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Centro
Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
Sala
de Estudos André Luiz
Livro
em estudo: Ação e reação
Tema:
Capítulo 19 - Sanções e auxílios
Depois
do entendimento com os internados, o Instrutor Druso aquiesceu em dispensar-nos
alguns minutos de conversação educativa.
Explanara
brilhantemente sobre o problema das provas na experiência terrestre.
Alertara-nos quanto à necessária renovação mental nos padrões do bem,
destacando a necessidade do estudo, para a assimilação do conhecimento
superior, e do serviço ao próximo, para a colheita de simpatia, sem os quais
todos os caminhos da evolução surgem complicados e difíceis de ser transitados
Junto
dele, enquanto prelecionava, fora colocada singular escultura - uma estátua
notável reproduzindo o corpo humano, transparente aos nossos olhos, à qual
apenas faltava o sopro espiritual para revelar-se viva.
Patenteavam-se,
ali, à nossa visão, todos os órgãos e apetrechos do carro físico, sob a
proteção do sistema nervoso e do sistema sangüíneo.
O
coração, à maneira de um grande pássaro no ninho das artérias enrodilhadas na
árvore dos pulmões; o fígado, à feição de um condensador vibrante; o estômago e
os intestinos como digestores técnicos e os rins, quais aparelhos complexos de
filtragem, convidavam-nos a profunda admiração; contudo, nosso maior interesse
concentrava-se no sistema endocrínico, no qual as glândulas se salientavam por
figurações de luz. A epífise, a hipófise, a tireóide, as paratireóides, o
timo, as supra-renais, o pâncreas e as bolsas genésicas caracterizavam-se,
perfeitas, sobre o fundo vivo dos centros perispirituais, que se combinavam uns
com os outros, em sutilíssimas ramificações nervosas, singularmente ajustadas,
através dos plexos, emitindo cada centro irradiações próprias, constituindo-se
o conjunto num todo harmônico, que nos impelia à contemplação extática.
Percebendo-nos
a surpresa, o chefe da casa disse, bondoso;
-
Habitualmente convidamos a atenção de nossos internados para os veículos de
nossas manifestações, mostrando-lhes, quanto possível, a correspondência
entre nossos estados espirituais e as formas de que nos servimos. É
indispensável compreendamos que todo mal por nós praticado conscientemente
expressa, de algum modo, lesão em nossa consciência e toda lesão dessa espécie
determina distúrbio ou mutilação no organismo que nos exterioriza o modo de
ser. Em todos os planos do Universo, somos espírito e manifestação, pensamento
e forma. Eis o motivo por que, no mundo, a Medicina há de considerar o doente
como um todo psicossomático, se quiser realmente investir-se da arte de
curar.
E,
tocando a bela escultura à nossa vista, continuou:
- Da
mente clareada pela razão, sede dos princípios superiores que governam a
individualidade, partem as forças que asseguram o equilíbrio orgânico,
por intermédio de raios ainda inabordáveis à perquirição humana, raios esses
que vitalizam os centros perispiríticos, em cujos meandros se localizam
as chamadas glândulas endócrinas, que, a seu turno, despedem recursos que nos
garantem a estabilidade do campo celular. Como é óbvio, nas criaturas
encarnadas esses elementos se consubstanciam nos hormônios diversos que atuam
sobre todos os órgãos do corpo físico, através do sangue. O homem comum, que já
conhece a tiroxina e a adrenalina, energias fabricadas pela tireóide e
pelas supra-renais, com influência decisiva no trabalho circulatório, nos
nervos e nos músculos, não ignora que todas as demais glândulas de secreções
interna; produzem recursos que decidem sobre saúde e enfermidade, equilíbrio e
desequilíbrio nos indivíduos encarnados. Ora, em substância, como é fácil
de ver, todos os estados acidentais das formas de que nos utilizamos, no espaço
e no tempo, dependem, assim, do comando mental que nos é próprio. É por isso
que a justiça, sendo instituto fundamental de ordem, na Criação, começa
invariavelmente em nós mesmos, em toda e qualquer ocasião que lhe defraudemos
os princípios. A evolução para Deus pode ser comparada a uma viagem divina. O
bem constitui sinal de passagem livre para os cimos da Vida Superior, enquanto
que o mal significa sentença de interdição, constrangendo-nos a paradas mais ou
menos difíceis de reajuste.
Aproveitando
breve pausa, Hilário observou:
- É
admirável o trabalho educativo em andamento nas zonas inferiores, com vistas à
reencarnação...
-
Inegavelmente - respondeu o instrutor. - É preciso informar a todos os nossos
irmãos, em vias de retorno ao círculo dos homens, que o corpo carnal, com as
tarefas que lhe são conseqüentes, vale por verdadeiro prêmio da Bondade Divina,
que é necessário valorizar.
Aqui,
nas esferas purgatórias, contamos com verdadeiras multidões de criaturas
desencarnadas que procedem do mundo, em deploráveis crises alucinatórias,
após malversarem os bens da vida humana. Muitas, por infelicidade da
própria ignorância, não puderam acomodar-se a qualquer tipo de concepção
religiosa, entretanto, milhões de pessoas, longe do respeito pela fé maternal
que as esclarecia, nos compromissos esposados perante Deus, entregavam-se,
conscientemente, à crueldade mental, cavando ruína e amargura para si
mesmas porque o mal infligido a outrem era sempre mal que amontoavam sobre as
suas cabeças. É assim que, desentrançadas da matéria densa, aqui aportam,
batidas pelo remorso e pelo arrependimento, padecendo frustrações lamentáveis,
quando não estacionam por tempo mais ou menos longo em furnas expiatórias, nas
quais, presas de antigos adversários ou de velhos comparsas do vício, sofrem
tristes alterações em seus centros de força, a se lhes expressarem na mente por
desequilíbrios funestos.
Depois
de acolhidas em nosso pouso de amor, refazem-se a pouco e pouco... A
reencarnação retificadora, isto é, a internação na carne em condições penosas,
surge por alternativa inevitável. Será preciso renascer, suportando os
obstáculos tremendos, oriundos da desarmonia perispirítica criada por nós
mesmos. Ainda assim, quanto possível, antes do novo berço entre os homens, é
imprescindível melhorar as contas... Daí o motivo por que instituições qual a
nossa funcionam, em vários campos das regiões inferiores, que, na velha
teologia, equivalem a regiões infernais... O que, porém, existe, de fato, é o
imenso Umbral, situado entre a Terra e o Céu, dolorosa região de sombras,
erguida e cultivada pela mente humana, em geral rebelde e ociosa, desvairada e
enfermiça. Os companheiros desencarnados que despertam, devagarinho, para a
responsabilidade de viver, encarando face a face o imperativo do renascimento
difícil no mundo, passam a trabalhar aqui laboriosamente, vencendo óbices
terríveis e superando tempestades de toda a sorte, para a conquista dos méritos
que descuraram durante a permanência no corpo, de modo a implantarem, no
próprio espírito, os valores morais de que não prescindem para a sustentação de
novas e abençoadas lutas no plano material.
O
orientador, mostrando O olhar coruscante de entendimento e carinho, à feição do
professor emérito e bondoso que deseja o progresso dos aprendizes, fez longa
pausa e perguntou-nos:
-
Compreenderam?
- Sim,
sim... - respondemos a um só tempo, interessados em maior amplitude da lição.
- É
assim que todos nós - continuou ele -, para o recomeço das lides carnais,
solicitamos o regime de sanções, ou alguém, quando não disponhamos do direito
de fazê-lo, no-lo obtém, suplicando-o, em nosso benefício, às autoridades
superiores.
-
Regime de sanções? - indagou Hilário, surpreendido.
-
Perfeitamente. Não nos reportamos aqui ás medidas de natureza moral, pelas
quais enfrentamos, compreensivelmente, na família consangüínea ou na intimidade
da luta, a reaproximação com os Espíritos de que sejamos devedores de paciência
e ternura, tolerância e sacrifício, na solução de certas dívidas que nos
obscurecem a senda, mas sim a providências retificantes, depois de muitas
quedas reiteradas nos mesmos deslizes e deserções, que imploramos em favor de
nós e em nós mesmos, quais sejam as deficiências congeniais com que ressurgimos
no berço físico. Aqueles que por vezes diversas perderam vastas oportunidades
de trabalho na Terra, pela ingestão sistemática de elementos corrosivos, como
sejam o álcool e outros venenos das forças orgânicas, tanto quanto os
inveterados cultores da gula, quase sempre atravessam as águas da morte como
suicidas indiretos e, despertando para a obra de reajuste que lhes é
indispensável, imploram o regresso à carne em corpos desde a infância
inclinados à estenose do piloro, à ulceração gástrica, ao desequilíbrio do
pâncreas, à colite e às múltiplas enfermidades do intestino que lhes impõem
torturas sistemáticas, embora suportáveis, no decurso da existência inteira.
Inteligências notáveis, com sucessivas quedas morais, através da leviandade com
que se utilizaram do esporte e da dança, espalhando desespero e infortúnio nos
corações afetuosos e sensíveis, pedem formas orgânicas ameaçadas de paralisia e
reumatismo, visitadas de achaques e neoplasmas diversos, que lhes
obstem os movimentos demasiado livres.
Companheiros
que, em muitas circunstâncias, se deixaram envenenar pelos olhos e pelos
ouvidos, comprometendo-se em vasta rede de criminalidade, através da calúnia e
da maledicência, imploram veículos fisiológicos castigados por deficiências
auditivas e visuais que lhes impeçam recidivas desastrosas. Intelectuais e
artistas que despedem sagrados recursos do espírito na perversão dos
sentimentos humanos, por intermédio da criação de imagens menos dignas, rogam
aparelhos cerebrais com inibições graves e dolorosas para que, nas reflexões de
temporário ostracismo, possam desenvolver as esquecidas qualidades do coração.
Homens e mulheres que abusaram de dotes físicos, manobrando a beleza e a
perfeição das formas para disseminar a loucura e o sofrimento naqueles que lhes
admitiam as falsas promessas, solicitam corpos vulneráveis às dermatoses
aflitivas, quais o eczema e a tumoração cutânea, ou portadores de alterações da
tireóide que os constranjam a reiteradas lutas educativas. Grandes faladores
que escarneceram da divina missão do verbo, conturbando multidões ou
enlouquecendo almas desprevenidas, suplicam doenças das cordas vocais, para
que, atravessando afonias periódicas, desistam de tumultuar os espíritos
por intermédio da palavra brilhante. E milhares de pessoas que transformaram o
santuário do sexo numa forja de perturbações para a vida alheia, arruinando
lares e infelicitando consciências, imploram equipamentos físicos atormentados
por lesões importantes no campo genésico, experimentando, desde a puberdade,
inquietantes desequilíbrios ovarianos e testiculares. A cegueira, a mudez, a
idiotia, a surdez, a paralisia, o câncer, a lepra, a epilepsia, o diabete, o
pênfigo, a loucura e todo o conjunto das moléstias dificilmente curáveis
significam sanções instituídas pela Misericórdia Divina, portas a dentro da
Justiça Universal, atendendo-nos aos próprios rogos, para que não venhamos a
perder as bênçãos eternas do espírito a troco de lamentáveis ilusões humanas.
- Mas,
existem institutos especiais que providenciem, por exemplo, as irregularidades
orgânicas pedidas para a reencarnação? - perguntou meu colega, intrigado.
O
interlocutor generoso sorriu, significativamente, e acentuou:
- Sim,
Hilário, a Bondade do Senhor é infinita e permite-nos a graça de suplicar os
impedimentos a que nos referimos, porque o reconhecimento de nossas fraquezas e
transgressões nos faz imenso bem ao espírito endividado. A humildade, em
qualquer situação, acende luz em nossas almas, gerando, em torno de nós,
abençoados recursos de simpatia fraterna. Entretanto, ainda mesmo que não
pedíssemos a aplicação das penas de que necessitamos, nossa posição não se
modificaria, porquanto a prática do mal opera lesões imediatas em nossa
consciência, que, entrando em condição desarmônica, desajusta, ela própria, os
centros de força em que se mantém. Desse modo, os nossos institutos de trabalho
para a reencarnação colaboram para que todos venhamos a receber na ribalta
terrestre a vestimenta carnal merecida.
-
Então, de que vale a súplica, rogando essa ou aquela medida, atinente à nossa
reeducação?
- Oh!
não formule semelhante problema! - falou Druso em voz grave. - A prece, no
sentido a que aludimos, é sempre um atestado de boa-vontade e compreensão, no
testemunho da nossa condição de Espíritos devedores... Sem dúvida, não poderá
modificar o curso das leis, diante das quais nos fazemos réus sujeitos a penas
múltiplas, mas renova-nos o modo de ser, valendo não só como abençoada
plantação de solidariedade em nosso benefício, mas também como vacina contra
reincidência no mal. Além disso, a prece faculta-nos a aproximação com os
grandes benfeitores que nos presidem os passos, auxiliando-nos a organização de
novo roteiro para a caminhada segura.
Meu
companheiro guardou, reverente, a anotação e considerou:
- Caro
instrutor, depreendemos da elucidação que, ao nos reencarnarmos, conduzimos
conosco os remanescentes de nossas faltas, que nos partilham o renascimento, na
máquina fisiológica, como raízes congeniais dos males que nós mesmos
plantamos...
-
Perfeitamente - acentuou o mentor amigo -, nossas disposições, para com essa ou
aquela enfermidade no corpo terrestre, representam zonas de atração magnética
que dizem de nossas dívidas, diante das Leis Eternas, exteriorizando-nos as
deficiências do espírito.
Druso
meditou alguns instantes, como se estivesse ponderando no íntimo a gravidade do
assunto, e apreciou:
-
Nossas assertivas não excluem, decerto, a necessidade da assepsia e da higiene,
da medicação e do cuidado preciso, no tratamento dos enfermos de qualquer
procedência. Desejamos simplesmente acentuar que a alma ressurge no equipamento
físico transportando consigo as próprias falhas a se lhe refletirem na veste
carnal, como zonas favoráveis à eclosão de determinadas moléstias, oferecendo
campo propício ao desenvolvimento de vírus, bacilos e bactérias inúmeros,
capazes de conduzi-la aos mais graves padecimentos, de acordo com os débitos
que haja contraído, mas também carrega consigo as faculdades de criar no
próprio cosmo orgânico todas as espécies de anticorpos, imunizando-se contra as
exigências da carne, faculdades essas que pode ampliar consideravelmente pela
oração, pelas disciplinas retificadoras a que se afeiçoe, pela resistência
mental ou pelo serviço ao próximo com que atrai preciosos recursos em seu
favor. Não podemos esquecer que o bem é o verdadeiro antídoto do mal
- Ainda
assim - ajuntou Hilário -, será lícito recordar que os animais igualmente
sofrem moléstias diagnosticáveis, como sejam a aftose, a raiva e a pneumonia. .
.
- Como
também as plantas experimentam enfermidades peculiares, reclamando adubos e
fungicidas completou o mentor, sorrindo.
E
acrescentou:
- A dor
é ingrediente dos mais importantes na economia da vida em expansão. O ferro sob
o malho, a semente na cova, o animal em sacrifício, tanto quanto a criança
chorando, irresponsável ou semiconsciente, para desenvolver os próprios órgãos,
sofrem a dor-evolução, que atua de fora para dentro, aprimorando o ser,
sem a qual não existiria progresso. Em nosso estudo, porém, analisamos a
dor-expiação, que vem de dentro para fora, marcando a criatura no caminho
dos séculos, detendo-a em complicados labirintos de aflição, para regenerá-la,
perante a Justiça... É muito diferente...
-
Curioso! - exclamou Hilário - não havia pensado ainda em semelhantes
conceitos... Dor-evolução, dor-expiação...
- Como
temos ainda dor-auxílio - atalhou Druso, benevolente.
- Como
assim?
E
percebendo a surpresa que se nos estampava no rosto, o orientador aduziu:
- Em
muitas ocasiões, no decurso da luta humana, nossa alma adquire compromissos
vultosos nesse ou naquele sentido. Habitualmente, logramos vantagens em
determinados setores da experiência, perdendo em outros. Às vezes,
interessamo-nos vivamente pela sublimação do próximo, olvidando a melhoria de
nós mesmos. É assim que, pela intercessão de amigos devotados à nossa
felicidade e à nossa vitória, recebemos a bênção de prolongadas e dolorosas
enfermidades no envoltório físico, seja para evitar-nos a queda no abismo da
criminalidade, seja, mais freqüentemente, para o serviço preparatório da
desencarnação, a fim de que não sejamos colhidos por surpresas
arrasadoras, na transição da morte. O enfarte, a trombose, a hemiplegia, o
câncer penosamente suportado, a senilidade prematura e outras calamidades da
vida orgânica constituem, por vezes, dores-auxílio, para que a alma se recupere
de certos enganos em que haja incorrido na existência do corpo denso,
habilitando-se, através de longas reflexões e benéficas disciplinas, para o
ingresso respeitável na Vida Espiritual.
Druso,
no entanto, a essa altura, foi chamado a outras linhas de ação, deixando-nos
entregues aos nossos pensamentos.
QUESTÕES
PARA ESTUDO
1) Como
podemos entender a relação mente/corpo, no que diz respeito ao estado de
equilíbrio ou desequilíbrio deste último?
2) Como
definir o "regime de sanções", a que se refere Druso?
3)
Segundo o ensinamento do mentor, qual a importância da dor para o progresso do
espírito? Como o mentor classifica a dor, segundo os seus objetivos?
4)
" ... a alma ressurge no equipamento físico transportando consigo as
próprias falhas a se lhe refletir na veste carnal." Esta conseqüência é
inevitável ou há como ser atenuada?
5) Que
ensinamentos podemos extrair das seguintes assertivas do mentor:
a)
" O bem constitui sinal de passagem livre para os cimos da Vida Superior,
enquanto que o mal significa sentença de interdição, constrangendo-nos a
paradas mais ou menos difíceis de reajuste."?
b)
" Entretanto, ainda mesmo que não pedíssemos a aplicação das penas de que
necessitamos, nossa posição não se modificaria, porquanto a prática do mal
opera lesões imediatas em nossa consciência, que, entrando em condição
desarmônica, desajusta, ela própria, os centros de força em que se mantém.
Desse modo, os nossos institutos de trabalho para a reencarnação colaboram para
que todos venhamos a receber na ribalta terrestre a vestimenta carnal
merecida."?
Conclusão:
QUESTÕES
PARA ESTUDO
1) Como
podemos entender a relação mente/corpo, no que diz respeito ao estado de
equilíbrio ou desequilíbrio deste último?
Hoje já
se sabe que a mente não pertence ao cérebro e o cérebro não explica a
mente, embora exista uma interação entre os dois.
A mente
é uma entidade independente e não é um órgão. Ela acontece pelo cérebro, mas
não pertence a ele e muito menos é uma segregação cerebral. Assim, se a nossa
mente independe do cérebro, então a mente sobrevive ao cérebro. Segundo Clóvis
Nunes: "Pesquisadores concluíram que o cérebro não gera pensamento e não
explica a mente. O pensamento ocorre no cérebro, mas não pertence a ele, da
mesma forma que a fala acontece ao telefone e não é o telefone que fala. A fala
é que fala pelo telefone. Então, não é o cérebro que pensa. O pensamento é que
pensa pelo cérebro. Portanto, a mente, consciência, o espírito hoje são
palavras quase sinônimas no campo da ciência moderna". Ele ainda diz que
"A mente pré-existe ao nascimento do cérebro, comanda todo cérebro, mas
sobrevive à dissolução cadavérica do cérebro. a mente é eterna, o cérebro
não. O cérebro nasce, cresce, atinge a sua plenitude, entra em decadência,
degenera e morre. Mas a mente sobrevive."
Tal
explicação vem corroborar com a orientação que nos dá o instrutor neste
capítulo, indo ele, instrutor, mais além, nos informando acerca da
responsabilidade, posto que qualquer alteração na mente, seja de que ordem for,
irá repercutir no corpo físico e no perispírito. O instrutor é claro ao dizer
que: _·É indispensável compreendamos que todo mal por nós praticado
conscientemente expressa, de algum modo, lesão em nossa consciência e
toda lesão dessa espécie determina distúrbio ou mutilação no organismo que nos
exterioriza o modo de ser. Em todos os planos do Universo, somos espírito e
manifestação, pensamento e forma.
2) Como
definir o "regime de sanções", a que se refere Druso?
Sofremos
as sanções inexoráveis e infalíveis da Lei de Ação e Reação ou Lei de Causa ou
Efeito. O nosso passado se mantém vivo dentro de nós ditando, segundo a Lei do
equilíbrio universal as correições precisas para o justo cumprimento da vontade
de Deus; ou seja, regime de sanções seria as limitações necessárias ao nosso
crescer espiritual. Uma forma de frear em nós as tendências milenares com as
quais vimos repetindo os padrões de comportamentos. Seria como limitações
orgânicas que visam o despertar em nós do compromisso espiritual.
3)
Segundo o ensinamento do mentor, qual a importância da dor para o progresso do
espírito? Como o mentor classifica a dor, segundo os seus objetivos?
Segundo
Druso, a dor é o mecanismo que utilizamos para evoluir.
Ele as
classificou como sendo três tipos de dores:
DOR-EVOLUÇÃO:
como ainda habitamos um mundo de provas e expiações, a temos. Ela vem de fora
para dentro. Acomete tanto nós, humanos, como os animais e as plantas;
DOR-EXPIAÇÃO:
é quando "colhemos o que plantamos". Vem de dentro para fora, só nós
a temos, devido à nossa consciência, inteligência e livre arbítrio.
DOR-AUXÍLIO:
quando saímos dos eixos, amigos espirituais nos dão uma mãozinha. Segundo
Druso, se caracterizam pelas prolongadas e dolorosas enfermidades no envoltório
material, seja para evitar-nos a queda no abismo da criminalidade ou, mais
freqüentemente, para o serviço preparatório da desencarnação, a fim de que não
sejamos colhidos por surpresas arrasadoras na transição da morte. Ele dá alguns
exemplos, como enfartes, câncer etc.
E como
importância da dor ele fala de misericórdia e não de punição.
4)
" ... a alma ressurge no equipamento físico transportando consigo as
próprias falhas a se lhe refletir na veste carnal." Esta conseqüência é
inevitável ou há como ser atenuada?
A cura
do espírito é inevitável uma vez que não podemos desfazer nossas ações
anteriores, mas nos é possível suavizar as provas, de várias formas,
aceitando-as, mantendo em nós a abnegação e a resignação , tendo fé e a certeza
da Lei Maior, exercitando a oração e trabalhando no bem, fazendo com que nossas
ações sejam ações de caridade e fraternidade, nos modificando, nos
transformando, nos reformando interiormente e não nos esquecendo de que o Amor
sempre prevalece.
5) Que
ensinamentos podemos extrair das seguintes assertivas do mentor:
a) “O
bem constitui sinal de passagem livre para os cimos da Vida Superior, enquanto
que o mal significa sentença de interdição, constrangendo-nos a paradas mais ou
menos difíceis de reajuste."?
Após a
passagem entre planos a criatura irá tomar consciência do espírito imortal que
é; e neste processo que nos encontraremos verdadeiramente conosco, com nossos
reais sentimentos e ações. Não basta, pois, o externar fé, o externar bondade,
externar solidariedade, externar fraternidade, externar amor; mas sim o mais
importante é sentir , é crer ; é vivenciar a caridade, a fraternidade; pois
será de nossas vivências anteriores de Amor Real, de ação no bem, que a lei de
ação e reação se dará.
b)
" Entretanto, ainda mesmo que não pedíssemos a aplicação das penas de que
necessitamos, nossa posição não se modificaria, porquanto a prática do mal
opera lesões imediatas em nossa consciência, que, entrando em condição
desarmônica, desajusta, ela própria, os centros de força em que se mantém.
Desse modo, os nossos institutos de trabalho para a reencarnação colaboram para
que todos venhamos a receber na ribalta terrestre a vestimenta carnal
merecida."?
Herdamos
nossa própria história. Enquanto estamos no processo evolutivo esquecemos nosso
passado, mas ele vive em nós e está impregnado em nós, ainda que não tenhamos
uma consciência visível dele, ele está presente. Carregamos em nós mesmos as
consequências de todos os nossos atos praticados contra o próximo e consequente
contra nós mesmos. E mediante isso a lei Divina se impõe e se faz presente nas
nossas provas e expiações. Não existindo, pois, vítimas da vida ou vítimas de
amaldiçoamentos, pois podemos ser apenas resultado de nossos próprios atos e
pensamentos, e cujo resultado se dará de forma mais suave ou menos suave quanto
às provas a serem vivenciadas através de nossas próprias escolhas. Para tanto,
Deus nos concedeu o livre-arbítrio, que nos permite escolhermos o caminho que
nos levará à perfeição possível ou não, mas também, amoroso que é, nos concedeu
retomar o caminho através da concessão da reencarnação e da causa e efeito,
grandes professores na escola da evolução.
Equipe
CVDEE
Sala
André Luiz
Coordenação:
eqpal@cvdee.org.br
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