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sábado, 8 de agosto de 2015

REUNIÃO MEDIÚNICA - 1.4 DOUTRINADORES


  UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA 
ÁREA DE ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA

REUNIÃO MEDIÚNICA

1.4  DOUTRINADORES


Alguém pode questionar a expressão doutrinador, mas iremos empregá-la por ser de fácil compreensão: são aqueles participantes encarregados de dialogar com os Espíritos manifestantes sofredores.

Sua contribuição é muito importante, devendo-se desenvolver na ciência do diálogo fraterno, cujo principal requisito é o sentimento da verdadeira Caridade.

Não é necessário que tenham avultada cultura terrena nem que sejam hábeis na arte de convencer: o importante é que suas palavras sejam de verdadeira Caridade, vivenciada no dia a dia.

Todavia, alguns detalhes são importantes para que desempenhem ainda melhor sua tarefa: devem deixar o manifestante à vontade para expor seus sentimentos e indagações e, somente depois, levá-lo a refletir sobre a conveniência de iniciar vida nova, com propósitos saudáveis de evolução espiritual.

Nunca se deve discutir com os manifestantes, mesmo os mais renitentes ou agressivos, mas sim tratá-los como verdadeiros filhos de Deus, que, mesmo quando desviados do Bem, representam manifestações individualizadas do Pai Celestial.

Todo Espírito, quando encarnado, recebeu algum gesto de Amor de alguém, mas, quando nada disso lhe tenha ocorrido, há sempre o recurso à lembrança da filiação divina, à figura gloriosa de Jesus e ao colo acolhedor da Mãe de Jesus e Mãe Simbólica da humanidade da Terra.

O convencimento dos Espíritos sofredores não se dá geralmente pela razão, mas sim pela Caridade que se lhes endereça, suavizando suas agruras espirituais.

Não será argumentando de forma erudita ou severa que se conquistará a confiança de alguém que sofre. Por isso o doutrinador deve ser alguém que muito Ama mais do que muito sabe.

2  SEQUÊNCIA NAS REUNIÕES

Não resta dúvida de que não há uma sequência obrigatória, que todos devam seguir. Todavia, não há como realizar-se uma reunião mediúnica de boa qualidade sem uma prece inicial, pois ela representa o primeiro contato mental com a Espiritualidade Superior.

Já tivemos oportunidade de presenciar reunião mediúnica em que não se fez a prece inicial, pois o dirigente terreno a entendia desnecessária... No mínimo essa atitude equivocada representa falta de humildade em relação a Deus, a Jesus e aos Dirigentes Espirituais.

2.1  PRIMEIRA PARTE: PRECE DE ABERTURA

A prece de abertura não deve ser longa e, de preferência, o dirigente terreno deve solicitar que seja feita por um dos componentes do grupo, sem preferência de caráter pessoal, dando oportunidade a todos, sem distinção.

Não importa a beleza das palavras, mas a sinceridade de que venham revestidas, pois o que conta é a carga espiritual de que se façam acompanhar, principalmente em favor dos Espíritos sofredores presentes, que receberão os eflúvios benéficos.

Muitos médiuns não são dotados de cultura acadêmica na atual encarnação, devido ao planejamento feito pelos seus Guias, antes do mergulho na carne, mas isso não deve ser levado em conta em desfavor deles, pretendendo-se considerá-los incapazes de orar em público.

Há quem ore e facilite a ambiência espiritualizante, mesmo cometendo erros gramaticais, enquanto que outros, proferindo uma peroração erudita, muitas vezes, até dificultam a boa sintonia espiritual.

2.2  SEGUNDA PARTE: LEITURA DE UMA PÁGINA EVANGÉLICA

Reunião mediúnica não é oportunidade para estudos teóricos sobre mediunidade. Por isso, recomenda-se que tal estudo se faça em reuniões próprias.

A leitura de um texto evangelizante faz com que a ambiência espiritualizante se aprofunde, em continuidade à prece inicial.

Os principais personagens dessas reuniões são os Espíritos sofredores, que, ao embalo de textos evangelizadores, se deixam tocar na sua sensibilidade, induzidos sutilmente pela mente poderosa dos Espíritos Superiores.

Leituras inadequadas, ou sejam, diferentes dessas, não beneficiam os Espíritos sofredores, que ficam prejudicados na sua doutrinação.

Há obras recomendáveis para essas ocasiões, sendo algumas delas as de Emmanuel, psicografadas por Francisco Cândido Xavier, constantes de reflexões curtas sobre passagens de Paulo de Tarso e os evangelistas.

A leitura deve ser feita em cada reunião por um dos participantes, a fim de que todos possam ter a oportunidade de colaborar e se aperfeiçoar, mesmo quando não se trate de pessoa com muita facilidade para a leitura.

Como sempre afirmamos, não se trata de palco de erudição, mas sim de oportunidade de auxílio a desencarnados em estado de sofrimento e, também, se necessário, recebimento de esclarecimentos dos Dirigentes Espirituais.

2.3  TERCEIRA PARTE: COMENTÁRIOS DOS PARTICIPANTES

A vaidade se manifesta, por exemplo, quando fazemos comentários desnecessários, visando o destaque pessoal. Também é preciso cada um analisar se seus comentários têm pertinência com o assunto e se serão úteis para a espiritualização do ambiente psíquico.

Infelizmente há quem não consegue conter o desejo de evidência ou sua simpatia por assuntos negativos: esses prejudicam a psicosfera, que os Dirigentes Espirituais prepararam muito antes do início de cada reunião.

A autocensura é necessária, sem significar impossibilidade de falar, mas apenas avaliar-se se estarão ou não auxiliando os ouvintes.

O tempo dos comentários deve ser delimitado, todavia, sem os extremos da impossibilidade de se estenderem um pouco mais quando seja de real proveito espiritual.

3  QUARTA PARTE: CONTATO COM OS DESENCARNADOS

A primeira noção que se deve ter em conta é que somos Espíritos criados para a evolução pela eternidade afora pelo Pai Celestial, que Ama infinitamente todas as Suas criaturas, as quais representam mentalizações do Seu Infinito Poder. Se Ele parar de pensar em uma de Suas criaturas ela desaparecerá, deixará de existir, instantaneamente.

Partindo dessa certeza, vejamos que todos somos igualmente Amados por Ele, que não confere mais Amor a uns em detrimento dos outros, independente de grau evolutivo de cada um: é um Pai Perfeito em todos os sentidos. Alguns o tratam como Mãe, o que também é uma verdade.

Estando encarnados ou desencarnados cada criatura é sempre ela própria, com toda sua bagagem evolutiva, representada por mais de um bilhão e meio de anos quanto às criaturas humanas ligadas ao nosso planeta.

Quem é médium já nasce dotado do sexto sentido mais aguçado que as demais pessoas, sendo, portanto, suscetível inclusive de entrar em contato explícito com os habitantes do mundo espiritual. Esse contato é natural e nada tem de miraculoso. Por isso, os Espíritos manifestantes devem ser tratados com naturalidade e não como se fossem seres diferentes dos encarnados.

Encarnando, o Espírito tem reduzida em grande parte sua lucidez, normalmente ficando abafada sua potência mental, regulada para cada criatura de forma diferente, conforme a tarefa que irá desempenhar na encarnação.

Nas reuniões mediúnicas os médiuns entram em contato com Espíritos que o orientam e/ou com os necessitados de ajuda para se equilibrarem na realidade espiritual. Todavia, sempre os médiuns devem proceder com mentalidade caritativa, conforme preconizava Jesus, a fim de bem cumprir suas atribuições.

3.1  MANIFESTAÇÕES DE ESPÍRITOS SOFREDORES

A maioria dos Espíritos ligados ao nosso planeta estagia ainda na faixa do predomínio dos defeitos morais, tanto que André Luiz afirma que a maioria vai habitar o umbral quando desencarna. Também podemos compreender essa realidade quando Chico Xavier, certa feita, disse, sem nenhuma intenção de diminuir ninguém, que a diferença de idade espiritual entre seu grupo e a maioria da humanidade é de mais ou menos dez mil anos.

Quase todos os desencarnantes terrenos passam por uma fase de perturbação mais ou menos longa, conforme seu grau evolutivo, resultado de sua realidade interior. Não há como ser diferente, pois o objetivo maior que Deus traça para cada criatura é a felicidade, a qual brilha no coração daqueles que a fazem por merecer. De nada adianta levar um Espírito para uma região iluminada do mundo espiritual se sua sintonia espiritual não condiz com a da maioria dos habitantes daquela região. Assim, cada um colhe aquilo que plantou e a evolução é gradativa.

O fato de alguém ser classificado como Espírito sofredor significa apenas que está estagiando em uma faixa pouco evoluída da sua trajetória, que se transformará um verdadeira luz gradativamente, à medida que passar a investir no cumprimento da regra máxima que vigora no Universo de Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Quando os médiuns acolhem os Espíritos sofredores com Amor estarão plantando boas sementes para o futuro, pois poderá acontecer de, quando desencarnarem, terem de estender a mão à caridade alheia tanto quanto aqueles que acolheram quando encarnados, pois ninguém sabe exatamente como será sua passagem para o mundo espiritual e o quanto merece em termos espirituais, a não ser os Espíritos Superiores.

Recomenda-se que a parte prática seja realizada com pouca luminosidade, a fim de facilitar a concentração mental dos médiuns. Todavia, na verdade, tudo depende da capacidade individual de sintonizar com os Espíritos Orientadores.

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