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quinta-feira, 16 de abril de 2015

PARABOLA DO JOIO E O TRIGO
INDICE




OBJETIVO DO TEMA

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Ø    ;

BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL


O Evangelho Segundo o Espiritismo – (Allan Kardec)
Capitulo
O Livro dos Espiritos – (Allan Kardec)
Questões

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR


O Sublime Peregrino – (Ramatis / Hercilio Maes)
VINHA DE LUZ  - (F C XAVIER /  EMMANUEL)
101 - 107



O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO


O EGOISMO


12. Se os homens se amassem com mútuo amor, mais bem praticada seria a caridade; mas, para isso, mister fora vos esforçásseis por largar essa couraça que vos cobre os corações, a fim de se tornarem eles mais sensíveis aos sofrimentos alheios. A rigidez mata os bons sentimentos; o Cristo jamais se escusava; não repelia aquele que o buscava, fosse quem fosse: socorria assim a mulher adúltera, como o criminoso; nunca temeu que a sua reputação sofresse por isso. Quando o tomareis por modelo de todas as vossas ações? Se na Terra a caridade reinasse, o mau não imperaria nela; fugiria envergonhado; ocultar-se-ia, visto que em toda parte se acharia deslocado. O mal então desapareceria, ficai bem certos.
Começai vós por dar o exemplo; sede caridosos para com todos indistintamente; esforçai-vos por não atentar nos que vos olham com desdém e deixai a Deus o encargo de fazer toda a justiça, a Deus que todos os dias separa, no seu reino, o joio do trigo.
O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem a caridade não haverá descanso para a sociedade humana. Digo mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que vencerá o mais esperto, uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas afeições, em que nem sequer os sagrados laços da família merecerão respeito.
Pascal. (Sens, 1862.)

O Cristo consolador


O jugo leve


1.            Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (S. MATEUS, cap. XI, vv. 28 a 30.)
2. Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação em a fé no futuro, em a confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe mitiga o amargor. Foi isso que levou Jesus a dizer: "Vinde a mim todos vós que estais fatigados, que eu vos aliviarei."
Entretanto, faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na lei por ele ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas, esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.

Consolador prometido


3. Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: - O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. -Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito. (S. JOÃO, cap. XIV, vv. 15 a 17 e 26.)

4. Jesus promete outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito. Se, portanto, o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido.
O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Advertiu o Cristo: "Ouçam os que têm ouvidos para ouvir." O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias; levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores.
Disse o Cristo: "Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados." Mas, como há de alguém sentir-se ditoso por sofrer, se não sabe por que sofre? O Espiritismo mostra a causa dos sofrimentos nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Mostra o objetivo dos sofrimentos, apontando-os como crises salutares que produzem a cura e como meio de depuração que garante a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer e acha justo o sofrimento. Sabe que este lhe auxilia o adiantamento e o aceita sem murmurar, como o obreiro aceita o trabalho que lhe assegurará o salário. O Espiritismo lhe dá fé inabalável no futuro e a dúvida pungente não mais se lhe apossa da alma. Dando-lhe a ver do alto as coisas, a importância das vicissitudes terrenas some-se no vasto e esplêndido horizonte que ele o faz descortinar, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até ao termo do caminho.
Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.

 

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS


Advento do Espírito de Verdade


5. Venho, como outrora aos transviados filhos de Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como o fez antigamente a minha palavra, tem de lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinem as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina divinal. Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso no seio da Humanidade e disse: "Vinde a mim, todos vós que sofreis."
Mas, ingratos, os homens afastaram-se do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana; quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, isto é, mortos segundo a carne, porquanto não existe a morte, vos socorrais mutuamente, e que se faça ouvir não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a dos que já não vivem na Terra, a clamar: Orai e crede! pois que a morte é a ressurreição, sendo a vida a prova buscada e durante a qual as virtudes que houverdes cultivado crescerão e se desenvolverão como o cedro.
Homens fracos, que compreendeis as trevas das vossas inteligências, não afasteis o facho que a clemência divina vos coloca nas mãos para vos clarear o caminho e reconduzir-vos, filhos perdidos, ao regaço de vosso Pai.
Sinto-me por demais tomado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar de estender mão socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.
Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: "Irmãos! nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade." - O Espírito de Verdade. (Paris, 1860.)

6. Venho instruir e consolar os pobres deserdados. Venho dizer-lhes que elevem a sua resignação ao nível de suas provas, que chorem, porquanto a dor foi sagrada no Jardim das Oliveiras; mas, que esperem, pois que também a eles os anjos consoladores lhes virão enxugar as lágrimas.
Obreiros, traçai o vosso sulco; recomeçai no dia seguinte o afanoso labor da véspera; o trabalho das vossas mãos vos fornece aos corpos o pão terrestre; vossas almas, porém, não estão esquecidas; e eu, o jardineiro divino, as cultivo no silêncio dos vossos pensamentos. Quando soar a hora do repouso, e a trama da vida se vos escapar das mãos e vossos olhos se fecharem para a luz, sentireis que surge em vós e germina a minha preciosa semente. Nada fica perdido no reino de nosso Pai e os vossos suores e misérias formam o tesouro que vos tornará ricos nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas e onde o mais desnudo dentre todos vós será talvez o mais resplandecente. - O Espírito de Verdade. (Paris, 1861.)
Em verdade vos digo: os que carregam seus fardos e assistem os seus irmãos são bem-amados meus. Instruí-vos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas e vos mostra o sublime objetivo da provação humana. Assim como o vento varre a poeira, que também o sopro dos Espíritos dissipe os vossos despeitos contra os ricos do mundo, que são, não raro, muito miseráveis, porquanto se acham sujeitos a provas mais perigosas do que as vossas. Estou convosco e meu apóstolo vos instrui. Bebei na fonte viva do amor e preparai-vos, cativos da vida, a lançar-vos um dia, livres e alegres, no seio dAquele que vos criou fracos para vos tornar perfectíveis e que quer modeleis vós mesmos a vossa maleável argila, a fim de serdes os artífices da vossa imortalidade. - O Espírito de Verdade. (Paris, 1861.)

7. Sou o grande médico das almas e venho trazer-vos o remédio que vos há de curar. Os fracos, os sofredores e os enfermos são os meus filhos prediletos. Venho salvá-los. Vinde, pois, a mim, vós que sofreis e vos achais oprimidos, e sereis aliviados e consolados. Não busqueis alhures a força e a consolação, pois que o mundo é impotente para dá-las. Deus dirige um supremo apelo aos vossos corações, por meio do Espiritismo. Escutai-o. Extirpados sejam de vossas almas doloridas a impiedade, a mentira, o erro, a incredulidade. São monstros que sugam o vosso mais puro sangue e que vos abrem chagas quase sempre mortais. Que, no futuro, humildes e submissos ao Criador, pratiqueis a sua lei divina. Amai e orai; sede dóceis aos Espíritos do Senhor; invocai-o do fundo de vossos corações. Ele, então, vos enviará o seu Filho bem-amado, para vos instruir e dizer estas boas palavras: Eis-me aqui; venho até vós, porque me chamastes. - O Espírito de Verdade. (Bordéus, 1861.)

8. Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que lha pedem. Seu poder cobre a Terra e, por toda a parte, junto de cada lágrima colocou ele um bálsamo que consola. A abnegação e o devotamento são uma prece continua e encerram um ensinamento profundo. A sabedoria humana reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos sofredores compreender essa verdade, em vez de clamarem contra suas dores, contra os sofrimentos morais que neste mundo vos cabem em partilha. Tomai, pois, por divisa estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõe. O sentimento do dever cumprido vos dará repouso ao espírito e resignação. O coração bate então melhor, a alma se asserena e o corpo se forra aos desfalecimentos, por isso que o corpo tanto menos forte se sente, quanto mais profundamente golpeado é o espírito. - O Espírito de Verdade. (Havre, 1863.).133


FAMILIA E EDUCAÇÃO


A educação, compreendendo o homem no seu sentido integral, isto é, tanto no aspecto intelectual como no que tange aos sentimentos e atitudes, tem a função de auxiliar a evolução do Espírito.

Walter O. Alves, em Educação do Espírito, refere que a verdadeira educação é a que olha o homem como Espírito eterno, criado para a perfeição, constituindo-se assim esse processo, na Educação do Espírito.

Segundo Kardec (O Livro dos Espíritos, q. 776) o homem traz em si o germe de seu aperfeiçoamento e se desenvolve à medida que compreende melhor e pratica a lei natural (leis da matéria e da alma), por meio das várias existências.

A educação é o caminho que conduz o homem ao conhecimento de si mesmo, de suas potencialidades, possibilidades e metas. Consiste em um processo (ocorre gradativamente, aos poucos) de desenvolvimento da capacidade física, intelectual, moral e religiosa. É um conjunto de hábitos adquiridos, que levam ao desenvolvimento da disciplina, postura fundamental para que se dê a aprendizagem sistemática nos diversos aspectos.

Na pergunta 634 de “O Livro dos Espíritos” encontramos que o Espírito aprende pela experiência, onde é citado o exemplo: “Se não houvesse montanhas, o homem não poderia compreender que se pode subir e descer...”. Assim, o processo educativo ocorre no dia a dia, nas vivências, nas relações de troca com as pessoas, no diálogo honesto. Ambos aprendem, educandos e educadores. Somos todos Espíritos necessitados de auto-educação, do trabalho com nossos sentimentos e pensamentos.

Antes de educar temos que nos entender como educando. Auto-analisando, descobrindo acertos e enganos, poderemos arrancar dos nossos corações o joio e cultivar a boa semente que todos possuímos.

O meio familiar, principalmente, é o campo mais propício para esse aprendizado. É onde somos impulsionados a rever nossas crenças, desejos, sentimentos, conceitos.


JOIO



"Deixai crescer ambos juntos até à ceifa e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar." - Jesus. (MATEUS, 13:30.)

Quando Jesus recomendou o crescimento simultâneo do joio e do trigo, não quis senão demonstrar a sublime tolerância celeste, no quadro das experiências da vida.
O Mestre nunca subtraiu as oportunidades de crescimento e santificação do homem e, nesse sentido, o próprio mal, oriundo das paixões menos dignas, é pacientemente examinado por seu infinito amor, sem ser destruído de pronto.
Importa considerar, portanto, que o joio não cresce por relaxamento do Lavrador Divino, mas sim porque o otimismo do Celeste Semeador nunca perde a esperança na vitória final do bem.
O campo do Cristo é região de atividade incessante e intensa. Tarefas espantosas mobilizam falanges heróicas; contudo, apesar da dedicação e da vigilância dos trabalhadores, o joio surge, ameaçando o serviço.
Jesus, porém, manda aplicar processos defensivos com base na iluminação e na misericórdia. O tempo e a bênção do Senhor agem devagarinho e os propósitos inferiores se transubstanciam.
O homem comum ainda não dispõe de visão adequada para identificar a obra renovadora. Muitas plantas espinhosas ou estéreis são modificadas em sua natureza essencial pelos filtros amorosos do Administrador da Seara, que usa afeições novas, situações diferentes, estímulos inesperados ou responsabilidades ternas que falem ao coração; entretanto, se chega a época da ceifa, depois do tempo de expectativa e observação, faz-se então necessária a eliminação do joio em molhos.
A colheita não é igual para todas as sementes da terra. Cada espécie tem o seu dia, a sua estação.
Eis por que, aparecendo o tempo justo, de cada homem e de cada coletividade exige-se a extinção do joio, quando os processos transformadores de Jesus foram recebidos em vão. Nesse instante, vemos a individualidade ou o povo a se agitarem através de aflições e hecatombes diversas, em gritos de alarme e socorro, como se estivessem nas sombras de naufrágio inexorável. No entanto, verifica-se apenas a destruição de nossas aquisições ruinosas ou inúteis. E, em vista do joio ser atado, aos molhos, uma dor nunca vem sozinha.
VINHA DE LUZ  - (F C XAVIER /  EMMANUEL)


OUVISTES?



"Tenho-vos dito estas coisas, para que vos não escandalizeis."
- Jesus. (JOÃO, 16:1.)

 Antes de retornar às Esferas Resplandecentes, o Mestre Divino não nos deixou ao desamparo, quanto às advertências no trabalho a lazer.
Quando o espírito amadurecido na compreensão da obra redentora se entrega ao campo de serviço evangélico, não prescinde das informações prévias do Senhor.
É indispensável ouvi-las para que se não escandalize no quadro das obrigações comuns.
Esclareceu-nos a palavra do Mestre que, enquanto perdurasse a dominação da ignorância no mundo, os legítimos cultivadores dos princípios da renovação espiritual, por Ele trazidos, não seriam observados com simpatia. Seriam perseguidos sem tréguas pelas forças da sombra. Compareceriam a tribunais condenatórios para se inteirarem das falsas acusações dos que se encontram ainda incapacitados de maior entendimento.
Suportariam remoques de familiares, estranhos à iluminação interior. Sofreriam a expulsão dos templos organizados pela pragmática das seitas literalistas. Escutariam libelos gratuitos das inteligências votadas ao escárnio das verdades divinas. Viveriam ao modo de ovelhas pacificas entre lobos famulentos. Sustentariam  guerra incessante contra o mal. Cairiam em ciladas torpes. Contemplariam o crescimento do joio ao lado do trigo.
Identificariam o progresso efêmero dos ímpios. Carregariam consigo as marcas da cruz.
Experimentariam a incompreensão de muitos. Sentiriam solidão nas horas graves. Veriam, de perto, a calúnia, a pedrada, a ingratidão...
O Mestre Divino, pois, não deixou os companheiros e continuadores desavisados.
Não oferecia a nenhum aprendiz, na Terra, a coroa de rosas sem espinhos.
Prometeu-lhes luta edificante, trabalho educativo, situações retificadoras, ensejos de iluminação, através da grandeza do sacrifício que produz elevação e do espírito de serviço que estabelece luz e paz.
É importante, desse modo, para quantos amadureceram os raciocínios na luta terrestre, a viva recordação das advertências do Cristo, no setor da edificação evangélica, para que se não escandalizem nos testemunhos difíceis do plano individual.



Um homem resolveu plantar em seu jardim um canteiro só de flores exóticas. Preparou o solo com carinho e plantou as sementes de diversos tipos de flores, cuidadosamente selecionadas. Quando as flores começaram a surgir, percebeu que junto com elas cresciam outras plantas que ele não havia semeado e nem mesmo as conhecia. A princípio pensou em eliminar estas últimas, arrancando-as do canteiro, porem logo percebeu que fazendo isso corria o risco de eliminar também as sementes que plantara, pois não havia ainda grandes diferenças entre ambas. Resolveu então pesquisar um remédio seguro que pudesse eliminar apenas essas plantas indesejadas. Para isso foi consultar um experiente jardineiro, este porem depois de examinar o jardim lhe propôs:"Deixe-as crescer mais , só assim você poderá distinguir umas das outras, selecionando com segurança o que você quer e o que você não quer. O tempo é o melhor remédio".

PARÁBOLA DO JOIO E DO TRIGO


" O Reino dos Céus, disse o Cristo, é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. Mas, enquanto os servos dormiam, veio um inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e retirou-se. Quando a erva cresceu e deu fruto, então apareceu também o joio. Chegando os servos ao dono do campo, disseram-lhe: - Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde, pois, vem o joio? E ele lhes disse: - Homem inimigo é que fez isso. Os servos continuaram: - Queres, então, que o arranquemos? Não, respondeu ele, para que não suceda que, tirando o joio, arranqueis com ele também o trigo. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e no tempo da ceifa direi aos ceifeiros: -Ajuntai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar; mas o trigo recolham no meu celeiro (Mateus, 13:24-30)".

Joio= É uma erva daninha. Muito conhecido no oriente, que antes de frutificar é tão parecida com o trigo que é impossível distingui-los. Só mais tarde é que se acentuam as diferenças conforme vão crescendo.

Reflexões: Trazendo para o entendimento espiritual, algumas sementes nós escolhemos e a semeamos em nossos corações, sementes do perdão, da paz, da alegria, da harmonia, outras aparecem sem termos escolhido. Por que aparecem? Algumas queremos cultivar, outras queremos arrancar. Mas como fazer isso? Qual o momento certo para tirarmos de nossos corações determinadas sementinhas?

Na parábola podemos entender que o campo a ser cultivado as sementes somos nós, que Jesus é o Agricultor Divino, que percebendo um campo vasto semeou várias sementes promissoras do bem, da verdade, da alegria, do amor, da paz, da harmonia. Se cada um de nós recebe essas benditas sementes como nós estamos cuidado de tudo isso?

Já deixamos florescer a alegria, o perdão?

Sinto paz em meu coração?

Na parábola diz também que "dormindo veio o inimigo e semeou outra semente, a do mal..."

Isso nos leva a outra reflexão "Orai e Vigiai" disse o Cristo.

Jesus semeou só o que é bom, se outras plantas que não são boas apareceram é porque nós permitimos que essas "ervas" se desenvolvessem. Se não são boas, quando e como retirá-las?

Há sim um momento certo para que estas sejam retiradas; no momento que compreendermos porque elas surgiram.

Tenho dificuldades em perdoar?

Sinto e levo harmonia a todos os lugares?

Alguma tristeza em meu coração?

Relaciono-me bem com todas as pessoas?

Alguém está triste comigo?

Voltemos ao nosso canteiro. Que sementinhas nós plantamos?

Perdão combina com mágoa, raiva?

Harmonia combina com barulhos, brigas?

Alegria combina com tristeza?

Amizade combina com intrigas?

Paz combina com desarmonia, desespero?

A parábola do joio e do trigo nos leva a uma reflexão profunda de tudo o que queremos que cresça junto de nós e o que precisamos eliminar. "Somos o que acalentamos em nosso íntimo".

Nossos pensamentos expressam nossas emoções em estado de harmonia ou desequilíbrio.

Jesus disse: "A cada um segundo suas obras", ou seja, cada um é o que lhe apraz e pelo que se esforça. Todos nós dispomos das mesmas oportunidades e responsabilidades para colhermos aquilo que semeamos.









POR QUE EXISTE O MAL - ERICSON AZEVEDO


"Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo; mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou o joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio." Mat. 13:24-26.
"O campo", disse Cristo, "é o mundo." Mat. 13:38. Precisamos, porém, entender isto como significativo da igreja de Cristo no mundo. A parábola é uma descrição pertinente ao reino de Deus, Sua obra pela salvação dos homens, e esta obra é executada pela igreja. Em verdade, o Espírito Santo saiu a todo o mundo; opera no coração dos homens em toda parte; mas é na igreja que devemos crescer e sazonar para o celeiro de Deus.
"O que semeia a boa semente é o Filho do homem, ... a boa semente são os filhos do reino, e o joio são os filhos do maligno." Mat. 13:37 e 38. A boa semente representa aqueles que são nascidos da Palavra de Deus, da verdade. O joio representa uma classe que é o fruto ou encarnação do erro, de princípios falsos.
"O inimigo que o semeou é o diabo." Mat. 13:39. Nem Deus nem os anjos jamais semearam semente que produzisse joio. O joio é sempre lançado por Satanás, o inimigo de Deus e do homem.
No oriente, os homens vingavam-se muitas vezes do inimigo, espalhando sementes de qualquer erva daninha, muito semelhante ao trigo, em crescimento, em seu campo recém-semeado. Crescendo com o trigo prejudicava a colheita, e causava fadigas e prejuízos ao proprietário do campo. Assim Satanás, induzido por sua inimizade a Cristo, espalha a má semente entre o bom trigo do reino. O fruto de sua semeadura atribui ele ao Filho de Deus. Introduzindo na igreja aqueles que levam o nome de Deus, conquanto Lhe neguem o caráter, faz o maligno que Deus seja desonrado, a obra da salvação mal representada e almas postas em perigo.
Dói aos servos de Cristo ver misturados na congregação crentes falsos e verdadeiros. Anseiam fazer alguma coisa para purificar a igreja. Como os servos do pai de família, estão dispostos a arrancar o joio. Mas Cristo lhes diz: "Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa." Mat. 13:29 e 30.
Cristo ensinou claramente que aqueles que perseveram em pecado declarado devem ser desligados da igreja; mas não nos confiou a tarefa de ajuizar sobre caracteres e motivos. Conhece demasiado bem nossa natureza para que nos delegasse esta obra. Se tentássemos desarraigar da igreja os que supomos serem falsos cristãos, certamente cometeríamos erro. Muitas vezes consideramos casos perdidos justamente aqueles que Cristo está atraindo a Si.
Se devêssemos proceder com essas pessoas segundo nosso parecer imperfeito, extinguir-se-ia talvez sua última esperança. Muitos que se julgam cristãos serão finalmente achados em falta. Haverá muitos no Céu, os quais seus vizinhos supunham que lá não entrariam. O homem julga segundo a aparência; mas Deus vê o coração. O joio e o trigo devem crescer juntos até à ceifa; e a colheita é o fim do tempo da graça.
Há nas palavras do Salvador ainda outra lição, uma lição de maravilhosa longanimidade e terno amor. Como o joio tem as raízes entrelaçadas com as do bom trigo, assim falsos irmãos podem estar na igreja, intimamente ligados com os discípulos verdadeiros. O verdadeiro caráter desses pretensos crentes não é plenamente manifesto. Caso fossem desligados da congregação, outros poderiam ser induzidos a tropeçar, os quais, se não fosse isto, permaneceriam firmes.
A lição dessa parábola é ilustrada pelo proceder de Deus para com os homens e os anjos. Satanás é um enganador. Ao pecar ele no Céu, nem mesmo os anjos fiéis reconheceram plenamente seu caráter. Esta é a razão por que Deus não o destruiu imediatamente. Se o tivesse feito, os santos anjos não teriam percebido o amor e a justiça de Deus. Uma só dúvida quanto à bondade de Deus teria sido como má semente, que produziria o amargo fruto do pecado e da desgraça. Por isto foi poupado o autor do mal, para desenvolver plenamente seu caráter. Durante longos séculos, suportou Deus a angústia de contemplar a obra do mal. Preferiu dar a infinita Dádiva do Gólgota, a deixar alguém ser induzido pelas falsas representações do maligno; pois o joio não podia ser arrancado, sem o risco de desarraigar a preciosa semente. E não seremos tão clementes para com nossos semelhantes, como o Senhor do Céu e da Terra o é para com Satanás?
Por haver na igreja membros indignos, não tem o mundo o direito de duvidar da verdade do cristianismo, nem devem os cristãos desanimar por causa destes falsos irmãos. Como foi com a igreja primitiva? Ananias e Safira uniram-se aos discípulos. Simão Mago foi batizado. Demas, que abandonou a Paulo, era considerado crente. Judas Iscariotes foi um dos apóstolos. O Redentor não quer perder uma única pessoa. Sua experiência com Judas é relatada para mostrar Sua longanimidade com a corrompida natureza humana; e nos ordena sermos pacientes como Ele o foi. Disse que até ao fim do tempo haveria falsos irmãos na igreja.
Apesar da advertência de Cristo, têm os homens procurado arrancar o joio. Para punir os que foram considerados malfeitores, tem a igreja recorrido ao poder civil. Os que divergiram das doutrinas dominantes foram encarcerados, martirizados e mortos por instigação de homens que pretendiam agir sob a sanção de Cristo. Mas atos tais são inspirados pelo espírito de Satanás, não pelo Espírito de Cristo. Esse é o método peculiar de Satanás de submeter o mundo a seu domínio. Por esta maneira de proceder com os supostos hereges, Deus tem sido mal representado pela igreja.
Na parábola de Cristo não nos é ensinado que julguemos e condenemos a outros, antes sejamos humildes e desconfiemos do eu. Nem tudo que é semeado no campo é bom trigo. O estarem os homens na igreja não prova que são cristãos.
O joio era muito semelhante ao trigo enquanto as hastes estavam verdes; mas quando o campo estava branco para a ceifa, a erva inútil nada se parecia com o trigo, que vergava ao peso das espigas cheias e maduras. Pecadores que pretendem ser piedosos, confundem-se por algum tempo com os verdadeiros seguidores de Cristo, e a aparência de cristianismo tende a enganar a muitos; mas não haverá, na sega do mundo, semelhança entre os bons e os maus. Então, serão manifestos aqueles que se ligaram à igreja, mas não a Cristo.
É permitido ao joio crescer entre o trigo, desfrutar os mesmos privilégios de sol e chuva; mas no tempo da ceifa será vista "a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não O serve". Mal. 3:18. Cristo mesmo decidirá quem é digno de ser membro da família celestial. Julgará todo homem segundo suas palavras e obras. A religião nada pesa na balança. O caráter é que decide o destino.
Ericson Azevedo – Parabolas de Jesus


A MENSAGEM DE JESUS


“...Jesus não trazia mensagem complexa, nem pedia investigação técnica e teórica para enriquecer o intelecto, pois apregoava uma auto-realização singela e à luz do dia, através de um trabalho lento, mas eficiente, do espírito libertar-se da matéria. A simplicidade, a fé, a devoção, a humildade, a resignação, a pureza, a ternura, o perdão, a renúncia e o serviço ao próximo eram coisas possíveis e realizáveis à face da Terra. E ninguém poderia zombar ou descrer disso, porque o Mestre que ensinava era o exemplo vivo de suas próprias recomendações. Não dizia Jesus comumente aos seus 'apóstolos: "Se ainda não compreendais as coisas da Terra, como quereis que vos fale só das coisas do céu?"
Ele era objetivo e suas parábolas versavam sobre coisas tangíveis e assuntos de bom senso, tais como a "semente da mostarda, os talentos enterrados, o fermento que leveda, o joio e o trigo, o lobo e o cabrito, o bom samaritano, o filho pródigo, o tesouro escondido, o mordomo infiel, o semeador ou o rico insensato"!
Os provérbios, os aforismos e os adágios de senso comum de certos povos e tribos, sob o quimismo espiritual de Jesus, valiam por ensinamentos eternos; eram frases que ondularam sob a brisa cariciosa do seu Amor e penetravam fundo na alma dos homens! Simples conceitos e máximas aldeônicas iluminaram-se à guisa de princípios filosóficos inalteráveis; o modo peculiar de uma gente entender-se entre si, desdobrou-se num processo de análise e revelação em favor do entendimento da vida eterna! Só mesmo a força criadora de um Anjo, e o sentimento excelso de um Santo, conjugados à sabedoria cósmica de um Sábio, seriam capazes de modelar preceitos eternos sob a argila das palavras mais insignificantes.
Aqui, a diminuta semente de mostarda serve para explicar a Fé que move montanhas e cria os mundos; ali, a parábola do talento enterrado adverte quanto à responsa-bilidade do homem no mecanismo da vida e da morte; acolá, o joio e o trigo simbolizam a seleção e divisão profética dos "bons" e dos "pecadores" no seio da humanidade! Enfim, as parábolas foram o maravilhoso recurso de que Jesus se ser-viu para ajustar o seu pensamento avançado e transmiti-lo de modo entendível aos conterrâneos. Elas oferecem um tom de respeitabilidade e o seu. conteúdo é sempre de nobre significado moral, no sentido de despertar a reflexão sobre a Verdade, que deve ser o fundamento da vida eterna do Espírito!...”
Ramatis – Hercilio Maes – O Sublime Peregrino



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“Quem Mais possui, mais deve dar. Quem menos tem, mais deve receber.
Eis a perfeita justiça alcançada pelo Amor, respeitando diferenças e desigualdades necessárias que exprimem a posição atingida,
cada qual com sua fadiga e vontade de subir.”
Pietro Ubaldi


PARÁBOLA DO JOIO E DO TRIGO – ELIANE MACARINI


elianemacarini@yahoo.com.br

O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo; as, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio. Então, vindo os servos do dono da casa, lhe disseram: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio? Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo fez isso. Mas os servos lhe perguntaram: Queres que vamos e arranquemos o joio? Não! replicou ele, para que, ao separar o joio, não arranqueis também com ele o trigo. Deixai-os crescer juntos até a colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro." (Mateus, XIII: 24-30)

A vivência do ser em busca de sua evolução pressupõe intrínseco processo educativo, que acontece através de suas várias experiências entre os dois mundos. É-nos de primordial importância nesse caminhar constante e de transformação abençoada, o conhecimento de nossa origem. Origem que remonta ao momento de nossa criação, simples e ignorantes, porém todos, sem exceção, dotados de uma consciência, na qual se encontram gravadas, através do amor imensurável de nosso Pai Amoroso, as Leis Naturais, a Lei de Deus, “eterna e imutável, como o próprio Deus.”
A bondade de Deus nos presenteou com a presença de seu filho Jesus, nosso irmão abençoado, que viveu entre nós com um único e maior objetivo: auxiliar-nos a acordar a consciência adormecida, através de seus exemplos magníficos, de amor e perdão. Um desses excelentes momentos podemos encontrar na Parábola do Joio e do Trigo; quando Jesus fala do campo, vislumbramos aí uma importante referência a humanidade, nós somos as sementes que foram semeadas.
As sementes de trigo que representam os filhos do reino, o homem bom, aquele que auxilia ao seu próximo, sem julgá-lo em suas limitações, porque já consegue fazer o bem pelo bem; como também são encontradas as sementes de joio, que representam o homem mal, filhos do inimigo, aqueles que ainda transitam pelas trevas de sua própria mente, que ainda não conseguem diferenciar a verdadeira felicidade, baseada no altruísmo em benefício de todos, mas ainda se iludem em busca de prazeres imediatos, tão materiais quanto a sua visão do mundo; e, o inimigo, a figura do mal, sobre a Terra, aparência transitória, se acreditamos em nossa origem divina. “A lei de Deus é a mesma para todos; mas o mal depende, sobretudo, da vontade que se tenha de fazê-lo. O bem é sempre o bem e o mal sempre mal, qualquer que seja a posição do homem; a diferença está no grau de Responsabilidade. (O Livro dos Espíritos – Livro III – Cap. I - Ítem III – O Bem e o Mal – Q. 636)
O semeador, Jesus, o mestre dos mestres, que quando questionado sobre a possibilidade de se arrancar o joio, responde: “Não! para que, ao separar o joio, não arranqueis também com ele o trigo. Deixai-os crescer juntos até à colheita, ...” , ou seja, dê-lhes oportunidade de conviver, partilhar, trocar emoções, sentimentos, conhecimentos, e vivenciar a oportunidade da transformação, experimentando algo melhor, para que no futuro possam comparar com o que conhecem; e somente com a observação do outro podemos questionar sobre as diferenças e avaliar, sem julgar.
  E ainda acrescenta: “e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro", em mensagem de esperança, que nos lembra sublime fala do Mestre: "os mansos herdarão a Terra", e para aqueles que ainda persistirem na prática do mal, haverá esperança em mil formas diferentes e necessárias ao seu processo reeducativo.
A esperança é sempre a base desses ensinamentos, a diversidade evolutiva dos habitantes do planeta, deixa de ser uma chaga a corromper corações e mentes, e passa a ser instrumento de evolução, pois partilhar com o irmão a nossa retaguarda, o pouco que sabemos é cooperar no processo de educação de todos nós; como também, ter a humildade de aceitar que temos muito ainda a aprender com espíritos mais adiantados, o que nos torna mais felizes, menos orgulhosos e menos vaidosos.
Na questão 804, de O Livro dos Espíritos, encontramos a seguinte resposta dos amigos espirituais: “Necessária é a variedade das aptidões, a fim de que cada um possa concorrer para a execução dos desígnios da Providência, no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais.
Alteridade, uma palavra que muito se tem ouvido em nosso momento histórico, que quer dizer: estado de ser o outro; concepção que parte do pressuposto básico de que todo o homem social interage e interdepende de outros indivíduos; isso se refere a “amar ao teu próximo como a ti mesmo.”

Eliane Macarini


PARÁBOLA DO JOIO – RODOLFO CALIGARIS

"O Reino dos Céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. Mas enquanto os homens dormiam, veio um inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e retirou-se. Porém, quando a erva cresceu e deu fruto, então apareceu também o joio. Chegando os servos do dono do campo, disseram-lhe: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Pois donde vem o joio? Respondeu-lhes: Homem inimigo é quem fez isso. Os servos contianuaram: Queres, então, que vamos arrancá-lo? Não, respondeu ele; para que não suceda, que, tirando o joio, arranqueis juntamente com ele também o trigo. Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e no tempo da ceifa direis aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio e atai-o em feixes para os queimar, mas recolhei o trigo no meu celeiro".
(Mateus, XIII: 24-30)
1 - CAIRBAR SCHUTEL
1 - A todos os jactos da sua luz, opõe uma sombra para obscurecê-la ou desnaturá-la. O joio está para o trigo, assim como o juízo humano está para as manifestações superiores. Uma doutrina, por mais clara e pura que seja, no mesmo momento em que é concebida do homem, suscita inimigos que a trucidam, interesseiros e interessados e manter a ignorância que a desvirtuam, revestindo-a de falsas interpretações e desnaturando completamente sua essência puríssima! São como o joio, que amesquinha, transforma, envenena e até mata o trigo!
A Doutrina de Jesus, embora de nitidez incomparável, de lógica e clareza sem igual, não podia deixar de sofrer essa malsinada "transubstanciação", que a tornou esquecida, ignorada e icompreendida das gentes. Embora resumindo-se a religião do Cristo no amor a Deus e ao próximo, no merecimento pelo trabalho, pela abnegação, pelas virtudes ativas, os sacerdotes dela fizeram um princípio de discórdia; degeneraram-se em partido religiosos que se digladiam numa luta tremenda de desamor, de ódio, de orgulho, de egoísmo, destruindo todos os princípios de fraternidade estabelecidos pelo Cristo.
Em vez da religião imaculada do filho de Maria, aparecem as religiões aparatosas de sacerdotes preconizando e mantendo cultos pagãos, exterioridades grotescas, dogmas, mistérios, milagres, exaltando o sobrenatural, escravizando a razão e a consciência das massas! Este joio já agora de milênios, e que começou a surgir por ocasião da semeadura do bom trigo, nasceu, cresceu, abafou a bendita semente porque, segundo diz a parábola, quando o Cristo falou, os homens não lhe deram atenção, mas dormiram, deixando de prestar o necessário raciocínio às suas palavras redentoras!
E como depois, pela mescla da palavra do Cristo com as exterioridades com que a revestiram, se fizesse confusão idêntica à do joio e do trigo, logo após nascerem, o senhor deliberiou esperar a ceifa, quer dizer, o fim dos tempos, que deveria apresentar o produto da sua palavra e os resultados das religiões sacerdotais, com as suas pompas, para que os ceifeiros ficassem encarregados de queimar o "joio" e recolher o "trigo" ao celeiro. É o que estamos fazendo, e estes escritos elucidativos não têm por fim elucidar a Doutrina do Cristo, que é toda luz, mas queimar com a chama sagrada da verdade, o joio malfazejo, reduzi-lo a cinzas, a fim de que o Cristianismo domine, estabelecendo no coração humano o amor a Deus e fazendo prevalecer o espírito de fraternidade, único capaz de resolver as questões sociais e estabelecer a paz no mundo.
CAIBAR SCHUTEL
2 - Um dos perigos que corremos quando buscamos o sucesso é abrirmos espaço para o joio, para as ervas daninhas. Elas contaminarão nosso caminho e estragarão a colheita. O que isso significa? Que se não tomarmos cuidado, atitudes nossas podem invalidar o sucesso conquistado, porque elas nos mostram como não merecedores da vitória. Ou seja, o sucesso não pode ser obtido a qualquer preço. Ele deve ser cultivado com muita delicadeza, assim como um agricultor cuida da sua plantação porque sabe que qualquer erro pode ser fatal, pode estragar um trabalho de meses ou até mesmo de anos. Da mesma forma, precisamos prestar muita atenção ao que plantamos pelo caminho da nossa existência. Isso determinará que tipo de colheita teremos futuramente. De acordo com o que é feito hoje, poderemos ou não chegar ao sucesso, realizar o que desejamos. Tudo dependerá do que plantamos, das sementes que escolhermos, da maneira como fizermos o plantio, dos cuidados que dispensarmos ao que fizermos.
Se não tivermos cuidado, o joio poderá contaminar nossa plantação, até mesmo sem percebemos. Só nos daremos conta do estrago muito mais tarde, quando tentarmos colher os resultados das nossas ações. E aí os resultados estarão comprometidos porque deixamos que algo não adequado fizesse parte do caminho. E o que pode atuar como o joio da parábola de Jesus? Muitas coisas. Uma delas são as pessoas que escolhemos para partilhar nosso caminho. Se a escolha não for bem feita, uma única pessoa pode comprometer nossas realizações. Como? Com sua pouca fé, com suas atitudes mesquinhas, com um comportamento reprovável com um jeito de ser que não condiz com o que almejamos.
Então, por que a escolhemos? Porque muitas vezes nos enganamos. Nem sempre conseguimos olhar para o outro, ou para uma situação, e ver tudo o que está por trás. Somos iludidos por nosso olhar também contaminado, por nossos desejos inconscientes e até por uma certa ingenuidade. Sabendo isso, o cuidado e a atenção devem ser redobrados (Orai e vigiai). O caminho em busca do que desejamos é muito precioso para que simplesmente deixemos intrusos entrarem nele e contaminar a plantação. E uma vez que detectemos a tempo a presença do joio, devemos iniciar a sua eliminação, mas sem pressa. Afinal, qualquer precipitação aumenta o risco de um estrago geral. Como diz a parábola: retirar o joio sem cuidado pode tirar junto o trigo, a parte boa de tudo o que fizemos.
Então, é preciso uma intervenção cirúrgica. Com calma, analisaremos o que foi feito de errado e o que pode ser feito para consertar a situação. Se isso for realizado com paciência e humildade, a colheita será boa.
2 - PAULO ALVES GODOY
A Parábola do Joio e do Trigo é clara, não deixando qualquer dúvida quanto à sua interpretação, mormente em se considerando que o próprio Jesus, nos versículos 36 a 43 do mesmo capítulo do Evangelho de Mateus, dá a interpretação devida àquele ensinamento, apresentando a parábola destituída do seu sentido alegórico.
Tudo o que emana de Deus é perfeito. É irretorquível a concepção de que tudo que foi revelado por Jesus, e o que está consubstanciado em sua Doutrina é completo e impecável, pois é isso o que se deduz da sua afirmação: "Nenhum só til de minhas palavras deixará de ser cumprido".
Deus criou os seus filhos com a elevada destinação de caminharem na senda do bem, colocando-os neste e em outros planetas, para o desempenho de um longo processo de aprimoramento e edificação. Concedeu-lhes, no entanto, um instrumento eficiente para ajudá-los a vencer os obstáculos e para propiciar-lhes aquisições espirituais de ordem relevante e permanente o livre-arbítrio.
A má aplicação desse livre-arbítrio ocasiona conseqüências imprevisíveis e funestas para os Espíritos, o que geralmente é traduzido em quedas e expiações. Mergulhados nos processos de resgate, muitos Espíritos se rebelam, Tansformando-se em autênticos "demônios", que, embora vivendo transitoriamente nesse estado, podem facilmente ser equiparados à semente daninha do joio.
Na qualidade de inimigos do Bem e da Verdade, esses Espíritos passam a desenvolver o lamentável papel de perturbadores da grandiosa obra de Deus e, na imensa seara que é o mundo, servem de entraves ao trabalho de aprendizagem dos bons, simbolizados pelo Mestre na semente do trigo.
Poderia Deus retirar da Terra esses elementos rebeldes ou maus, deixando os bons, livres e desembaraçados para o desempenho das tarefas que devem aqui desenvolver. Entretanto, afirma o profeta: "Deus não quer a morte do impio, mas que ele se redima e viva", conseqüentemente, tal separação seria incompatível com a misericórdia infinita e bondade do Criador de todas as coisas.
Desta forma o Pai Celestial não permite que os maus sejam extirpados da Terra, porque, pelo exemplo e convivência oportuna com os bons e virtuosos, eles poderão se regenerar, o que inapelavelmente, virá a ocorrer, nem que isso demande séculos ou milênios. A lei da reencarnação se encarregará de processar essa lapidação.
Uma razão pela qual o Pai de família da parábola diz:
"Não; para que ao colher o joio não arranqueis também o trigo". Nem todos os homens, transitoriamente maus, são rebeldes ao ponto de não ceder, aos poucos, ao imperativo da lei do progresso espiritual. Muitos deles podem ser regenerados com pouco esforço.
Considerando que o homem catalogado como mau não pode ser considerado bom, e nem incluído no rol dos obstinados e recalcitrantes, que se encastelam na rebeldia e dali não querem se afastar, é óbvio que, extirpando-se os maus, muitos destes seriam fatalmente envolvidos nesse conjunto. Isso é o que a parábola objetiva demonstrar: a erradicação do joio significaria a eliminação de muito trigo.
Muitos homens são maus por ignorância, por falta de uma educação sadia e, muitas vezes, por influência do meio ambiente. É o joio que deverá crescer no meio do trigo, pois essa convivência é das mais salutares.
A parábola ainda afirma que, na ceifa, os ceifeiros colherão o trigo e o guardarão no celeiro, ao passo que o joio será atado em feixes e queimado. Quando tivermos ultrapassado os tempos das grandes tribulações preditas pelo Cristo, e quando a "nova Jerusalém", mencionada no Apocalipse, tiver baixado à Terra, a Humanidade será mais feliz e espiritualizada. Ocorrerá, então, a ceifa profetizada na parábola: os bons permanecerão no mundo, pois no Sermão da Montanha aprendemos que "os mansos herdarão a Terra", e os que, obstinadamente, persistirem na prática do mal, após esgotados todos os recursos dos benfeitores espirituais no sentido de conduzí-los à senda do Bem, serão desterrados para planetas ainda em fase incipiente de evolução, onde ainda reina "o pranto e o ranger de dentes".
Paulo Alves Godoy
3 - RODOLFO CALLIGARIS
A significação dessa parábola parece-nos de uma nitidez meridiana.
O campo somos nós, a Humanidade; o semeador é Jesus; a semente de trigo - o Evangelho; a erva má as interpretações capciosas de seus textos; e o inimigo - aqueles que as têm lançado de permeio com a lídima doutrina cristã.
Mas o Divino Mestre fizera a boa semeadura, pregando e exemplificando o amor entre os homens, como condição indispensável ao advento de um clima de entendimento fraterno no mundo, eis que os supostos herdeiros de seu apostolado, açulados pelo egoísmo e pelo orgulho, começam a criar questiúnculas e dissensões.
A Religião do Bem, objeto de sua missão terrena,de uma simplicidade incomparável, fragmenta-se em dezenas de religiões mais ou menos aparatosas, com sacerdócio organizado, sustentando dogmas ininteligíveis, preconizanndo e mantendo cultos pagãos, exterioridades grotescas ...
Surgem facções e subfacções, incriminanndo-se reciprocamente de heréticas, heterodoxas, etc., e as que se tornam mais poderosas procuram eliminar as outras, afogando-as em sangue, aniquilando-as nas torturas e nas chamas das fogueiras ...
E assim, em nome daquele que fora a perrsonificação da tolerância, da bondade e da doçura, séculos pós séculos a discórdia lavra pela Terra, os filhos do mesmo Deus empenham-se em lutas fratricidas, e milhares de vítimas sucumbem, aos golpes da mais estúpida e feroz odiosidade que há incendiado os corações humanos!
Como pôde esse joio nascer e crescer de mistura com o bom trigo? E' que, segundo a palavra de Jesus, os servos "dormiram", isto é, deixaram de "orar e vigiar", permitindo, assim, que o erro ganhasse raízes.
Contemplando essa confusão religiosa, muito se admiram de que a Providência não a tenha eliminado do globo. Esse dia, entretanto, chegará.
O joio, ao brotar, é muito parecido com o trigo e arrancá-lo antes de estar bem crescido seria inconveniente, por motivos óbvios. Na hora da produção dos frutos, em que será perfeita a distinção entre ambos, já não haverá perigo de equívoco : será ele, então, atado em feixes para ser queimado.
Coisa semelhante irá ocorrer com a Humanidade.
Aproxima-se a época em que a Terra deve passar por profundas modificações, física e socialmente, a fim de transformar-se num mundo regenerador, mais pacífico e, consequentemennte, mais feliz.
Quando os tempos forem chegados, todos os sistemas religiosos, que se hajam revelado intolerantes e opressores, cairão reduzidos a nada, e todos quantos não se afinem, com a nova ordem de coisas, conhecerão o "fogo" da expiação em mundos inferiores, mais de conformidade com o caráter de cada um.
Por outro lado, as almas avessas à guerra, à maldade, ao despotismo, enfim a tudo quanto tem impedido o estabelecimento da fraternidade cristã entre os homens de todas as pátrias e de todas as raças, estas hão-de merecer o futuro lar terrestre, higienizado em sua aura astral e equilibrado em suas condições climáticas, gozando, finalmente, a paz, a doce e alegre paz, de há muito prometida às criaturas de boa vontade.
RODOLFO CALLIGARIS



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