UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA - 4 ÁREA DE ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA
REUNIÃO MEDIÚNICA
8) OUTRO TEXTO PSICOGRÁFICO
PALAVRAS AOS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA
Que a bênção de Deus recaia sobre nós hoje e sempre e que Jesus nos dê a compreensão para a evolução das nossas almas!
Queridos irmãos em humanidade, quando Sócrates afirmava que o Espírito encarnado tem sua capacidade de discernimento imensamente reduzida não estava usando mera figura de Retórica, mas dizia exatamente a verdade.
Encarnando-se, o cérebro humano limita a visão do passado e circunscreve o campo de captação do Espírito aos pobres cinco sentidos, levemente melhorados pela captação mental, que expande essa percepção um pouco mais além, principalmente nos médiuns, que sentem a realidade espiritual, conforme seu nível de sensibilidade, sempre dependente do nível ético-moral alcançado.
Viver na Terra é uma necessidade para a evolução do Espírito, que precisa demonstrar o quanto consolidou das lições que ouviu dos seus Maiores no mundo espiritual antes da encarnação. É como se fossem provas que irão avaliar o grau que cada um conquistou.
As limitações impostas pela carcaça física são importantes para o progresso do Espírito.
Infelizmente, porém, o grau de desenvolvimento de grande parte da humanidade é ainda insuficiente para, encarnados, reconhecerem que são Espíritos e não corpos.
Essa dificuldade de compreensão faz com que vivam em função das necessidades puramente materiais, ou sejam, a luta pelo pão de cada dia, a procriação, a sustentação da família e outras vivências horizontais, que pouco lhes ensinam quanto ao Caminho que leva a Deus.
Cada pessoa encarnada que já adquiriu a noção segura e induvidosa de que é realmente Espírito e não corpo, deve transmitir, de alguma forma, essa informação aos seus semelhantes, ao maior número possível deles, com isso tentando melhorar a visão desses cegos que têm os olhos materiais abertos mas a retina espiritual toldada pela catarata da ignorância.
Não há como alguém chegar aos níveis mais elevados da espiritualização sem passar de ano nessa matéria escolar do primeiro ano da alfabetização do Espírito.
Pode parecer que se trata de um conhecimento evidente, banal e que seja facilmente aceito por todos, mas, no fundo de muitas almas encarnadas, existe a dúvida, a insegurança quanto a esse ponto básico.
Como convencer essas almas? Somente através da Fé, que se adquire pelo esforço individual, pela procura persistente pela Graça Divina.
Há Espíritos extremamente intelectualizados que ainda não alcançaram a Fé e se julgam meros corpos putrescíveis, vivendo em desespero surdo, com medo da morte, a qual os apavora, mesmo quando estampam sorrisos de desdém pelas Coisas Divinas.
A oração intercessória é uma ferramenta em favor desses descrentes infelizes, mas tem de ser a oração ungida do verdadeiro Amor, rogando a Deus que dê a esses filhos orgulhosos a bênção da humildade, que os fará reconhecer a Paternidade Divina e as consequências que daí advêm.
Aqueles que se julgam meros seres corpóreos são talvez nossos irmãos mais necessitados, porque lhes falta tudo o mais, que lhes proporcionaria a Felicidade verdadeira, a qual é apenas espiritual.
Reconhecendo que somos Espíritos imortais, a vida material perde muito do seu significado imediatista em termos de egoísmo, orgulho e vaidade, passando a ser uma procura pelo aperfeiçoamento do intelecto e da moralidade.
Não falamos no intelecto sem Deus, que faz os seres humanos se escravizarem a um círculo vicioso, onde nunca se alcança as grandes verdades, mas apenas se formulam teorias e sistemas, que caem no vazio.
Não falamos na moralidade que muitas vezes representa mero orgulho e desprezo pelas pessoas que tiveram a infelicidade de desviar-se das regras da Ética.
Sem a compreensão das Leis Divinas sintetizadas nos mandamentos de Amor a Deus e às criaturas como a nós mesmos nenhum horizonte infinito se desenha à frente da humanidade.
Trabalhar pela divulgação dessas verdades é o trabalho que compete a todos nós, que já despertamos para a Compreensão.
Buda despertou, ou seja, acordou para a Compreensão das Leis Divinas. Nós, através das lições e, sobretudo, dos exemplos de Jesus, despertamos para o Amor Universal.
A vida dos encarnados é valiosa, é a oportunidade inestimável, o tempo urge, a hora das realizações é agora, o minuto que passa é aquele da continuidade do trabalho e o repouso é o instante da reflexão da mente enquanto o corpo se refaz.
Jesus não se sente diminuído ao contar com o apoio e o trabalho dos menores de cada um dos Seus seguidores: somos todos trabalhadores valiosos nessa empreitada, que dignifica o mais insignificante de nós.
Os chamados santos se ombreiam conosco e convivem mentalmente com nossa incipiência de novatos, desempenhando funções elevadas de planejamento e comando ou realizando os trabalhos braçais ao lado dos mais humildes servidores.
Trabalhemos e agradeçamos a Deus a oportunidade de servir nessa Causa, que é a de abrir os olhos dos cegos da alma e retirar as traves dos ouvidos dos surdos do espírito.
Não sejamos discursadores arrogantes nem palavrosos nem insistentes na doutrinação que esconde a vaidade sob o manto da humildade: falemos apenas o necessário e exemplifiquemos muito para convencer.
Que Jesus nos ilumine nesse Trabalho, que pertence a Ele e a Deus, e do qual somos pequeninos, mas felizes colaboradores.
NOTAS
[1] (extraída de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, traduzido por José Herculano Pires)
REUNIÕES EM GERAL
324. As reuniões espíritas podem oferecer grandes vantagens, pois permitem o esclarecimento pela permuta de pensamentos, pelas perguntas e observações feitas por qualquer um, de que todos podem aproveitar-se.
Mas para se obterem resultados desejáveis, requerem condições especiais que vamos examinar, porque seria errôneo tratá-las como as das sociedades comuns. Aliás, constituindo-se as reuniões em verdadeiros todos coletivos o que a elas concerne é uma consequência natural das instruções individuais dadas anteriormente. Devem elas tomar as mesmas precauções e preservar-se das mesmas dificuldades referentes aos indivíduos. Foi por isso que deixamos este capítulo por último.
As reuniões espíritas diferem muito quanto às suas características, segundo os seus propósitos. E por isso mesmo a sua constituição deve também diferir. Segundo sua natureza elas podem ser frívolas, experimentais ou instrutivas.
325. As reuniões frívolas constituem-se de pessoas que só se interessam pelo aspecto de passatempo que elas podem oferecer através das manifestações de Espíritos levianos, que gostam de se divertir nessas espécies de reunião, pois nelas gozam de inteira liberdade. É nessas reuniões que se costumam pedir as coisas mais banais, que se pedem aos Espíritos a predição do futuro, que se experimentam a sua perspicácia para adivinhar a idade das pessoas, o que elas trazem nos bolsos, revelar pequenos segredos e mil outras coisas dessa importância.
Essas reuniões são inconsequentes, mas como os Espíritos levianos são às vezes bastante inteligentes, e em geral bem humorados e joviais, acontecem frequentemente coisas bastante curiosas, de que o observador pode tirar proveito. Aquele que só tivesse presenciado essas sessões e julgasse o mundo dos Espíritos segundo essa amostra, teria dele uma ideia muito falsa, como a de alguém que julgasse toda a população de uma grande cidade pela de alguns dos seus bairros. O simples bom senso nos diz que os Espíritos elevados não podem comparecer a reuniões dessa espécie, e que as pessoas presentes são tão inconsequentes como as entidades manifestantes. Quem quiser se ocupar de coisas fúteis deve naturalmente evocar Espíritos levianos, como numa reunião social chamariam comediantes para se divertirem. Mas haveria profanação em convidar pessoas de nomes veneráveis, misturando assim o sagrado com o profano.
326. As reuniões experimentais têm mais particularmente por finalidade a produção de manifestações físicas. Para muitas pessoas representam um espetáculo mais curioso do que instrutivo. Os incrédulos saem delas mais espantados do que convencidos, quando não tenham visto outra coisa, e se voltam inteiramente para a procura de possíveis artifícios, nada entendendo do que viram supõem naturalmente a existência de truques.
Acontece inteiramente o contrário com os que estudaram o assunto. Estes compreendem de antemão a possibilidade das ocorrências e os fatos positivos determinam assim a consolidação de suas convicções. Por outro lado, se houvessem truques, eles estariam em condições de descobri-los.
Apesar disso, essas espécies de experimentação têm uma utilidade que ninguém poderia negar, pois foram elas que levaram a descoberta das leis que regem o mundo invisível, e para muitas pessoas são ainda uns poderosos motivos de convicção. Mas sustentamos que elas não são suficientes para iniciar alguém na Ciência espírita, pois o simples fato de ver um mecanismo engenhoso não pode dar o conhecimento da mecânica para quem não esteja informado das suas leis. Contudo, se essas experiências fossem dirigidas com método e prudência poderia obter-se resultados bem melhores. Voltaremos logo a tratar deste assunto.
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