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UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA
ÁREA DE ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA
Dirigente Reunião Mediúnica
Apresentação
O médium sabe que a faculdade é orgânica, mantendo-se em clima de paz sempre que possível, não apenas nos dias e nas horas reservadas para as tarefas especiais de natureza socorrista, porquanto Espíritos ociosos, vingadores, insensatos que envolvem o planeta encontram-se de plantão para gerar dificuldades e estabelecer conflitos entre as criaturas invigilantes.
Por outro lado, o exercício da caridade no comportamento normal, o estudo contínuo da Doutrina e a serenidade moral, são-lhe de grande valia, porque atraem os Espíritos nobres que anelam por criar uma nova mentalidade entre as criaturas terrestres, superando as perturbações ora vigentes no planeta.
Não é, porém, responsável somente o medianeiro, embora grande parte dos resultados dependam da sua atuação dignificadora, o que lhe constituirá sempre motivo de bem-estar e de felicidade, por descobrir-se como instrumento do amor a serviço de Jesus entre os seus irmãos.
Aos psicoterapeutas dos desencarnados é impositivo fundamental o equilíbrio pessoal, a fim de que as suas palavras não sejam vãs, e estejam cimentadas pelo exemplo de retidão e de trabalho a que se afervoram.
O seu verbo será mantido em clima coloquial e sereno, dialogando com ternura e compaixão, sem o verbalismo inútil ou a presunção salvacionista, como se fosse portador de uma elevação irretocável.
Os sentimentos de amor e de misericórdia igualmente devem ser acompanhados pelos compromissos de disciplina, evitando diálogos demorados e insensatos feitos de debates inconseqüentes, tendo em vista que a oportunidade é de socorro e não de exibicionismo intelectual.
O objetivo da psicoterapia pela palavra e pelas emanações mentais e emocionais de bondade não é o de convencer o comunicante, mas o de despertá-lo para o estado em que se encontra, predispondo-o à renovação e ao equilíbrio, nele se iniciando o despertamento para a vida espiritual.
Conduzir-se com disciplina moral, no dia-a-dia da existência, é um item exigível a todos os membros da grei, a fim de que a amizade, o respeito e o apoio dos Benfeitores auxiliem-nos na conquista de si mesmos.
Numa reunião mediúnica séria, não há lugar para dissimulações, ressentimentos, antipatias, censuras, porque todos os elementos que a constituem têm caráter vibratório, dando lugar a sintonias compatíveis com a carga emocional de cada onda mental emitida.
Desse modo, não há porque alguém preocupar-se em enganar o outro, porquanto, se o fizer, a problemática somente a ele próprio perturbará.
À equipe de apoio se reservam as responsabilidades da concentração, da oração, da simpatia aos comunicantes, acompanhando os diálogos com interesse e vibrando em favor do enfermo espiritual, a fim de que possa assimilar os conteúdos saudáveis que lhe são oferecidos.
Nunca permitir-se adormecer durante a reunião, sob qualquer justificativa em que o fenômeno se lhe apresente, porque esse comportamento gera dificuldades para o conjunto, sendo lamentável essa autopermissão...
Aos médiuns passistas cabem os cuidados para se manterem receptivos às energias saudáveis que provêm do Mundo Maior, canalizando-as para os transeuntes de ambos os planos no momento adequado.
Todo o movimento entre as duas esferas de ação deve acontecer suavemente, como num centro cirúrgico, que o é, de modo a refletir-se na segurança do atendimento que se opera.
Os círculos mediúnicos sérios, que atraem os Espíritos nobres e que encaminham para os seus serviços aqueles desencarnados que lhes são confiados, não podem ser resultado de improvisações, mas de superior programação.
Os membros que os constituem estarão sempre atentos aos compromissos assumidos, de forma que possam cooperar com os Mentores em qualquer momento que se faça necessário, mesmo fora do dia e horário estabelecidos.
Pontualidade de todos na freqüência, cometimento de conduta no ambiente, unção durante os trabalhos e alegria por encontrar--se a serviço de Jesus, são requisitos indispensáveis para os resultados felizes de uma reunião mediúnica séria à luz do Espiritismo.
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*Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 28 de agosto de 2007, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Publicada em Reformador. Rio de Janeiro: FEB. Ano125. Nº 2.144. Novembro 2007, p. 414-416.
2. Histórico
Assim, também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Tiago, 2:17
Coordenadores da atividade mediúnica reunidos nas comissões regionais constataram, desde 2004, a necessidade de uniformizar critérios relativos à realização das reuniões mediúnicas. Nos dois anos subseqüentes, representantes da mediunidade das regiões Nordeste e Centro apresentaram sugestões sobre o assunto, organizadas em dois documentos semelhantes.
Em 2007, durante a reunião da Comissão Regional, em Brasília, ocorrida um dia antes do 2.º Congresso Espírita Brasileiro comemorativo do sesquicentenário de publicação de O Livro dos Espíritos definiu-se a necessidade de elaborar um roteiro de Organização e Funcionamento da Reunião Mediúnica com o objetivo de desenvolver o conteúdo existente no opúsculo Orientação ao Centro Espírita, especialmente os itens IV (Estudo e Educação da Mediunidade) , V (Reunião Mediúnica) e X (Participação do Centro Espírita nas Atividades de Unificação do Movimento).
A construção do atual documento, em nível nacional, pelos representantes da área mediúnica, ocorreu em cinco etapas, assim especificadas: a) maio a setembro de 2007 análise das duas propostas já existentes, consideradas projeto-piloto do trabalho; b) outubro a novembro de 2007* envio de sugestões à coordenação geral da área, na FEB, tendo como base análise do projeto-piloto, enriquecido com orientações retiradas das obras da Codificação Espírita e de outras, suplementares a esta, de inquestionável correção doutrinária; c) fevereiro 2007* leitura, integração e redação das sugestões em um único texto pela coordenação geral; d) março a julho de 2008 apresentação do texto nas reuniões das comissões regionais para avaliação e aprovação; e) julho e agosto de 2008 envio do documento final às coordenações da atividade mediúnica e aos dirigentes das federativas para utilização e divulgação.
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* O prazo de apresentação de sugestões foi prorrogado para novembro de 2007 (reunião do CFN). Entretanto, em atendimento às solicitações de algumas federativas foram aceitas sugestões até fevereiro de 2008. O texto final, apresentado nas comissões regionais, foi redigido em março de 2008.
3. Conceitos
Medita estas coisas, ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. 1Timóteo, 4:15
Médium e Mediunidade. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem. [...] Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. O Livro dos Médiuns, segunda parte, cap. 14, item 159.
Reunião mediúnica séria. É aquela [...] em que se pode haurir o verdadeiro ensino. [...] Uma reunião só é verdadeiramente séria, quando cogita de coisas úteis, com exclusão de todas as demais. O Livro dos Médiuns, segunda parte, cap. 29, item 327.
Grupo mediúnico. Entendemos por grupo mediúnico a associação de pessoas que têm conhecimento da Doutrina Espírita e que pretendem dedicar-se ao estudo da fenomenologia medianímica e, simultaneamente, praticar a excelente lição do próprio Espiritismo, que é a caridade. Diretrizes de Segurança, cap. II, pergunta 30. Sendo a reunião um ser coletivo, como afirma Kardec, entende-se que os membros da equipe têm responsabilidades e funções, gerais e específicas, das quais todos precisam estar cientes para garantirem o êxito da tarefa.
Esta equipe, formada por grande número de trabalhadores, submete-se à direção de um Mentor ou Instrutor Espiritual, o qual responde por todas as atividades programadas pelos dois grupos: o de encarnados e o de desencarnados, sendo que o programa estabelecido pela equipe do plano físico depende, para sua execução, da aquiescência e da permissão do Mentor espiritual. Obsessão/Desobsessão, cap.4, terceira parte.
Equipe espiritual. A responsabilidade básica pelos trabalhos mediúnicos é do Plano Espiritual e por isso o verdadeiro esquema a ser seguido aí se delineia. Mas, os lidadores da Espiritualidade respeitam, e muito, os desejos e planificações expressos pelos irmãos da Terra. Obsessão/Desobsessão, cap. 4, terceira parte.
Obsessão. É [...] o domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar. Os bons Espíritos nenhum constrangimento infligem. O Livro dos Médiuns, segunda parte, cap. 23, item 237.
Desobsessão. Os meios de se combater a obsessão variam, de acordo com o caráter que ela se reveste. O Livro dos Médiuns, segunda parte, cap. 23, item 249. A desobsessão é [...] um processo de libertação, tanto para o algoz [obsessor] quanto para a vítima [obsidiado]. Testemunhos de Chico Xavier, item: Libertação.
Através dela desaparecem doenças-fantasmas, empeços obscuros, insucessos, além de obtermos com o seu apoio espiritual [o da desobsessão] mais amplos horizontes ao entendimento da vida e recursos morais inapreciáveis para agir, diante do próximo, com desapego e compreensão. Desobsessão, cap. 64.
Animismo. Refere-se ao [...] conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação. Mecanismos da Mediunidade, cap. 23, item: Mediunidade e animismo. Kardec esclarece que é [...] por vezes muito difícil distinguir, num dado efeito, o que provém diretamente da alma do médium do que promana de uma causa estranha, porque com freqüência as duas ações se confundem e convalidam. Obras Póstumas, primeira parte, item: Controvérsias sobre a idéia da existência de seres intermediários entre o homem e Deus, último parágrafo.
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