que há uma interação entre os perispiritos do comunicante e do médium, que permite ao último sentir as impressões do espírito comunicante, e também uma interação espiritual/mental, realizada através da glândula pineal. A pineal é - numa figura grosseira - o filtro que transforma pensamentos em impulsos físicos (nervosos e glandulares), ou seja, é a representação no corpo físico da interação mente/corpo. No processo mediúnico, o médium "capta" os
pensamentos/vibrações do espírito e através da pineal o espírito adquire parcial controle do sistema nervoso do médium, com a adesão deste, naturalmente.

- Até onde sabemos. o espírito comunicante se utiliza do centro da linguagem do médium, localizado na zona motora do cérebro.  É um processo ainda bastante complexo para o nosso total entendimento.  Sabemos que são utilizados os músculos da fala, a garganta e outros órgãos indispensáveis ao ato de falar e que o comunicante se liga a esse organismo através de um laço fluídico entre seu
perispírito e o do médium.

3) O intercâmbio espiritual se dá tão somente na hora designada para que haja a reunião entre encarnados e desencarnados? Como? Por que?

Comentários:

- Não. Regra geral, é necessária uma interação anterior entre médium/espírito, num processo chamado às vezes de "afinização fluídica".

- O intercâmbio espiritual pode se dar a qualquer hora.  No entanto, o mais aconselhável, no caso de se pretender uma comunicação de espíritos sérios e com objetivos elevados, é que se programe antecipadamente a hora da reunião, para que se possibilite todo um preparo necessário, tanto por parte do plano espiritual quanto dos trabalhadores encarnados envolvidos.

4) Qual a preparação o médium deve ter? Como adequá-la aos tempos atuais, onde o ritmo de vida é mais agitado, onde geralmente, muitos, saem diretamente de seus empregos para o local da reunião?

Comentários:

- A preparação é sobretudo mental. Não são as circunstâncias que nos influenciam, mas como reagimos a elas. Leitura tranquila e estado de prece devem ser mantidos de forma mais intensa.

- O ideal seria que o médium, nesses dias, se mantivesse em repouso, fazendo uma alimentação frugal e mantendo o pensamento em questões espirituais, num ambiente onde a psicosfera seja a mais pura possível.  Todavia, sabemos que os deveres da vida na matéria nem sempre permitem isso.  Sendo assim, o médium deve procurar atender aquelas recomendações dentro do limite do possível, observando, pelo menos, a necessidade de uma alimentação leve, evitando o fumo e o uso de alcoólicos e mantendo uma sintonia vibratória elevada, através de bons pensamentos e de uma leitura edificante.

5) Como se dá, pelo plano Espiritual, o ultrapassar dos obstáculos presentes na vida material, para que possa o intercâmbio de planos ocorrer?

Comentários:

- Cada caso é um caso...Penso que o capítulo em estudo mostra bem a dificuldade dos amigos espirituais, e o quanto atrapalhamos ao invés de ajudar. O intercâmbio mediúnico é serviço de muita responsabilidade.

- O plano espiritual elevado está sempre atento e toma as providências que se fazem necessárias que se encontram ao seu alcance.  No caso em estudo, temos um exemplo disso, quando a médium que iria servir ao intercâmbio entre os dois planos viu-se impedida de comparecer à reunião pelo marido.  Os benfeitores, então, induziram a visita de uma tia deste, a quem ele respeitava, com o objetivo de interceder e levar a médium até o local da reunião

6) Os médiuns que irão proporcionar comunicação encontram-se cientes de quem e de que forma ocorrerão as comunicações?

Comentários:

- Nas reuniões semanais dos centros espíritas, geralmente não. A programação é realizada pelo plano espiritual. Naturalmente, dependendo do estado do médium, e da maior facilidade de trânsito na esfera espiritual, ele pode ser notificado com antecedência deste planejamento.

- Tal pode ocorrer, embora não necessariamente.  Nas reuniões mediúnicas habituais, é comum haver toda uma programação do plano espiritual e dos dirigentes da reunião, planejando quais os mentores que naquele dia se manifestarão. Contudo, não devemos esquecer, como diz o nosso Chico Xavier, que o telefone toca de lá para cá e que a manifestação dependerá sempre da decisão do plano superior.

7) O que são células gliais? por que fortalece-las? qual seu papel?

Comentários:

- Mas, apenas como definição, glia ou neuróglia são células que proporcionam sustentação as células nobres do SNC ( Sistema Nervoso Central ). O cérebro é feito de neurônios (ou células nervosas) e células gliais. 

As células nervosas comandam a motricidade, a sensiblidade e a consciência; as células gliais sustentam e mantém vivos os neurônios. Ele integra informação sensorial e dirige respostas motoras.

8) Qual o papel da epífise na comunicação mediúnica?

Comentários:

- Também outro assunto complexo...A epífise, como dito acima, funciona como elo de ligação mente/corpo, já tendo sido estudada com detalhes no início deste livro. André Luiz a denomina "glândula da vida mental". 

Na comunicação mediúnica seu papel é fundamental pois ela vai servir de "filtro" para os pensamentos (ondas mentais) emitidos pelo espírito comunicante.

- A epífise, segundo antigos filósofos, dentre os quais Descartes, é a sede da alma.  Segundo o brilhante Dr. Jorge Andréa, em sua consagrada obra "Palingênese, a Grande Lei", a epífise ou pineal tem relação com todo o sistema glandular do corpo, com o sistema neuro-vegetativo e órgãos nervosos, sendo por ele considerada a glândula da vida psíquica.  Porém, o insigne médico e escritor afirma que muito pouco  ainda se conhece sobre ela, pois somente mais recentemente foi que a ciência passou  a estudá-la com maior profundidade.  Ainda segundo ele, na mesma obra, trata-se de   um órgão difícil  de se realizar experiências no sentido de determinar suas funções, pois  " ... se encontra vizinha a zonas nervosas ...", sendo, ainda, " ... um órgão bastante vascularizado, de localização profunda e mantendo estreitas relações com os seios venosos. ... ".

     Pelo que deduzimos dos ensinamentos disponíveis, inclusive de André Luiz, no capítulo II do livro que estamos estudando, podemos concluir que, sendo a epífise a glândula da vida psíquica, sede da  alma, deve ser ela o órgão do corpo físico mais afinizado com o perispírito, servindo  como um dos principais pontos da ligação espírito/matéria.  E sendo assim, é através dela que se deve operar o contato mediúnico, funcionando como que uma espécie de filtro da comunicação entre os dois planos.  Por ela é que deve passar o pensamento transmitido pelo espírito comunicante.

9) Como ocorre o processo chamado de incorporação? Qual a forma que deve o médium se conduzir?

Comentários:

- Há muito fatores envolvidos na incorporação (preferimos o termo "psicofonia", pois incorporação - embora largamente usado - dá idéia que o espírito "entra" no médium, o que não é verdade). Os principais são: passividade do médium (para "captar" as vibrações e ondas mentais do espírito); sintonia vibratória, que permite o ajuste mental; afinidade fluídica, pois os fluidos perispirituais devem ter um mínimo de compatibilidade, conforme explica Leon Denis; entre outros. Há de se contar também o trabalho doas amigos espirituais, que promovem os ajustes necessários, quando a comunicação é de um espírito ignorante ou em sofrimento. O fator básico, no entanto, é a passividade, que André Luiz denomina "pensamento de adesão do médium".

- O termo "incorporação", largamente usado no meio espírita, é, contudo, doutrinariamente impróprio.  Na verdade, não se dá a incorporação, pois o comunicante não adentra no corpo do médium, como sugere o termo.  Dois espíritos não podem coabitar o mesmo veículo físico.  Assim, o que ocorre é que o médium é parcialmente afastado de seu corpo físico, possibilitando a aproximação do comunicante, para que este se utilize dos órgãos necessários à fala.  O médium deve permanecer próximo, pronto para retomar o corpo a qualquer momento.

10) Como deve ser a avaliação das comunicações realizadas?

Comentários:

- Nas reuniões mediúnicas semanais, a avaliação deve ser pessoal. Regra geral, quando as comunicaçãoes são de espíritos em sofrimento, ou ignorantes, não vamos avaliar a comunicação em si, mas as lições que podem ser extraídas. Também não devemos avaliar _o médium_ pois não estamos capacitados a isso. Manter a humildade, reconhecendo que nada sabemos realmente ainda sobre o fenômeno, e aproveitar a mediunidade como fator de nossa própria evolução, é fundamental para nós. Vestir uma capa científica, como vimos no capítulo, é, quase sempre, incorrer em muitos erros. Naturalmente, o espírito crítico deve estar alerta. Uma mensagem de "um amigo espiritual" deve ser analisada com atenção, e não apenas recebida como verdade absoluta. O mesmo vale para os trabalhos de psicografia.

- Tratando-se de uma reunião mediúnica séria, com elevados propósitos, numa casa espírita igualmente séria e bem orientada, com médiuns experientes, as comunicações obtidas tendem também a ser sérias e com proveitosos ensinamentos, pois deverão ser produzidas por espíritos evoluídos e bem intencionados. 

 Porém, será sempre difícil se fazer esse tipo de avaliação. O melhor a se fazer, no caso, é seguir a orientação de Kardec, no sentido de que analisemos o conteúdo das comunicações.   Se forem  mensagens
edificantes, com ensinamentos doutrinários ou contendo orientações para  o bem, é porque provêm de bons espíritos;  caso contrário, será melhor ignorá-las.

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