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quarta-feira, 15 de abril de 2015

A OVELHA PERDIDA / A DRACMA PERDIDA


INDICE




OBJETIVO DO TEMA

Ø     ;
Ø     ;

BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL


O Evangelho Segundo o Espiritismo – (Allan Kardec)
Capitulo
O Livro dos Espiritos – (Allan Kardec)
Questões

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR





AS PARÁBOLAS DE JESUS À LUZ DAS LEIS MORAIS


MATERIAL DE APOIO AOS EXPOSITORES DA USERP  AGOSTO 2009

EDEGAR TÃO  Edegar.tao@mac.com

AS PARÁBOLAS DA OVELHA PERDIDA e DA DRACMA PERDIDA

A PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA  LUCAS 15:37

“Então, lhes propôs Jesus esta parábola:
Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?
Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo.
E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendolhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.”

A PARÁBOLA DA DRACMA PERDIDA  LUCAS 15:810

“Ou que mulher há que, tendo dez dracmas, e, perdendo uma, não acenda a candeia e não varra a casa, e não a busque com muito empenho, até que a ache? E que, depois de a achar, não convoque as suas amigas e vizinhas, para lhes dizer: Congratulaivos comigo, porque achei a, dracma que tinha perdido?
Assim vos digo eu que haverá júbilo entre os anjos de Deus por um pecador que faz penitência.

CONTEXTUALIZANDO...

Instantes antes de proferir as parábolas, conforme narra o Evangelho de Lucas:

Jesus recebe os pecadores

“Aproximavamse de Jesus todos os publicanos e pecadores para ouvir. E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles.” Lucas 15:12

Mais uma vez, fariseus e escribas, criticam o comportamento de Jesus ao vêlo entre os publicanos, meretrizes e outros considerados pecadores.

Lembremos que os fariseus formavam numeroso e influente grupo. Legalistas rigorosos, defendiam a rígida observância da letra, das formas da Lei e das tradições, mas na sua maioria, eram conhecidos pelo orgulho, cobiça, crueldade, justiça própria e hipocrisia.

Os escribas, por outro lado, eram copistas dos textos sagrados e também encarregados de ensinar a Lei. Se posicionavam como peritos na interpretação e aplicação da Lei, e em outras Escrituras do Velho Testamento.

As tradições orais cresciam continuamente e o estudo das escrituras desenvolveu excessivo rigor para com detalhes menores, onde a obsessão pelas letras rompia a essência das mensagens na sua origem.

Jesus narra em Marcos 7:68:

“Respondeulhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito:

Este povo honrame com os lábios, mas seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.
Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens”.
Os publicanos prestavam serviços ao Império Romano e não formavam grupo religioso ou político. Eram desrespeitados e odiados pelos judeus, em manifestações explícitas de preconceito e segregação, que os consideravam tão pecadores quanto as meretrizes.

QUEM SÃO OS NECESSITADOS  MATEUS 9:1013

“E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaramse juntamente com Jesus e seus discípulos. E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? Jesus, porém, ouvindo, disselhes:
Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento”.

O BOM PASTOR  JOÃO 10:711

“Tornou, pois, Jesus a dizerlhes: Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.

Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvarseá, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.

Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.”

“Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.
Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas.

Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.”

“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheçoas, e elas me seguem; E doulhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão.

Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatálas da mão de meu Pai.”

AS IMAGENS DAS PARÁBOLAS

Como já estudamos em outras ocasiões, Jesus utilizase das parábolas para seus ensinamentos, oportunizando valiosas lições que identificamse com seus ouvintes, traçando elementos simples, lúdicos e naturais ao cotidiano do povo daquela época. Estas imagens e as circunstâncias em que são apresentadas formam o veículo de ligação para as verdades celestiais que Jesus anunciava.

Entre outras, as imagens de ovelhas e pastores, assim, ancoravam com naturalidade as idéias e sentimentos que Jesus semeava no coração de todos.
As ovelhas são animais frágeis que necessitam de orientação e indicação do caminho, alguém que as proteja e alimente, cuidando e livrandoas do perigo; dirigindoas ao aprisco seguro.

Profundamente dóceis, as ovelhas não possuem nenhum mecanismo natural de defesa, sendo comumente associadas à idéia de brandura e inocência.
Sociais, em grupo se protegem, mantendose coesas e fortalecidas nos blocos que formam.

Isoladas, porém, são presas vulneráveis sucumbindo facilmente às armadilhas dos predadores que as espreitam.

Sem o pastor e os cuidados que dele advém, nada podem.

O Pastor responsabilizase pelas ovelhas de seu rebanho. Desta forma, deve ele cuidar de todas elas, dedicando atenção, carinho e vigilância; localizando as melhores pastagens, as fontes de água fresca e cristalina, os locais mais seguros e tudo o mais que seja necessário a fim de que as ovelhas vivam saudáveis.

PRIMEIRAS CONSIDERAÇÕES

Segundo Rodolfo Calligaris, em Parábolas Evangélicas:

As cem ovelhas totalizam o domínio universal de Deus, as humanidades espalhadas pelas infinitas moradas da casa do pai;
A ovelha desgarrada somos nós, espíritos rebeldes às Leis de Deus e que buscam, através do desvio, alimento às suas paixões;
O pastor dessa ovelha é Jesus, o governador do planeta Terra;
A ovelha desgarrada se perde, pois é atraída pelas ervas tenras de certas regiões, afastase cada vez mais do pastor, a ponto de não mais poder ouvirlhe a voz, quando, à tarde, ele recolhe todas as outras ovelhas para o retorno ao aprisco.
“Também nós outros, em nossa jornada evolutiva, temonos transviado pelas desordens do apetite. Deixamonos seduzir pelo mundanismo; andamos à cata de gozos e conquistas materiais; familiarizamonos com os vícios, que se degeneram em maus costumes; entregamonos às paixões e aos excessos de toda a. ordem; movidos pela ambição, enveredamos, muitas vezes, pelos ínvios caminhos do crime; desorientamonos, afinal, em tão sinuoso labirinto, e, entregues ao desespero, já não atinamos como voltar para a companhia de nossos irmãos situados em melhor plano.
Asseguranos, porém, a parábola, que não ficaremos perdidos para sempre, pois Jesus, “o bom pastor, que dá a própria vida pelas suas ovelhas” (João, 10:11), virá a nossa procura, até que nos encontre e nos ponha a salvo”.



À LUZ DAS LEIS MORAIS - A OVELHA PERDIDA


619. A todos os homens facultou Deus os meios de conhecerem sua lei?

“Todos podem conhecêla, mas nem todos a compreendem. Os homens de bem e os que se decidem a investigála são os que melhor a compreendem. Todos, entretanto, a compreenderão um dia, porquanto forçoso é que o progresso se efetue.”

621. Onde está escrita a lei de Deus?

“Na consciência.”

621a) — Visto que o homem traz em sua consciência a lei de Deus, que necessidade havia de lhe ser ela revelada?

“Ele a esquecera e desprezara. Quis então Deus lhe fosse lembrada.”

766. A vida social está em a Natureza?

“Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.”

767. É contrário à lei da Natureza o isolamento absoluto?

“Sem dúvida, pois que por instinto os homens buscam a sociedade e todos devem concorrer para progresso, auxiliandose mutuamente.”

768. Procurando a sociedade, não fará o homem mais do que obedecer a um sentimento pessoal, ou há nesse sentimento algum providencial objetivo de ordem mais geral?

“O homem tem que progredir. Insulado, não lhe é isso possível, por não dispor de todas as faculdades...”

907. Será substancialmente mau o princípio originário das paixões, embora esteja na natureza?

“Não; a paixão está no excesso de que se acresceu a vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem leválo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal.”

908. Como se poderá determinar o limite onde as paixões deixam de ser boas para se tornarem más?

“As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado e que se torna perigoso desde que passe a governar. Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixais de poder governála e que dá em resultado um prejuízo qualquer para vós mesmos, ou para outrem.”

785. Qual o maior obstáculo ao progresso?

“O orgulho e o egoísmo...”

787. Não há raças rebeldes, por sua natureza, ao progresso?
“Há, mas vão aniquilandose corporalmente, todos os dias.”

787a) — Qual será a sorte futura das almas que animam essas raças?

“Chegarão, como todas as demais, à perfeição, passando por outras existências. Deus a ninguém deserda.”

779. A força para progredir, haurea o homem em si mesmo, ou o progresso é apenas fruto de um ensinamento?

“O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente. Mas, nem todos progridem simultaneamente e do mesmo modo. Dáse então que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, por meio do contacto social.”

781. Tem o homem o poder de paralisar a marcha do progresso?

“Não, mas tem, às vezes, o de embaraçála.”

909. Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?

“Sim, e, freqüentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! quão poucos dentre vós fazem esforços!”

803. Perante Deus, são iguais todos os homens?

“Sim, todos tendem para o mesmo fim e Deus fez suas leis para todos. Dizeis freqüentemente: ‘O Sol luz para todos’ e enunciais assim uma verdade maior e mais geral do que pensais.”


À LUZ DAS LEIS MORAIS - O PASTOR


910. Pode o homem achar nos Espíritos eficaz assistência para triunfar de suas paixões?

“Se o pedir a Deus e ao seu bom gênio, com sinceridade, os bons Espíritos lhe virão certamente em auxílio, porquanto é essa a missão deles.”

624. Qual o caráter do verdadeiro profeta?

“O verdadeiro profeta é um homem de bem, inspirado por Deus. Podeis reconhecêlo pelas suas palavras e pelos seus atos. Impossível é que Deus se sirva da boca do mentiroso para ensinar a verdade.”

625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?

“Jesus.”

886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

“Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”

918. Por que indícios se pode reconhecer em um homem o progresso real que lhe elevará o Espírito na hierarquia espírita?

“O Espírito prova a sua elevação, quando todos os atos de sua vida corporal representam a prática da lei de Deus e quando antecipadamente compreende a vida espiritual.”

CONCLUSÃO

“Das ovelhas que meu Pai me confiou, nenhuma se perderá”

Todos chegaremos à perfeição relativa que nos está destinada. Todos temos, portanto, a mesma destinação. Todos seremos “salvos” e é a Lei do Progresso que nos impulsiona aos aprendizados que nossas existências exigirão.

Os justos já erraram antes; quem erra hoje será o justo de amanhã, sendo sempre um momento de alegria a chegada ao aprisco de um pecador que se arrepende e recomeça nova construção de sua vida.


A DRACMA PERDIDA -


Em Torno Do Mestre – (Vinicius – Pedro de Camargo)

"Qual é a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma, não acende a candeia, não varre a casa e não a procura diligentemente até achála?
"Quando a tiver achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo:
"Regozijaivos comigo, porque encontrei a dracma que havia perdido.
"Assim, digovos, há grande júbilo entre os anjos de Deus por um pecador que se arrepende."
A parábola supra faz parte da tríade parabólica onde figura, a seu lado, a do Filho Pródigo e a da Ovelha Tresmalhada.
Todas encerram o mesmo ensinamento, revelam o mesmo axioma inconteste, que o Espiritismo vem rememorar: a unidade do destino.
Essas parábolas nos fazem vislumbrar esta verdade, da mais subida importância: a justiça de Deus é misericórdia e a sua misericórdia é justiça.
Ao homem é difícil apreender perfeitamente este asserto, dado o conceito errôneo que neste mundo se faz de justiça e de misericórdia.
Tais predicados, para a maioria, são entre si incompatíveis; quando um deles atua, o outro permanece inerte.
De fato, é assim que os homens procedem, quando supõem fazer justiça, ou usar de misericórdia. Em Deus, justiça e misericórdia se identificam, concomitantemente, ao mesmo tempo, sem nenhuma incompatibilidade, embebendose uma na outra.
Para firmar esta asserção em nosso espírito, basta considerarmos que não pode haver conflito entre as virtudes.
Todas as virtudes são modalidades duma só virtude, que é o amor.
Elas se completam em seus aspectos multiformes.
A divergência — e divergência irredutível — verificase entre as virtudes e o vicio, o bem e o mal, a luz e as trevas.
A unidade do destino resulta da unidade entre a justiça e a misericórdia divinas.
O justo foi pecador, o pecador será justo.
Daí porque há grande júbilo entre os anjos (justos) por um pecador que se arrepende.
Dito isto sobre a idéia central da parábola vertente, analisemola através dos pormenores de sua urdidura.
Já dissemos que Jesus formulou três parábolas, colimando o mesmo objetivo.
Todavia, estudandoas separadamente, vamos descobrir ensinos diversos que, a par da idéia central, comum nesta trilogia, aparecem como acessórios mui preciosos.
A personagem em destaque neste apólogo é a mulher, dona de casa.
Ela perde uma dracma das dez que tinha em mãos.
Incomodase, afligese seriamente com o sucedido, procurando sanar o mal de que se reconhece culpada.
Rebusca diligentemente os escaninhos, remove os trastes que guarnecem os aposentos, até que encontra a moeda desaparecida.
Rejubilase com o resultado de suas pesquisas e, dando expansão à sua grande alegria, comunica o fato às vizinhas para que participem do seu justo contentamento.
Ora, porque Jesus usou dessa semelhança?
Porque comparou o zelo divino na salvação das almas com o zelo da mulher na função de economia do lar?
Naturalmente porque é essa a missão da mulher no seio da sociedade.
Da maneira como se desempenha desse papel depende a tranquilidade e o bemestar da família.
Mais ainda: resulta do seu zelo no cumprimento dos deveres domésticos a estabilidade e a segurança social.
Saber gastar é tão importante como saber ganhar.
Se são necessários certos requisitos e predicados para ganhar, outros, não menos importantes, são precisos para aplicar o que foi ganho.
O desequilíbrio das finanças domésticas, fonte de desventuras e até do esfacelamento de muitos lares, tem origem, muitas vezes, no descaso ou na má aplicação dada pela mulher às receitas de que pode dispor.
Qual a mulher, pergunta Jesus, que, tendo dez dracmas e perdendo uma, não faz tudo que pode para encontrála? Essa interpelação dá lugar a considerarse como anormal a mulher que não denota naturalmente aquele ardor e aquele zelo no desempenho de sua missão de mantenedora do equilíbrio financeiro do lar.
Exemplifiquemse, portanto, neste ensinamento as mulheres e também os homens.
A mulher, no sentido de se desobrigar com o devido escrúpulo e critério do elevado cargo que lhe compete na ordem social.
O homem, no que respeita à consideração e ao merecimento em que deve ter o trabalho da mulher, trabalho esse tão, ou, quiçá, mais meritório que o seu, do qual tanto ele se ufana e tanto se orgulha.


A PARÁBOLA DA DRACMA PERDIDA


(Lucas, capítulo 15º, versículos 8 a 10)

HISTORIAS QUE JESUS CONTOU – (CLOVIS TAVARES)


Uma pobre mulher tinha dez dracmas.
Era toda a sua riqueza...
A dracma era uma pequena moeda grega, que tinha valor também na terra de Jesus, pois muitos filhos da Grécia lá viviam e usavam essa moeda.
A pobre mulher possuia dez moedinhas gregas.
Guardavaas com cuidado, pois era zelosa de seus deveres e aquela pequena quantia estava destinada ao pagamento de suas despesas no lar.
Ela não ficou sabendo como, mas, a verdade éque, quando abriu o cofrezinho, onde guardava o dinheiro, só encontrou nove moedas.
Para onde teria ido a que faltava?
Acendeu a candeia de barro e procuroua em sua casinha.
Remexeu as roupas, arrastou a pequena mobília e buscou a vassoura.
Varreu toda a casa, em busca da moedinha que lhe era tão útil e necessária.
Finalmente, depois de muito procurar e muito varrer, encontrou sua dracmazinha perdida. Que alegria! Agora poderia pagar todas as suas pequenas dívidas...
Não estava mais preocupada: achou sua moedinha desaparecida e novamente a colocou junto das outras nove, na caixinha de madeira.
Ficou tão contente com o encontro, que contou o caso às suas amigas vizinhas que também eram pobres, e para quem uma pequena moeda fazia igualmente muita falta.
E dizia às suas vizinhas:  Minhas amigas, alegremse comigo, porque achei a minha dracma que se havia perdido.
Assim também — diz Jesus no Evangelho — há muita alegria entre os anjos de Deus quando um pecador se arrepende dos erros cometidos. *
Esta parábola, filhinho, como as duas anteriores — do Filho Pródigo e da Ovelha Desgarrada — também quer levar nossa alma ao arrependimento de nossas faltas.
A história nos mostra que existe um Deus de Bondade que quer salvarnos de nossos erros e pecados.
Se uma pobre mulher, ao perder uma pequena moeda, se esforça para encontrála e não descansa enquanto não a acha, também Deus, meu filho, nos procura, sem cessar, nos quartos escuros de nossas vidas.
Também Deus acende uma candeia e nos ilumina, pois, nós somos Suas “dracmas perdidas”.
Ele quer encontrarnos, Ele nos quer para Si Mesmo, para o seu Reino, para a Felicidade Eterna que nos reserva.
É por isso, filhinho, que o Céu tanto se preocupa em iluminar a Terra.
É por isso que Deus possui um imenso exército de Benfeitores Celestiais — que são os Bons Espíritos, os Espíritos da Luz e do Bem —que, incessantemente, nos inspiram seus bons pensamentos, ajudandonos sempre e ensinandonos a Vontade Divina em suas mensagens.
Os Benfeitores Espirituais são como que as candeias de Deus.
E nós as dracmas perdidas. Nós estamos no chão, na poeira de nossos erros, longe da Luz e da Verdade.
Mas, os Benfeitores Espirituais, as candeias de Deus, nos iluminam.
Se nós nos entregarmos em suas mãos, se aceitarmos sua Luz e nos arrependermos sinceramente de nossas faltas, eles nos tomam sob sua guarda — eles nos “acham” — e se alegram muitissimo com a nossa regeneração.
Há, então, muita alegria no Céu, entre nossos Benfeitores Espirituais, porque nossas almas sairam da escuridão do erro, aceitaram a Luz da Verdade e voltaram para as mãos de Deus. Que você, querida criança, pense bem, medite sinceramente sobre esta parábola.
Se você se sente uma “dracmazinha perdida” (isto é, se você reconhece seus defeitos e imperfeições), não se esconda da Luz da Verdade, que está em Jesus Cristo.
Deixe que os Mensageiros Divinos, que são as Lâmpadas do Céu, “achem” você, para fazer de sua alma arrependida uma alma pura, bondosa e obediente a Deus.
Se você proceder assim, dará muita alegria a eles e será imensamente feliz.


A DRACMA E A OVELHA

ELUCIDAÇÕES EVANGELICAS – (ANTONIO L SAYÃO)


Dracma perdida  MATEUS, 18º, 12 ao 14.

Ovelha desgarrada  LUCAS, 15º, 1 ao 10.

MATEUS: capítulo 18º, versículos :

12. Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas e uma delas se desgarra, ele não deixa as outras noventa e nove nos montes para ir procurar a que se desgarrou?

13. E se acontece que a encontre, em verdade vos digo que essa ovelha lhe dará mais alegria que as outras noventa e nove que não se extraviaram.

14. Assim, não é da vontade de meu pai que está nos céus que pereça um só que seja destes pequeninos.

LUCAS: capítulo 15º, versículos:

1. Os publicanos e os pecadores se aproximaram de Jesus para ouvilo.

2. E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este homem recebe os pecadores e come com eles.

3. Jesus então lhes propôs esta parábola:

4, Qual dentre vós aquele que, tendo cem ovelhas e perdendo uma, não deixará as outras noventa e nove no deserto, para ir procurar a que se perdeu até achála?

5. E que, encontrandoa, não a carregará aos ombros cheio de alegria?

6. Esse tal, voltando a casa, reúne seus amigos e vizinhos e lhes diz: Congratulaivos comigo, pois achei a minha ovelha que se perdera.

7. Eu vos digo que, igualmente, mais alegria haverá no céu por ter um pecador feito penitência do que por causa de noventa e nove justos que não precisam fazer penitência.

8. Ou, qual a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma, não acende a sua candeia, não varre a casa e não procura com cuidado a moeda até a encontrar?

9. Uma vez que a encontre, ela reúne suas amigas e vizinhas e lhes diz: Regozijaivos comigo, pois encontrei a dracma que havia perdido.

10. Do mesmo modo, haverá, eu vos digo, grande júbilo entre os anjos de Deus por um pecador que faça penitência.

(117) O mesmo é o pensamento que ditou as parábolas da ovelha desgarrada e da dracma perdida. Visam ao mesmo fim os ensinamentos que derivam de ambas.
Apenas, a da dracma objetiva, de modo especial, os pobres a quem Jesus se dirigia.
Ele viera em socorro dos que fraquejam, ou que, apavorados com os obstáculos do caminho, retrocedem.
O pai de família cuida com ternura do filho doente e o coração se lhe alvoroça de ventura, quando o vê restabelecido.
Foi o que fez o Filho bemamado do Pai, durante a sua missão terrena.
Era o que fazia, antes que descesse a desempenhar essa missão, desde que o homem surgiu no planeta, o que continuou a fazer, depois do desempenho daquela missão, e faz ainda agora, por intermédio dos Espíritos do Senhor, que sempre trabalharam e trabalham pelo progresso da nossa Humanidade.
Todos os seus cuidados se hão sempre concentrado e concentram nas suas ovelhas; exerce, porém, maior vigilância sobre as que sofrem e as que um mau pastor deixou se perdessem.
Ele as procura e, quando a sua voz amorosa chega a ecoar no coração daquela que se perdera, oh! então, o bom pastor corre para essa que respondeu ao seu chamamento e, tomandoa nos braços, a reconduz ao aprisco, para que não mais se aparte do rebanho. Não é da vontade de meu Pai que está nos céus que nenhum destes pequeninos pereça.
Quer isto dizer que nenhuma criatura do Senhor permanecerá afastada dele; todas, mais cedo ou mais tarde, se irão reunir a seus pés.
Cumpre, pois, trabalhemos, para que, quanto antes, possamos obter o lugar que nos está reservado na vida eterna; isto é, para que o mais depressa possível entremos nessa existência ditosa, onde tudo é atividade, caridade, amor, ciência e progresso.
Se os “príncipes da Igreja” quisessem compreender as palavras de Jesus, certamente não insistiriam em pregar a condenação a penas eternas e a queda dos anjos, duplo erro que o progresso das inteligências e a consciência moderna já condenaram como falsidades, monstruosidades, em face da onipotência, da justiça, da bondade e da misericórdia infinita de Deus, Pai de todos, Criador de tudo o que existe, cujo amor universal, infinito, abrange todas as criaturas; de Deus, que olha com paternal afeto, tanto para o mais pequenino animálculo, como para o rei da Terra.
É um duplo erro que a Nova Revelação vem condenar em nome de Jesus, por intermédio dos Espíritos do Senhor, órgãos do Espírito da Verdade.
Quanto ao símile da moeda perdida e achada, perfeitamente se justifica que Jesus se haja servido dele, desde que atentemos em que as suas palavras eram dirigidas a pobres, para os quais a mais insignificante quantia tem grande importância, pelas dificuldades com que logram ganhála.
Nada mais natural, portanto, do que a figurada alegria da mulher, ao encontrar a dracma cujo desaparecimento representaria talvez a perda de uma parte do trabalho exaustivo a que se entrega o marido, para dar sustento a uma porção de míseros filhinhos.
Assim, o sentimento da mulher, na parábola, sentimento que é desta o mecanismo, tem o maior interesse, porque visa tornar compreensível à classe pobre que tudo o que estiver perdido, do ponto de vista espiritual, deve ser buscado com ardor igual ao que a anima a procurar uma moeda de pequeno valor e deve causar, quando encontrado, alegria idêntica à que produz o acharse a moeda que se perdera.
Daí decorre que o arrependimento por havermos desprezado as virtudes e, conseguintemente, por termos alimentado os vícios que as substituíram, constitui o meio e o caminho de tornarmos a encontrar o que se perdera e fará que nos sirvamos do que havíamos perdido e de novo achamos, para alimentar nossa alma, a fim de que progrida moral e intelectualmente.
Quão grande não será a alegria que, assim fazendo, proporcionaremos aos nossos protetores, aos nossos guias, aos Espíritos do Senhor, anjos de Deus, na frase do nosso Divino Mestre, Jesus Cristo!
(117) 1ª Epístola à Pedro, 2º, 10, e 25.


PARÁBOLA DA DRACMA PERDIDA


PARABOLAS E ENSINOS DE JESUS – (CAIRBAR SCHUTEL)


“Qual é a mulher que tendo dez dracmas e perdendo uma, não acende a candeia, não varre a casa e não a procura diligentemente até achála? Quando a tiver achado, reúne as suas amigas e vizinhas, dizendo: Regozijaivos comigo, porque achei a dracma que tinha perdido! Assim, digovos, há júbilo na presença dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.”  (Lucas, XV, 810.)

O principal escopo de Jesus, durante toda a sua existência na Terra, foi demonstrar aos homens a Imortalidade da Alma, a Vida Eterna, a bondade, a misericórdia, a solicitude desse Deus, que Ele anunciava, para com todas as suas criaturas. Nunca o Mestre exigiu de seus discípulos holocaustos e sacrifícios.
O que Ele queria é que o amassem, que cressem na sua Palavra e confiassem no Pai, que ele tinha vindo anunciar, Pai criador e zelador de toda a sua criação, de todas as suas obras; que veste os lírios e as açucenas, e alimenta os passarinhos; que procura a ovelha perdida; que recebe o filho pródigo, e que sente grande contentamento quando um de seus filhos para Ele se volta e lhe solicita os benefícios de que necessita para sua ascensão espiritual!
Para bem gravar os Seus ensinos na imaginação de seus ouvintes, o Mestre amoroso, sempre que se lhe oferecia ocasião, fazia comparações servindose de ocorrências que se verificavam todos os dias, exaltando assim os impecáveis atributos de Deus.
A Parábola da Dracma Perdida, que não passa de um simples episódio, em que Jesus reuniu às exortações que fez certa vez aos publicanos e pecadores, compara Ele a alegria que há no Mundo Espiritual, na presença dos Mentores, quando um pecador (5) se arrepende, com a alegria que tem uma mulher ao achar 315 réis (uma dracma) , que havia perdido!
E faz ver que, pela mesma forma que a mulher, ao perder a dracma, acende a candeia, varre a casa e procuraa diligentemente até achála, também Deus emprega todos os meios que sabiamente sugere aos Espíritos seus Mensageiros para encontrar a sua dracma, ou seja o pecador que se perdeu, a fim de ser ele restituído à casa paterna.
O Deus de Jesus, como se vê, é o Deus sábio e benevolente, o Deus amoroso e caritativo, e não o “Deus” pródigo, cioso, vingativo e mau, ensinado pelas religiões humanas, pelos sacerdotes. É isto que quer a parábola: exaltar a bondade e o amor de Deus, que em nós desperta princípios de sabedoria, para nos aproximarmos do Supremo Senhor.


PARÁBOLA DA OVELHA E DA DRACMA PERDIDAS


O EVANGELHO DA MENINADA – (ELISEU RIGONATTI)

Como vocês terão percebido, das coisas simples Jesus tirava grandes lições.
Acontecia que publicanos e gente de má vida se aproximavam dele para ouvi-lo e ele os acolhia a todos, de boa vontade.
Mas os fariseus e os escribas murmuravam dizendo:
— “Este recebe os pecadores e come com eles”.
Jesus então lhes contou a seguinte parábola:
— “Um pastor nos prados pastoreava o seu rebanho de cem ovelhas. Súbito notou que tinha perdido uma. O que fez? Deixou as noventa e nove em lugar seguro e foi procurar a que se havia perdido. E quando a achou, carregou-a nos ombros, cheio de alegria, Vocês não teriam feito o mesmo? Portanto, eu lhes afirmo que no céu há mais alegria por um pecador que entra no bom caminho, do que por noventa e nove justos que não precisam de salvação”.
E dona Lina nos explicou que Jesus é esse pastor que desceu dos prados celestes, isto é, do seu mundo luminoso, para vir até a Terra procurar suas ovelhas perdidas que somos todos nós.
— Eis uma outra parábola de Jesus:
— “Uma mulher tinha dez dracmas”.
— O que é dracma, dona Lina? perguntou a Cecilia.
— Dracma era uma moeda grega que corria no Oriente, no tempo de Jesus.
— “Se essa mulher perder uma de suas dracmas, não a procurará pela casa toda até encontrála?
E quando a encontrar, não ficará muito alegre?
Assim eu lhes digo que haverá muito júbilo nos céus por um pecador que fizer penitência”.
— O que é fazer penitência, dona Lina? perguntou o João André.
— Pecador é toda a pessoa que pratica o mal...
— Então o Juquinha é pecador, dona Lina! atalhou a Joaninha.
Juquinha olhou feio para ela, e dona Lina, afetando preocupação, perguntoulhe:
— E por que o Juquinha é pecador, Joaninha?
— Porque outro dia eu passei em frente da casa dele, e ele estava sentado na sarjeta judiando duma minhoca.
Ele arranjou umas formigas e atiçouas contra a coitada que se contorcia de dor.
— Mas uma minhoca não vale nada! exclamou o Juquinha, tentando defenderse.
— Como não? disse dona Lina.
Ë uma criatura de Deus como outra qualquer e além do mais, inofensiva.
Fazer penitência é arrependerse do mal que se fez e passar a praticar somente o bem.
Aqui estamos na presença de dois pecadores.
Arregalamos os olhos. Quais seriam os dois pecadores?
E dona Lina, severa:
— Um deles é o Juquinha: não devia ter maltratado a minhoca.
O outro é Joaninha: mostrou ser linguaruda.
É um péssimo defeito esse de andar contando o que vemos os outros fazerem.
Vou passar uma penitência a cada um.
Você, Juquinha, cada vez que encontrar em seu caminho uma minhoca vai póla a salvo na terra fofa, para que ela cuide de sua vidinha.
E você, Joaninha, sempre que tiver vontade de contar novidades dos outros, vai morder a ponta da língua e ficar bem caladinha.
Ambos prometeram obedecer, porém o Juquinha se regalou todo com a repreensão que a Joaninha levou e mais ainda por ela ter ficado meio desapontada.
Em seguida à prece pelos doentes, retiramonos em boa paz.


A DRACMA PERDIDA


Luc. 15:810

8. "Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma não acende acandieiro, varre a casa e a procura diligentemente até achála?

9. E achandoa convoca as amigas e vizinhas, dizendo: alegraivos comigo porque acheia dracma que perdera.

10. Assim, digovos, há alegria na presença dos mensageiros de Deus por um errado quemuda sua mente.

"Repetese o mesmo motivo que na parábola da ovelha que se tresmalhou, e que será sublinhado a seguir na do "filho pródigo", com pormenores sempre diferentes em cada caso.
O exemplo aqui trazido à balha é de uma dona de casa, que conseguira pequena economia de dez "dracmas".
A dracma não era moeda palestinense, mas, embora grega, tinha curso corrente em qualquermercado oriental, como o dólar de hoje.
Era de prata e pesava, nessa época, quatro gramas e meio,equivalendo ao salário de um dia de trabalho.
Inconformada com a perda de uma das moedas, munese de um candieiro, varre a casa, revolve tudo,até achála.
Depois, alegre com o que só tinha importância para ela mesma, não resiste à tagarelicefeminina e vai comentar o fato com as vizinhas e amigas, as "comadres" sempre ávidas de uma novidades que interrompa a monotonia dos trabalhos domésticos.
O fato mais corriqueiro tem sempre uma lição a ensinarnos, desde que tenhamos capacidade de ver:milhões de homens observaram milhões de maçãs a cair de seus galhos, e no entanto, desse fato banal
Newton deduziu a lei da gravitação universal.
Assim, do sumiço de pequena moeda entre o desamanhode um lar, traznos o Mestre o ensinamento sutil do que ocorre conosco.
No meio do desconchavo da vida e de seus atropelos, perdemos de vista a moeda preciosa de nossaligação com o espírito.
Quando percebemos se percebemos  esse extravio, esforçamonos em reavêlo, dando os passos necessários, que foram bem delineados no texto:1.º  acendemos a candeia, gesto indispensável, para quebrar as trevas densas em que estamos mergulhados, e poder vislumbrar o caminho a seguir,2.º  varremos a casa, isto é, procedemos à catarse de nossos veículos personalísticos, a fim de possibilitarmos a procura interna da moeda extraviada sem que nenhum embaraçamento nola faça perderde vista, sem nenhum véu de poeira a possa isolar de nosso contato.
Os espíritos "Mensageiros de Deus" alegramse quando um errado (que se extraviou do caminhocerto) muda seu modo de pensar; ou quando um profano entra na senda iniciática à procura da moeda.Admiramos a sabedoria profunda de cada linha do Evangelho, onde cada palavra está pesada, medida e situada em seu tempo certo.
Há muitos objetos que uma donadecasa pode ver extraviados:anéis, brincos, colares, peças de vestuário, e qualquer outro aparelho doméstico.
Todavia, a escolhada moeda como exemplo é a mais perfeita, já que representa o poder aquisitivo, e não a utilidade em si mesma,
Ou seja, possuir uma moeda por si mesma nada vale, pois só representa valor pelo que comela pode obterse.


A DRACMA PERDIDA


SABEDORIA DO EVANGELHO

Luc. 15:8-10

8. "Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma não acende a candieiro, varre a casa e a procura diligentemente até achá-la?

9. E achando-a convoca as amigas e vizinhas, dizendo: alegrai-vos comigo porque achei a dracma que perdera.

10. Assim, digo-vos, há alegria na presença dos mensageiros de Deus por um errado que muda sua mente."

Repete-se o mesmo motivo que na parábola da ovelha que se tresmalhou, e que será sublinhado a seguir na do "filho pródigo", com pormenores sempre diferentes em cada caso.
O exemplo aqui trazido à balha é de uma dona de casa, que conseguira pequena economia de dez "dracmas".
A dracma não era moeda palestinense, mas, embora grega, tinha curso corrente em qualquer mercado oriental, como o dólar de hoje. Era de prata e pesava, nessa época, quatro gramas e meio, equivalendo ao salário de um dia de trabalho.
Inconformada com a perda de uma das moedas, mune-se de um candieiro, varre a casa, revolve tudo, até achá-la. Depois, alegre com o que só tinha importância para ela mesma, não resiste à tagarelice feminina e vai comentar o fato com as vizinhas e amigas, as "comadres" sempre ávidas de uma novidades que interrompa a monotonia dos trabalhos domésticos.
O fato mais corriqueiro tem sempre uma lição a ensinar-nos, desde que tenhamos capacidade de ver:
milhões de homens observaram milhões de maçãs a cair de seus galhos, e no entanto, desse fato banal Newton deduziu a lei da gravitação universal. Assim, do sumiço de pequena moeda entre o desamanho de um lar, traz-nos o Mestre o ensinamento sutil do que ocorre conosco.
No meio do desconchavo da vida e de seus atropelos, perdemos de vista a moeda preciosa de nossa ligação com o espírito. Quando percebemos se percebemos - esse extravio, esforçamo-nos em reavêlo, dando os passos necessários, que foram bem delineados no texto:

1.º - acendemos a candeia, gesto indispensável, para quebrar as trevas densas em que estamos mergulhados, e poder vislumbrar o caminho a seguir,

2.º - varremos a casa, isto é, procedemos à catarse de nossos veículos personalísticos, a fim de possibilitarmos a procura interna da moeda extraviada sem que nenhum embaraçamento no-la faça perder de vista, sem nenhum véu de poeira a possa isolar de nosso contato.
Os espíritos "Mensageiros de Deus" alegram-se quando um errado (que se extraviou do caminho certo) muda seu modo de pensar; ou quando um profano entra na senda iniciática à procura da moeda.
Admiramos a sabedoria profunda de cada linha do Evangelho, onde cada palavra está pesada, medida e situada em seu tempo certo. Há muitos objetos que uma dona-de-casa pode ver extraviados:
anéis, brincos, colares, peças de vestuário, e qualquer outro aparelho doméstico. Todavia, a escolha da moeda como exemplo é a mais perfeita, já que representa o poder aquisitivo, e não a utilidade em si mesma, Ou seja, possuir uma moeda por si mesma nada vale, pois só representa valor pelo que com ela pode obter-se.
Portanto ensina-nos a parábola que o espírito não se extraviou, mas o meio de consegui-lo. Nenhum objeto se perdeu, mas o meio de adquiri-lo. O Espírito lá está: o meio de encontrá-lo é que não se conhece.


A DRÁCMA PERDIDA


Certa vez, antes do sol nascer, Jesus deixou a casa de Simão Pedro, onde estava hospedado, e dirigiuse ao lago da Genesaré a fim de meditar sobre o rumo que estava tomando a sua missão, pois os judeus apertavam o cerco a fim de matalo, e confabular a sós com o Pai sobre os ensinamentos Imortais que ainda devia transmitir aos homens da Terra, verdadeiras crianças espirituais confinadas ao coração amoroso e às mãos operosas de Jesus para se iniciarem nos sagrados mistérios da evolução espiritual.
Jesus andava por sobre as areias da praia, refletindo, em profunda comunhão espiritual com o Pai Maior.
O sol apontava no horizonte com a promessa de um belíssimo dia, farto de luz e de calor; mas Jesus não estava só, a poucos metros dali uma jovem muito bonita, de cabelos longos e pele morena, queimada pelo sol, o observara com certa ansiedade no olhar. Esperou que se passassem alguns minutos, e quando os raios do sol já banhavam de luz toda aquela região, aproximouse timidamente do Mestre, e , e quando estava a poucos passos de distância, ajoelhouse na areias da praia. Jesus virouse de súbito e, fitandolhe o olhar amigo, ofereceulhe as mãos para que se levantasse, e indagandolhe:
 Dalila, que procuras?
 Paz, Senhor, procuro paz de espírito – respondeulhe a moça em prantos.
 Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei, porque o meu jugo é leve e o meu fardo é suave – tornou Jesus, apertandolhe carinhosamente as mãos, reforçando um ensinamento que já havia dado.
 Senhor, tenho ouvido sua palestras e meditado muito em suas palavras que percebo carregadas de Amor Infinito por todos os seres da Terra, em especial aos que sofrem e vivem no erro, e eu, Senhor, depois que ouvi, nunca mais tive paz, porque, se meu coração é leviano e anseia pelos prazeres do mundo, minha consciência, que os ouve, me acusa a cada instante dos atos que pratico em desacordo com sua palavra.
Ainda não tenho trinta anos e já sou mãe de seis filhos, cada um de pai diferente do outro, e para sustentalos, muitas vezes, vendo o meu corpo para adquirir recursos.
Confessolhe mesmo, Mestre, que esses filhos não são frutos de amor, e sim, resultado de aventuras irrefletidas na busca incontida de prazeres condenáveis.
Perdi a minha pureza com pouco mais de onde anos e a malícia apossou-se de mim quando contei a primeira mentira para meu pai, dissuadindo-lhe da verdade sobre o meu caráter.
Mas suas palavras têm me calado fundo na alma, e embora ainda me sinta atraída pela dança das tavernas e aprecie bebidas fortes, sinto que algo novo está nascendo dentro de mim, despertandome o espírito para a realidade da vida.
O que fazer, Senhor? Sintome dividida entre o Bem e o Mal, entre a Realidade e a Ilusão...
Jesus, enxugandolhes as lágrimas que lhe escorriam abundantemente na face, disselhe:
 Filha, todos somos criaturas de Deus e fomos criados da mesma forma, simples e ignorantes.
Na estrada evolutiva, que nos prepara para alçarmos o vôo da liberdade e da redenção espiritual, muitas vezes nos afastamos de nossa simplicidade e pureza originais.
Mas, semelhante a uma dona de casa que ao notar a perda de uma moeda, revira o interior doméstico à sua procura e não descansa até encontra-la, também nós, querida filha, sempre que notamos que afastamos do Bem, devemos empreender incansáveis buscas à nossa pureza e simplicidade originais, para vivermos de acordo com os desígnios do Pai.


OVELHA PERDIDA


ESTUDANDO O EVANGELHO – (MARTINS PERALVA)


 ... não deixará ele nos montes as noventa e nove, indo procurar a que se extraviou? O tempo de permanência nos planos de sofrimento, depois da morte física, será aquele que a própria criatura quiser, tanto quanto permanecemos num lugar de confusão somente até o dia que desejarmos.
Repitamos, com a ênfase de inabalável convicção: o tempo que a criatura quiser.
Meses, anos, decênios ou séculos.
O egoísmo e a perversidade, o ódio e a vingança, elaboram, sem que o homem o perceba, a sua própria condenação.
A consciência culpada de hoje cairá, amanhã, no inferno que o remorso criou.
E, caindo nesse inferno, extraviando-se, sintonizar-se-á com milhares de consciências culpadas que se lhe afinem com a craveira da invigilância e do crime.
As zonas de sofrimento, na Espiritualidade, estão repletas de almas infernalizadas.
Abarrotadas de ovelhas que abraçaram o mal e nele se chafurdaram largo tempo. Egoístas e invejosos, perversos e vingativos, avarentos e sensuais — eis a infeliz população desses planos vibratórios ligados à crosta e à subcrosta da Terra. Deles, contudo, poderão sair quando assim o permitirem as suas próprias forças.
O Pastor amoroso busca, ansiosamente, a ovelha descuidada, pois lhe conhece a fragilidade. Falanges de Samaritanos excursionam, em nome do Cristo e por Sua inspiração, incansável e consecutivamente, pelos sombrios vales do plano extra físico, onde vegetam, em horrível promiscuidade, milhões de criaturas.
Aquelas, todavia, que venham a abrir o coração ao arrependimento sincero, dali sairão nos braços amoráveis de sublimes mensageiros do Pai, que não deseja se perca uma só de suas ovelhas.
Tão logo se disponha o ser infeliz a renovar-se, imediatamente cessará o seu inferno.
A criação e destruição do inferno dependem, em princípio, do próprio homem. Nada de tormentos eternos.
Nem de labaredas queimando sem consumir, traduzindo um processo de castigo que o menos piedoso algoz do mundo teria vergonha de inventar.
E, muito menos, de mantê-lo... como pretendem que Deus o venha fazendo. As “trevas”, a que tantas vezes se referiu Jesus, são o produto exclusivo do desequilíbrio mental de milhões de seres infelizes.
Essas almas fracassadas permanecerão, de fato, nessas “trevas”, até o dia em que o desejarem. Mais corretamente, em linguagem doutrinária: até o momento em que tenham forças para se reajustarem mentalmente.
Até o instante em que venham a oferecer, em definitivo, o santuário do coração às renovadoras bênçãos do arrependimento sincero e da humildade cristã.
O homem evangelizado, que se harmoniza com Deus e com a própria consciência, jamais viverá nas “trevas”.
Poderá ir até elas, para ajudar e socorrer os infelizes que, pela invigilància, nelas se precipitaram. Pertença a esta ou àquela religião, ou mesmo a nenhuma, — se o homem for bom e digno, caridoso e puro, honesto e moralizado, nunca viverá nessas “trevas”.
Nunca precisará o pastor de deixar as 99 ovelhas para ir ao encontro da que se extraviou, no fundo de uma grota.
Nunca, amigos, podem crer.


NÃO VEM O REINO DE DEUS COM VISÍVEL APARÊNCIA.


ESTUDANDO O EVANGELHO – (MARTINS PERALVA)

São inconciliáveis os conceitos doutrinários de Céu, aceitos e esposados pelo Espiritismo, com os pregados e afirmados por algumas religiões.
Para essas religiões, o Céu é, também, à maneira do inferno, um lugar determinado, circunscrito, delimitado. Uma zona geográfica, na Espiritualidade, onde a beatitude e a contemplação nos falam de um Deus comodista, para não dizer preguiçoso.
Tal conceito teológico de Céu, como se vê, é tão absurdo e inaceitável quanto o de inferno. Entidades angélicas, ao som de harpas dolentes, distraindo aqueles que tiveram meios e recursos para receber na Terra, de mãos nem sempre puras, um passaporte para as regiões imaculadas do Infinito... Realmente não se pode dizer que tal ambiente, com anjos, música e claridades, seja desagradável; mas ninguém lhe pode negar, também, a monotonia, a sonolência, a algidez, a prejudicialidade.
É tão impossível, no presente século, crer no sofrimento eterno, nas labaredas que se não extinguem, como crer na felicidade inoperante, sem dinamismo e sem fim, num Céu onde não haja trabalho e renovação.
O Espiritismo aceita e prega uma definição ativa do Céu, compatível, aliás, com a lei evolutiva que rege todos os fenômenos da Vida.
O Céu, para os Espíritas, é também um estado consciencial.
Um estado consciencial superior, refletindo o clima psíquico, a realidade mental de quem passou pelo mundo fazendo o bem.
Não seria justo, nem lógico, nem racional, que o indivíduo que se moralizou, se dignificou no trabalho, se engrandeceu, moral e espiritualmente, tenha como prêmio, depois da morte do corpo, a pior coisa do mundo, o mais triste castigo que se pode infligir a um ser humano:
NÃO FAZER NADA! Ouvir, simplesmente, suavidades musicais...
Deleitarse, apenas, com a beatífica visão de um Céu parado, sem luta e sem esforço, de um Céu sem realização e sem trabalho.
O Espiritismo ensina que há incontáveis regiões no Universo inteiro — e não apenas em certos pontos geográficos — onde almas elevadíssimas se congregam pela harmonia de sentimentos, construindo assim, elas mesmas, transcendentes mundos de transcendente felicidade, verdadeiros céus, zonas inacessíveis às almas impuras (até que se aperfeiçoem), onde a Vontade de Deus, através de Jesus, distribui missões grandiosas, visando ao progresso das Humanidades.
“Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias” — escreve Emmanuel, em “A Caminho da Luz.”
Essas zonas não se destinam a “A, B ou C”, mas a todas as criaturas de Deus — espíritas, católicos ou protestantes — desde que se redimam, que se afeiçoem, em definitivo, ao Cristo, desde que se integrem no programa evangélico da virtude e do conhecimento, da renovação e do trabalho
Todos nós viveremos, um dia, nessas regiões, quando o superior estado de nossas consciências assim o permitir. Todos conheceremos, mais tarde, essa plenitude divina.
O progresso abrange a universalidade dos seres.
Os tiranos do mundo, os criminosos de todos os matizes, os infelizes de toda espécie, as prostitutas, os ateus e materialistas — todos alcançarão, um dia, as celestes bemaventuranças.
O Pai não deserda nenhum dos Seus filhos.
“Nenhuma das ovelhas que o Pai me confiou se perderá” — assegurou Jesus com a doce autoridade de Sua grandeza.
As almas infernalizadas de hoje serão amanhã as almas sublimadas pelo Amor e pela Sabedoria, porque a Evolução é lei impessoal, adogmática, assectária.
A Evolução abrange, universalmente, todos os seres.
O homem pode retardar o cumprimento dessa Lei por algum tempo — anos e séculos.
Um dia, porém, quando se abrir na sua consciência uma pequena brecha, por menor que seja, a força dessa lei impulsionaloá, irresistivelmente, para o Alto Destino que lhe está reservado.


A OVELHA PERDIDA 

 

PAULO E ESTEVÃO – (EMMANUEL / F C XAVIER)

Sem que pudessem entender a grandeza divina daquele instante, os companheiros de viagem viram no chorar mais copiosamente.
O moço de Tarso soluçava. Ante a expressão doce e persuasiva do Messias Nazareno, considerava o tempo perdido em caminhos escabrosos e ingratos. Doravante necessitava reformar o patrimônio dos pensamentos mais íntimos; a Visão de Jesus ressuscitado, aos seus olhos mortais, renovava-lhe integralmente as concepções religiosas. Certo, o Salvador apiedara-se do seu coração leal e sincero, consagrado ao serviço da Lei, e descera da sua glória estendendo-lhe as mãos divinas. Ele, Saulo, era a ovelha perdida no resvaladouro das teorias escaldantes e destruidoras. Jesus era o Pastor amigo que se dignava fechar os olhos para os espinheiros ingratos, a fim de salvá-lo carinhosamente. Num ápice, o jovem rabino considerou a extensão daquele gesto de amor. As lágrimas brotaram-lhe do coração amargurado, como a linfa pura, de uma fonte desconhecida. Ali mesmo, no santuário augusto do espírito, fez o protesto de entregar-se a Jesus para sempre. Recordou, de súbito, as provações rígidas e dolorosas. A idéia de um lar morrera com Abigail. Sentia-se só e acabrunhado. Doravante, porém, entregar-se-ia ao Cristo, como simples escravo do seu amor.
E tudo envidaria para provar-lhe que sabia compreender o seu sacrifício, amparando-o na senda escura das iniqüidades humanas, naquele instante decisivo do seu destino. Banhado em pranto, como nunca lhe acontecera na vida, fez, ali mesmo, sob o olhar assombrado dos companheiros e ao calor escaldante do meio dia, a sua primeira profissão de fé.
— Senhor, que quereis que eu faça?
Aquela alma resoluta, mesmo no transe de uma capitulação incondicional, humilhada e ferida em seus princípios mais estimáveis, dava mostras de sua nobreza e lealdade.
Encontrando a revelação maior, em face do amor que Jesus lhe demonstrava solícito, Saulo de Tarso não escolhe tarefas para servi-lo, na renovação de seus esforços de homem.
Entregando-se-lhe de alma e corpo, como se fora ínfimo servo, interroga com humildade o que desejava o Mestre da sua cooperação.
Foi aí que Jesus, contemplando-o mais amorosamente e dando-lhe a entender a necessidade de os homens se harmonizarem no trabalho comum da edificação de todos, no amor universal, em seu nome, esclareceu generosamente:
— Levanta-te, Saulo! Entra na cidade e lá te será dito o que te convém fazer!...


OVELHA PERDIDA.


ALGEMAS ABERTAS – (ARMANDO F OLIVEIRA)

Abrindo este capítulo, queremos ressaltar que espíritos de caráter deformado têm regressado com freqüência à veste física, nas mais diversificadas posições sociais, em busca de reabilitação moral, favorecidos pelo acréscimo de Misericórdia da Providência Divina.
Entretanto, o cenário preferido para resgates dessa natureza, tem sido a periferia das grandes cidades, onde estão localizadas as famílias de baixa renda, que não dispõem, muitas vezes, até do indispensável à própria subsistência.
Os rudes sacrifícios dessa ordem, quando não suportados com equilíbrio e confiança em Deus, podem criar indivíduos revoltados e propensos ao crime. A excessiva liberdade que os descendentes de tais famílias desfrutam em virtude dos pais terem que trabalhar fora, pelo sustento do lar, igualmente constitui fator negativo. As crianças vivem mais na rua em companhias inconvenientes, do que dentro de casa, sob a vigilância materna.
Os garotos que vivem ao léu, sem disciplina e responsabilidade, somente assimilam exemplos nocivos e vícios de toda sorte, o que representa, sem dúvida alguma, um pesado ônus, que tende a norteálos, quase sempre pelos atalhos sombrios da marginalidade. Por outro lado, cumprenos assinalar a responsabilidade dos pais diante das Leis Divinas, pela omissão aos sagrados deveres assumidos na espiritualidade, antes mesmo que as paredes do lar estivessem em pé, ou seja, antecedendo a reencarnação dos dois, para as indispensáveis repetições de ações fracassadas.
Os cônjuges aceitaram o encargo de se unirem para receber, às mais das vezes, adversários de outras vidas. Seres que voltaram ao corpo físico, mercê da Misericórdia Divina, no sentido de libertaremse das algemas de ódio que tanto retardam os seres na jornada de redenção. Assim, o grupo familiar, quase sempre, se compõe de indivíduos já conhecidos, ligados desde o pretérito e que almejam redimirse aos olhos de Deus. O estudo aliado ao trabalho, dignos, são indiscutivelmente o caminho da ascensão espiritual. O abandono a que os pais relegam seus descendentes, por força da necessidade, desde a mais tenra idade, só produzem malefícios de difícil reparação. Nesses casos os pais também são responsáveis pelas faltas e delitos que os seus filhos vierem a praticar, causados pela falta de orientação adequada que deixaram de receber na ocasião oportuna.
"Há necessidade de se educar a criança, hoje, para não termos que castigar o adulto, amanhã". Sábias palavras de Emmanuel, guia espiritual do médium Chico Xavier. Convém ressaltar, outrossim, o dano que causa a Essa geração florescente, a falta de vagas nas escolas, ou então, carência de recursos para que possam funcionar regularmente. Quantos menores, com mais de sete anos de idade, moram nas zonas mais pobres da população, que não dispõem de condições para escolarizarem-se. Ficam, portanto, privados de estudar, deixando de preparar-se convenientemente para enfrentar as vicissitudes da vida, que não são poucas, nem fáceis de serem superadas.
Hoje em dia, é muito difícil conquistar um bom emprego, que dê para se obter os
rendimentos indispensáveis para sobreviver-se dignamente. O que acontecerá às pessoas que não têm as qualificações exigidas à admissão em bons empregos?
Pobreza familiar, falta de vagas nas escolas, excessiva liberdade, são fatores adversos que podem gerar delinqüentes, criaturas destinadas a superlotar presídios, obsedadas por entidades espirituais infelizes e ignorantes, que se identificam com o modo de ser e de agir de suas vítimas.
Na vivência das virtudes atrairemos
Benfeitores espirituais que nos apoiarão sempre; por outro lado, nutrindo pensamentos e sentimentos malévolos, somente atraímos para junto de nós espíritos inferiores, que se comprazem em nos infelicitar cada vez mais.
Cada um de nós escolhe a companhia que deseja.
Sejamos, pois, inteligentes. Somente o bem redime a criatura. O bem é doação de amor, e o amor é a maior força que existe no Universo.
A preocupação maior de Matilde era dar atenção e afeto ao seu filho Reinaldo. Aliás, isso era perfeitamente compreensível. Jesus, ao narrar a parábola da ovelha perdida, esclareceu que o pastor deixara noventa e nove ovelhas em local seguro e partira decidido à procura daquela que se desgarrara do rebanho, até encontrá-la. Foi tanta a sua alegria pelo êxito, que vinha apregoando pelos caminhos, aos parentes e amigos, para que se regozijassem com ele, pois havia encontrado a ovelha perdida (Mateus: 18:12 e 13). Com esse ensinamento de luz, o Cristo deixou bem claro o cuidado que todos os filhos merecem por parte de Deus. Incontáveis pessoas ainda não estão conscientes do caminho a percorrer, do dever a cumprir com relação aos labores espirituais que lhes cabe exercer.
Citados labores representam, indiscutivelmente, ensejos renovados de redenção na esteira infinita do tempo.
Cada indivíduo está exatamente no degrau evolutivo adequado ao seu merecimento, até atingir estágios superiores de sabedoria e amor.
Matilde excedia-se em cuidados e atenções para com seu filho, o que, nas circunstâncias vividas, como já dissemos, era perfeitamente louvável. Rei não gostava do trabalho, tutor de progresso.
O trabalho material afasta de nós a ociosidade e a miséria, proporcionando-nos condições de vida, conforto, bem estar, saúde física.
O trabalho espiritual proporciona ao nosso espírito ávido de evolução, condições íntimas ideais à nossa ascensão espiritual.
Faz com que nos tornemos receptivos às energias positivas, portadoras de saúde e paz, indispensáveis ao nosso perfeito equilíbrio interior.

Reinaldo era uma ovelha perdida, desgarrada do rebanho, merecendo, portanto, cuidados especiais, a fim de não comprometer-se ainda mais diante das leis Eternas. À medida que os anos iam fluindo no relógio do tempo mais ele afastava-se da disciplina materna, acatando, como válidas, as sugestões dos companheiros de experiências danosas.
O caminho que se desenhava à sua frente estava juncado de espinhos que somente ele não sabia ver.
Sucessos dolorosos o aguardavam se não recuasse a tempo. Seu inimigo do passado, agindo persistentemente, ia, aos poucos, atingindo os seus planos de vingança: leválo à prisão, afastandoo da sociedade.
Os obsessores encontram campo favorável para realizar seus nefastos intentos, quando as vítimas os acolhem intimamente, afinandose com os seus sentimentos inferiores.
Rei acatava plenamente os alvitres condenáveis do adversário invisível, que eram ratificados pelos companheiros imaturos e invigilantes, que viam no crime caminho florido, fascinados que estavam pelas facilidades do mundo.
Quando a criatura vive afastada de Deus, pelo comportamento errado que adota, fica mais propensa ao assédio de entidades infelizes.
Assim, pelos pensamentos, palavras e ações, podemos perfeitamente nos ligar a espíritos malévolos ou benévolos, portadores de amargas decepções ou de sadias alegrias. Nós é que escolhemos as nossas companhias!


A OVELHA PERDIDA


Sabedoria do Evangelho – C Torres Pastorino

Mat. 18:12-14

12. "Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas e uma delas se extravia, não abandona as noventa e nove sobre o monte e, indo, procura a extraviada?

13. E se acontece achá-la, em verdade vos digo, que se alegra mais por causa desta, do que pelas noventa e nove que não se extraviaram.

14. Assim, não é da vontade de vosso Pai que está céus, que se perca nem um destes pequeninos".

Luc. 15:1-7

1. Esfavam próximos a ele todos os cobradores de impostos e os desencaminhados a ouvi-lo.

2. E os fariseus e escribas murmuravam, dizendo: este recebe os desencaminhados e come com eles.

3. Disse-lhes pois esta parábola, dizendo:

4. "Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e tendo perdido uma, não deixa as noventa e nove no deserto e sai atrás da perdida até que a ache?

5. E, achando, a superpõe sobre seus ombros alegre,

6. e vindo à casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: alegrai-vos comigo, porque achei minha ovelha perdida.

7. Digo-vos que assim haverá mais alegria no céu sobre um desencaminhado que muda sua mente, do que sobre noventa e nove justos, que não têm necessidade de mudança de mente".

Lucas ambienta a parábola, fazendo-a surgir de uma queixa dos fariseus e escribas (os "cumpridores rigorosos" da lei mosaica, que se denominavam "pharusim", ou seja, "os separados" da multidão de errados ou desencaminhados da reta via). Estranham que Jesus converse e coma com os cobradores de impostos (publicanos) e os errados ou desencaminhados (extraviados do "caminho certo).
Em Mateus, a parábola é dada como confirmação da anterior assertiva de “não desprezar os pequeninos, cujos anjos contemplam a face do Pai". E a introdução é interrogativa, solicitando-lhes a opinião:
Que vos parece"?
Apresenta-nos afigura de um homem que é pastor, e possui cem ovelhas. Em Mateus temos, literalmente:
"há (génêtai) para um homem cem ovelhas", construção comum com gínomai nas terceiras pessoas do singular de todos os tempos, equivalendo ao nosso "haver" impessoal. Nesta construção, o possuidor é dado em dativo (em latim "dativo de posse").
A fórmula "que homem dentre vós" (tís ex hymõn ãnthrôpos) constitui quase um pleonasmo. Mas figura bem um ofício comum a muitos dos ouvintes. O número cem é simbólico, pela totalidade. Das cem ovelhas uma se extravia (Mat.: planáô) ou "se perde" (Luc.: apóllymi), coisa fácil numa região como a Palestina, cheia de colinas, buracos, cisternas e pequenos lugares desérticos.
Dando pela falta, o pastor "abandona" (Mat.: aphíêmi) ou "deixa” (Luc.: kataleípô) as noventas e nove "na montanha" (Mat.) ou "no deserto" (Luc.) e sai "atrás da perdida" (poreúetai epí tó apolôlós) até achá-la. Lucas anota pormenor: "ao achá-la, coloca-a sobre os ombros", E ao regressar, convoca amigos e vizinhos para, com eles, celebrar o reencontro, pois sua alegria é transbordante.
Psicologicamente, qualquer reencontro de qualquer coisa que se haja extraviado, produz alegria. Mas aqui o sentido é mais profundo. Confirma, com um exemplo, a assertiva que foi dada em Lucas (5:32) "não vim chamar os justos, mas os desencaminhados à mudança de mente" (ouk elélytha kalésai dikaíous allà hamartôloús eis metánoian).
Descobrimos, com toda a sua plenitude, a lei do SERVIÇO. Nenhum Manifestante Divino, nenhum Avatar, nenhum Adepto, jamais desce à Terra para gozar da companhia dos justos e dos bons: estes não necessitam de iluminação. A única finalidade que os traz a este planeta, são exatamente os desencaminhados, os errados, os "pecadores", os que estão fora do caminho certo. Daí o sacrifício desses Seres, que abandonam o Seu "céu" de justos, para vir sofrer às mãos dos involuídos.
Uma das características do verdadeiro iniciado é o campo de trabalho em que se situa. Se seu círculo de relações e suas andanças só se realizam entre eleitos, revelam não ser trabalhadores a serviço do Cristo e da Hierarquia. Quem se coloca sob a orientação dos Dirigentes Brancos, convive com enfermos e deficientes, com incrédulos e perturbados, com ateus e malfeitores. Estes necessitam de guia e conforto espiritual. Como afirmou Krishna: "Sempre que há declínio da virtude e predominância do vício, encarno-me" (Bhagavad Gita, 4,7).
E mais alegria causa a reconquista de um desencaminhado, que a permanência de noventa e nove justos no caminho certo.
A frase de Mateus traz um esclarecimento definitivo quanto ao problema dito da "salvação". Versam as discussões teológicas a respeito do número de "salvos", em relação ao dos "perdidos". Alegam, pela parábola das bodas, que poucos se salvam, e a grande maioria se perde. Outros alegam que Deus não perderia para o "Diabo" (!). No entanto, sabemos que a Vontade de Deus é Todo-Poderosa e se realiza incondicionalmente. Ora, aqui é dito: "não é da Vontade de vosso Pai que se perca nem um destes pequeninos". Temos, pois, a garantia de que nem um homem se perderá, porque essa é, taxativamente, a Vontade do Pai. Nenhuma discussão, pois, pode ser autorizada, já que essa afirmativa anula qualquer possibilidade de não atingirem TODOS a meta.
Há casos em que "pastores" de almas tenham que interromper temporariamente seu trabalho entre os discípulos fiéis, para afastar-se em busca de alguma alma que lhes interessa e que se transviou do redil.
Há que escalar montanhas, baixar a abismos, enfrentar feras e monstros, rasgar-se nos espinheiros, sujar-se no lodo dos pantanais, patinar em paúis, arrastar-se sobre areias movediças ... e aguardar o resultado.
Se conseguir reconquistar a ovelha, perdida, ele a colocará sobre seus ombros, pois se tornará "a mais querida", em vista dos sacrifícios que lhe custou.
Não se escandalizem os que ficam, ao ver o pastor afastar-se temporariamente: são tarefas realmente sacrificiais, impostas pelo dever e pelo amor, e que frequentemente representam compensações de abandonos em outras vidas, que agora são corrigidos a custa de dores e renúncias dolorosas.
"Não julgueis, para não serdes julgados, não condeneis, para não serdes condenados" (Luc. 6:37).
Quem está encarregado de certas tarefas, conhece razões desconhecidas pelos outros, e sabe o que deve fazer e o que não deve.


PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA


PARABOLAS E ENSINOS DE JESUS – CAIRBAR SCHUTEL

“Que vos parece?
Se um homem tem cem ovelhas e uma delas se extravia, não deixa as noventa e nove e vai aos montes procurar a que se extraviou?
E se acontecer achá-la, em verdade vos digo que se regozija mais por causa desta, do que pelas noventa e nove que não se extraviaram. Assim não é da vontade do vosso Pai que está nos Céus que pereça nenhum desses pequeninos.” (Mateus, XVIII, 12-14 – Lucas, XV, 3-7.)

Esta imaginosa parábola parece ser o solene protesto da má interpretação que os sacerdotes têm dado à palavra do Cristo.
Não há muito, escreveu-nos um padre romano ser estultícia negar as penas eternas do Inferno, quando nos Evangelhos encontramos, no mínimo, quinze vezes a confirmação dessa eternidade; e conclui que ela não é ensino da Igreja, mas ensino do próprio Evangelho.
Jesus previa certamente que seus ensinos e pensamento íntimo seriam desnaturados pelos homens constituídos em agremiações religiosas, e quis, de certa forma, deixar bem patente aos olhos de todos que Ele não poderia ser Representante de um Deus que, proclamando o amor e a necessidade indispensável do perdão cara remissão dos pecados, impusesse, aos filhos por Ele criados, castigos infindáveis, eternos.
A parábola mostra bem claramente que as almas transviadas não ficarão perdidas no labirinto das paixões, nem nas furnas onde medram os abrolhos.
Como a ovelha desgarrada, elas serão procuradas, ainda mesmo que seja preciso deixar de cuidar daquelas que atingiram já uma altura considerável, ainda mesmo que as noventa e nove ovelhas fiquem estacionadas num local do monte, os encarregados do rebanho sairão ao campo em procura da que se perdeu.
O Pai não quer a morte do ímpio; não quer a condenação do mau, do ingrato, do injusto, mas sim a sua regeneração, a sua salvação, a sua vida, a sua felicidade.
Ainda que seja preciso, para a regeneração do Espírito, nascer ele na Terra sem mão ou sem pé entrar na vida manco ou aleijado; ainda que lhe seja preciso renascer no mundo sem os olhos, por causa dos “tropeços”, por causa dos “escândalos”, a sua salvação é tão certa como a da ovelha que se havia perdido e lembrada na parábola, porque todos esses pobres que arrastam o peso da dor, os seus guias e protetores os assistem para conduzi-los ao porto seguro da eterna bonança. Leitor amigo: quando vos falarem os sacerdotes, de Inferno eterno, perguntai-lhes que relação tem a Parábola da Ovelha Perdida com esse dogma monstruoso, que desnatura e inutiliza todos os atributos divinos.


A Misericórdia Divina


Encontro com Jesus – Djalma M Argollo

O serviço de alimentos aos necessitados fora intenso
naquele dia na modesta casa de Simão Pedro, situada a
uns quinhentos metros da pequena enseada existente na
orla do lago.
Cansados mas com os espíritos penetrados por uma
profunda sensação de alegria e paz, os discípulos se reuniam
entre abraços de despedida em torno do Mestre querido.
Do alto do firmamento, o plenilúnio envolvia a natureza
num imenso lençol de prata eterizada.
O Messias, despedindo-se de cada um com palavras
de incentivo e carinho, informou a Simão que teria de
sair, só devendo retornar pela manhã. Apesar do adiantado
da hora, ninguém estranhou o fato, pois o Rabi costumava
passar noites ao ar livre, em oração, nas cercanias de
Cafarnaum.
Antes de se dispersarem, ficaram olhando a figura
esbelta do Rabi que se afastava, até que ela foi encoberta
numa das voltas do caminho.
Longe dos olhares dos discípulos, enquanto caminhava,
Jesus desapareceu repentinamente, como uma miragem
que se desfaz, ou uma aparição...51

51 Tem-se aqui um “fenômeno de transporte”, o qual acontece com objetos e pessoas, conforme demonstram as pesquisas parapsicológicas. O Novo Testamento narra casos desse tipo, acontecido com o presbítero Filipe (não o Apóstolo), conforme narrado em At 8, 39-40. Leiamos o que nos diz sobre este episódio o filósofo e teólogo protestante Russel Norman Champlin: “O que encontramos aqui, entretanto, é alguma experiência de transporte divino, que levou Filipe para algum lugar, removendo-o instantaneamente da presença do eunuco. O fenômeno do transporte psíquico, ou teleportação, é conhecido entre as diversas manifestações estranhas da personalidade humana, sendo objeto, atualmente, das pesquisas da parapsicologia” (Champlin, 1982, Vol. III, p. 185)

A sudoeste do Mar da Galiléia, distante uns três quilômetros de Cafarnaum, um homem atinge o topo esquerdo
dos Chifres de Hatim, pondo-se à beira do abismo que
despenca a uns trinta metros, na face que olha o lago.
Sua aparência causa piedade. As vestes rotas e sujas deixam
à mostra porções do corpo onde o sangue coagulado
denuncia cortes diversos, já bastante inflamados pela falta
de tratamento adequado e contusões generalizadas,
principalmente no rosto que apresentava o lado esquerdo
arroxeado e intumescido. Nos olhos vidrados e distantes,
onde profundas olheiras falam do cansaço e exaustão, lêse
a deliberação fatídica do suicídio.
Antes da impulsão no vazio, sua mente repassa, pela
enésima vez, os eventos que culminaram naquela determinação
extrema.
Ele, Oziel de Genesaré, era um homem cuja vida
transcorria tranqüila e com relativa felicidade. Seu pai,
Abdias Ben Aminadabe, deixara-lhe como herança um
sólido patrimônio em terras e rebanhos de ovelhas. Aos
trinta anos casara-se com Rute, filha de Itamar, o levita,
por quem nutria um profundo amor. Dessa união nasceram
dois filhos, Oséias e Amiel, atualmente com doze e
dez anos respectivamente.
Seu problema, porém, era uma profunda ambição
pela riqueza e os privilégios que ela prodigalizava. Vivia a
falar com admiração e inveja sobre as grandes fortunas
da Judéia, destacando a maneira como foram adquiridas,
ressaltando o espírito de ousadia e coragem dos que se
arriscavam em grandes especulações, conseguindo enriquecer
de um dia para o outro. Quando lhe apontavam os que haviam fracassado caindo na mais absoluta miséria, minimizava
o fato rotulando-os de incompetentes e incapazes.
Em seus momentos de descanso, deixava a imaginação
galopar, vendo-se mentalmente em altas transações
comerciais ou como membro do mais elevado círculo
financeiro da Judéia, onde denários e sestércios eram
citados aos milhões.
Um dia, resolveu arriscar tudo em um negócio que
lhe rendesse grande lucro, sendo o passo inicial de sua
ascensão financeira.
Contra as ponderações dos amigos mais chegados que
procuraram dissuadi-lo apontando os riscos do empreendimento
e o perigo de trocar sua situação estável por uma
aventura de conseqüências imprevisíveis, empenhou seus
bens a banqueiros siro-fenícios, demandando à cidade de
Damasco. Ali adquiriu várias mercadorias a preços vantajosos,
preparou uma caravana, contratando inclusive
alguns soldados romanos para escoltá-la, empreendendo
o regresso, cheio de esperanças e sonhos.
A viagem transcorria tranqüila quando, numa região
deserta após o lago Hulé, aconteceu a tragédia: os soldados
contratados resolveram roubar o carregamento e mataram
todos os que faziam parte da caravana, tendo ele escapado
por haver caído no Jordão e os ladrões admitido que
morrera afogado. Sendo, porém, um filho das margens
do Quineret, acostumado ao nado e ao mergulho, conseguiu
alcançar a outra margem, enquanto os bandidos
fugiam com as mercadorias.
Num primeiro impulso, pensara em retornar à Cesaréia
de Filipe para solicitar providências às autoridades,
a fim de reaver seus pertences. Entretanto, a recordação
de compatriotas seus lesados por cidadãos romanos que,
representando em juízo contra eles, nada conseguiram,
tendo, inclusive, alguns, desaparecido sem deixar vestígios,
enquanto outros foram encontrados mortos, com seus cadáveres mutilados de forma cruel, levou-o a desistir do
intento. O desespero da impotência fê-lo caminhar automaticamente
no rumo de sua terra natal, de seu lar. Quanto
mais se aproximava, porém, imaginava a situação constrangedora
de ter que enfrentar os amigos, os quais tanto lhe
haviam advertido contra os perigos da empreitada. Sentia
vergonha principalmente de facear a esposa e os filhinhos
de mãos vazias e, pior ainda, sem condições financeiras
de sustentá-los, falido irremediavelmente como estava.
Assim, o suicídio insinuara-se em sua mente como
único recurso para fugir à humilhação e à miséria...
Quando o corpo de Oziel inteiriçou-se para o salto,
uma voz soou às suas costas, fazendo-o voltar-se assustado:
– A vida é um dom de Deus, meu amigo e só Ele pode
tomá-la. O suicida assemelha-se a um mordomo infiel que
destrói os bens sob sua guarda, traindo a confiança nele
depositada.
Ante o olhar espantado de Oziel estava um homem
de aspecto singular: cabelos longos que a brisa da madrugada
agitava irreverente; barba cerrada, acompanhando
as linhas bem feitas do rosto, e terminando em ponta sob
o queixo; pele alabastrina, deixando entrever os traços
azuis das veias; porte elegante e uma sensível aura de
simpatia que parecia dele evolar em ondas consecutivas,
enquanto os olhos, separados por um nariz de belo feitio,
transmitiam segurança e autoridade.
Extasiado na contemplação do desconhecido, continuou
a beber, atento, suas palavras, moduladas por uma
voz de timbre agradável e firme:
– Além disso, o suicida é um imperdoável egoísta que,
enxergando apenas suas desventuras, delas busca fugir
sem se importar com a situação desesperadora e infeliz
dos que ficarão para arcar com as conseqüências de sua
irresponsabilidade.
Ante tais colocações, Oziel, caindo em si, pôs-se a
refletir na situação difícil em que sua esposa e filhos ficariam se ele desertasse da vida, como pretendia, passando
a chorar copiosamente, enquanto o desconhecido prosseguia
com bondade.
– Viver no mundo, Oziel, é um ato de grande responsabilidade.
Cada atitude nossa, mesmo a mais insignificante,
gera conseqüências que nos são vinculadas de forma
automática e irreversível. Cada indivíduo é, a todo instante,
defrontado pelos efeitos de suas ações, subjetivas ou
objetivas, tornando-se, portanto, o artífice do seu próprio
destino. Vê o teu caso. És o único responsável pela situação
em que te encontras. Alimentaste a ambição com sonhos
de glória e poder e te lançaste, de forma irresponsável,
numa louca aventura, na qual comprometeste o destino
de pessoas que são tuas dependentes, antes de qualquer
coisa. A lei de Deus, todavia, faz o seu julgamento levando
em conta os atenuantes e, também, a importância do réu
para o grupo social a que pertence. No teu caso estão
sendo contadas as ações meritórias que tens praticado. O
socorro inestimável que prestaste à família de Abiu, o
pescador, após ele ter morrido afogado no lago, durante
uma tempestade; a forma como, discretamente, auxiliaste
Benaia Barjizreel a resgatar a mulher e os filhos,os quais
iam ser vendidos como escravos, por causa de suas dívidas;
e os pobres das cercanias de Genesaré que sempre receberam
de tuas mãos o auxílio necessário e preciso. Desde
que partiste, eles têm rogado ao Pai proteger-te e ampararte
e, embora não seja possível sustar as provações que se
iniciam, tanto tuas como dos teus, elas serão bastante
atenuadas. O bem que fazemos age como abençoada lixívia
sobre as nossas consciências culpadas, esmaecendo as
conseqüências das ações infelizes.
Ante o silêncio que se fez em seguida, Oziel dirigiu-se
ao seu inesperado salvador:
– Quem és tu senhor? E como sabes tanto sobre minha
vida e minhas ações?
Com a face iluminada por um sorriso de bondade, o
notável personagem respondeu, enquanto, passando o
braço sobre os ombros do genesareno, o levava a descer
do morro a caminho de Cafarnaum.
– Sou Jesus, teu irmão. Quanto ao resto, mais tarde
ficarás sabendo.
Para os lados do Oriente, incipiente dilúculo matutino
começava a preparar o festival de luzes de um novo dia,
enquanto a brisa da madrugada parecia difundir uma
delicada canção, entoada por invisível coral, cujos versos
diziam:
Cantemos louvores mil
Ao senhor da criação,
Pois outra ovelha perdida
Nos vãos escuros da vida,
Do seu filho, pela mão,
Está de volta ao redil...
Chegando à cidade, Jesus se dirigiu à casa de Eliúde
Barjosiah, o Saduceu, que, convertido ao Evangelho,
transformara o seu lar em abrigo dos infortunados, ali
deixando Oziel aos cuidados dele e de Rebeca.
Durante quinze dias, o genesareno participou de
eventos memoráveis, vendo e ouvindo coisas sublimes e
extraordinárias.
A convivência com o Amor Corporificado transformou,
radicalmente seus conceitos sobre a Vida.
Finalmente o Mestre chamou-o e disse:
– Oziel, é chegado o momento de retornares à tua
casa para enfrentares as conseqüências dos teus atos e,
com humildade e decisão, retificares o erro cometido.
Ante a angústia que se estampou na face do novo
discípulo, prosseguiu:
– Nada temas, meu amigo. Quando enfrentamos os
testemunhos com sincera submissão e vontade de acertar, a Misericórdia do Pai facilita nossos esforços. Mantém-te
perseverante na fé que já albergas no coração e conseguirás
superar as dificuldades do início, criando uma vida
nova, com valores positivos e legítimos.
Chamando em seguida um dos discípulos que estava
por perto como que aguardando, continuou:
– Levi te acompanhará a fim de te ajudar na tarefa de
regularização dos problemas financeiros. Sei que teu pai,
como fiel observador da Lei, ensinou-te o oficio de cordoeiro,
e será assim que recomeçarás tua vida. Conforme instruções,
Levi te porá em contato com Abner, um querido amigo
de Magdala, o qual já se encontra em Genesaré, para te
proporcionar os meios de iniciares teus novos labores.
Vai, Oziel, e sê um fiel seguidor do meu Evangelho,
um verdadeiro servo de Deus.


A IMPORTÃNCIA DO TRABALHO NO BEM


Auto-Perdão # Libertando-se da Culpa - Nazareno Feitosa

L.E. p.1000: “... Só por meio do bem se repara o mal”. L.E. p. 770-A: Fazer a maior soma de bem do que de mal constitui a melhor expiação”.
Jesus nos ensinou parábolas lindas, falando das recompensas “grande será o seu galardão (recompensa) no Reino dos Céus”, etc. como a do Semeador: “Aquele que semeia saiu a semear... e a semente, caindo em solo fértil produzirá 30 por um, sessenta por um e alguns grãos, cento por um”. Falou-nos da misericórdia infinita do Pai, como a do filho pródigo, da alegria do reencontro da ovelha perdida. Por que esquecemos dessas parábolas lindas? A palavra “bem-aventurados” significa “felizes”. Jesus veio falar das felicidades que nos aguardam.
“O meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. Se estiver pesado demais, reflita sobre o assunto. Não será o perfeccionismo, nos castigando?
L.E. p.909: O esforço é bem pequeno. Mas quão poucos o fazem!

AS TRÊS REGRAS SÃO: DISCIPLINA, DISCIPLINA, DISCIPLINA


Seria um equívoco de interpretação?

Quem disse isso? Emmanuel. Para quem? Para Chico. Não foi para nós, para quem ainda está valendo o mandamento mais sublime de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (amor incondicional, sem julgamentos). Emmanuel disse isso para Chico, porque ele já era “todo amor”, e precisava de uma disciplina rigorosíssima para escrever 412 livros e ser um exemplo para o mundo, porque era extremamente assediado.
OBS: A disciplina é muito importante, em especial para os médiuns.
“Se você não acredita em disciplina, observe um carro sem freio” (AL)

SOMOS INSTRUMENTOS, TANTO NO BEM, COMO NO MAL

Incoerências do mov. Esp.: Quando fazemos algo bom, somos apenas instrumentos dos bons espíritos. Mas, se é assim, por que quando fazemos o mal, também não dizemos que fomos apenas instrumentos? Afinal, qual a influência dos espíritos em nossas vidas? L.E. p. 459: "Mais do que supondes, comumente, são eles que vos dirigem".
OBS: Isso não nos isenta de responsabilidades, porque temos o livre-arbítrio. Escolhemos sintonizar com aquela faixa vibratória. Daí a importância do "Vigiai (os vossos pensamentos) e orai, a fim de não cairdes em tentação". Mas, certamente, somos instrumentos utilizados por obsessores que muitas vezes têm responsabilidades maiores que a nossa. Num mundo mais elevado, sem a influência deles, não erraríamos tanto. Portanto, não somos tão maus assim como imaginamos. Mas também não somos ainda tão bons como o nosso orgulho nos faz crer. Nós não nos conhecemos. Portanto, como podemos nos julgar? Estaremos sendo injustos, queiramos ou não.

CONSOLADOR OU CONDENADOR PROMETIDO ?


O Espiritismo é um consolador, e não um condenador.
Vem nos ensinar que o amor (a caridade) cobre a multidão de pecados. Por que muito amou, seus pecados foram perdoados.
O significado da palavra “Evangelho” = Boa Nova, boa notícia.
Jesus veio anunciar o Reino de Deus, falar das felicidades que nos aguardam, da pluralidade dos mundos habitados, afirmando:
“Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai. Se assim não o fosse eu já vo-lo teria dito. Mas eis que me vou adiante de vós, a fim de vos preparar o lugar e retornarei, para que aí onde eu estiver, vós estejais também.”
Jesus nos ama do jeito que somos, porque sabe que ainda temos limitações, e que o Pai não nos exige algo que ainda não podemos dar.
Ainda erramos muito e continuaremos errando. Ainda não somos anjos, a natureza não dá saltos. Nossa evolução é lenta e gradual. Não sejamos hipócritas, exigindo dos outros o que ainda não podem dar.
Conceito de “espírita” para Allan Kardec (ESE).
Jesus repetiu 2x: “Misericórdia quero, e não sacrifício” (Mt 9:13 e 12:7)
A natureza não dá saltos. Seremos, sim, um dia, espíritos puros, mas não iguais. Não nos transformaremos em “Chicos” ou “Ghandis”. É uma prova de humildade reconhecer isso. Cada um tem uma missão própria. Nada na criação é desprezível, pois tudo é criação divina. Cada um irá dar frutos no seu devido tempo. (H).
LE p. 559: Na construção de um edifício não são necessários tanto o mais simples operário como o mais ilustre arquiteto?
Estória: Lampião trabalhando no bem com Bezerra de Menezes. (MM)



PLANO DE IDÉIAS Nº 01


Luc. 15:1-7

Estavam próximos a Ele os publicanos e prostitutas a ouvi-lo.
E os fariseus e escribas murmuravam, dizendo: este recebe os desencaminhados e come com eles.
“Então, lhes propôs Jesus esta parábola:
Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?
Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo.
E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.
Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.”

MESTRE JESUS = Sempre pronto a ensinar o caminho da salvação, mais que isto, exemplificava e por isto era Mestre

Como são nossos exemplos?
Praticamos o que professamos?
Participamos da construção do mundo alheio  pelos nos exemplos.
Que exemplo Damos aos nossos filhos?

Os Publicanos e Prostitutas:  Todos os julgados do mundo, os detestados, aqueles em desacordo com o pensamento da maioria local.

Bem aventurados os Misecordiosos por que terão Misericordia.
A cada um basta a sua dor.
Eles tambem viverão........

Os Fariseus e Escribas: os representantes do formalismo e da hipocrisia

“Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento”
Conhecemos nossos vicios e defeitos?

O Pastor: Deus que através da Espiritualidade superior dirige nossos destinos

Ergo Bonus Pastor Sum (Eu Sou O Bom Pastor) – Conheço minhas ovelhas
Tenho outras ovelhas em outros apriscos
Somos Pastores? Bons?

As 100 Ovelhas: Toda a Humanidade, independente do credo cor ou raça.

Reconhecemos todos como irmãos ou ainda temos preconceitos?
Fernandinho Beira mar é seu irmão?

O Deserto: Representa as atribulações da vida, onde as ovelhas unidas, se defendem sempre confiantes nas decisões do Pastor.

Confiamos no nosso Pastor?
Fé x Crença
Deus conspira a nosso favor

Os ombros do Pastor: O Lugar mais seguro, onde estamos protegidos, onde nos sentimos amados.

Pegadas na Areia - Na hora das dificuldades, confiamos no Pastor??
O Senhor é meu Pastor nada me faltara.

Mas eu sou o Bom Pastor...
Conheço minhas ovelhas e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece à mim e eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas.
Ainda tenho outras ovelhas, que não são deste aprisco e à mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz e então haverá um só rebanho e um só Pastor!

A Casa do Pastor: A vida espiritual, a verdadeira vida, onde moramos em definitivo

Quais são suas obras?
Estamos prontos para voltar ainda hoje?

O Pecador: Todos aqueles nossos irmãos que estão entregues as ilusões do caminho.

Orai e vigiai!
Os inimigos do progresso, da luz e da verdade, trabalham na sombra
muitas vezes nos afastamos de nossa simplicidade e pureza originais

Arrependimento: A compreensão dos equivocos, das escolhas infelizes. A renovação

Não Basta não fazer o Mal é preciso fazer o bem.  - Atitude ativa em prol do proximo.
Onde começa nosso inferno?

Os Justos: todos aqueles que já se encontram no caminho do bem.

Nenhuma ovelha se perdera, os pecadores de hoje serão os justos de amanhã

A UNIDADE DO DESTINO
a justiça de Deus é misericórdia e a sua misericórdia é justiça


Abigail visitou Paulo e lhe disse:
NÃO SE DETENHA NO PASSADO, NINGUEM ESTÁ ISENTO DE CULPA
E lhe apresentou o seguinte PROGRAMA:
AMA! TRABALHA! ESPERA! PERDOA!


 

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