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quinta-feira, 2 de abril de 2015

3-22
UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA
ÁREA DE ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA
Dirigente Reunião Mediúnica

Apresentação
Vários autores não têm visto, na extensa bibliografia dos escritores mediúnicos, senão reflexos da alma dos médiuns, emersões da subconsciência, que impelem os mais honestos a involuntárias mistificações. Excetuando-se alguns casos esporádicos, em que abundam os elementos prestantes à identificação, as mensagens mediúnicas são repositórios de advertências morais, cuja repetição se lhes afigura soporífera. Todavia, erram os que formulam semelhantes juízos. Diminuta é a percentagem dos intrínsecos, já que todo o mediunismo, ainda que na materialização e no automatismo perfeitos, se baseia no Espiritismo e Animismo conjugados. Emmanuel, cap. 28, item: O Mediunismo.
Contradições mediúnicas. Estas contradições existem porque os médiuns não são iguais. Cada um capta a mensagem dos Espíritos [...] de acordo com suas idéias pessoais, suas crenças, ou suas prevenções. O Livro dos Médiuns, primeira parte, cap. 4, item 36.
À medida que os fatos se complementam e vão sendo mais bem observados, as idéias prematuras se apagam e a unidade se estabelece, pelo menos com relação aos pontos fundamentais, senão a todos os pormenores. Foi o que se deu com o Espiritismo, que não podia fugir à lei comum e tinha mesmo, por sua natureza, que se prestar, mais do que qualquer outro assunto, à diversidade das interpretações. O Livro dos Médiuns, primeira parte, cap. 4, item 36.
Entretanto, para [...] compreenderem a causa e o valor das contradições de origem espírita, é preciso estar-se identificado com a natureza do mundo invisível e tê-lo estudado por todas as suas faces.O Livro dos Médiuns, segunda parte, cap. 27, item 299.
* Mistificação. Allan Kardec, ao analisar mais detidamente o assunto, esclarece a respeito:
 A astúcia dos Espíritos mistificadores ultrapassa às vezes tudo o que se possa imaginar. A arte, com que dispõem as suas baterias e combinam os meios de persuadir, seria uma coisa curiosa, se eles nunca passassem dos simples gracejos; porém, as mistificações podem ter conseqüências desagradáveis para os que não se acham em guarda [...]. Entre os meios que esses Espíritos empregam, devem colocar-se na primeira linha, como sendo os mais freqüentes, os que têm por fim tentar a cobiça [...]. Devem, além disso, considerar-se suspeitas, logo à primeira vista, as predições com época determinada, assim como as indicações precisas, relativas a interesses materiais. Cumpre não se dêem os passos prescritos ou aconselhados pelos Espíritos, quando o fim não seja eminentemente racional; que ninguém nunca se deixe deslumbrar pelos nomes que os Espíritos tomam para dar aparência  de veracidade de suas palavras; desconfiar das teorias e sistemas científicos ousados; enfim, de tudo o que se afasta do objetivo moral das manifestações. O Livro dos Médiuns, segunda parte, cap. 27, item 303-comentário.
4. As Reuniões Mediúnicas
Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios: de graça recebestes, de graça dai. Jesus. Mateus, 10:8
A reunião mediúnica não comporta improvisações por parte do dirigente e dos demais membros da equipe dos encarnados, por se tratar de atividade de atendimento  e assistência espiritual, previamente programada e organizada pelos Benfeitores Espirituais.
4. 1 OBJETIVOS
* Oferecer condições para o exercício da mediunidade, de forma saudável e segura, em perfeita harmonia com a Codificação Espírita e com as obras espíritas suplementares de inquestionável valor doutrinário.
* Viabilizar condições que assegurem segurança e seriedade da manifestação de Espíritos nas reuniões mediúnicas privativas, usuais na Casa Espírita.
* Prestar auxílio moral e doutrinário aos Espíritos que sofrem ou que fazem sofrer, concorrendo para o seu equilíbrio e a sua melhoria, por meio de aconselhamentos e outras ações espíritas, fraternas e solidárias, e pelos exemplos de boa conduta moral.
* Amparar Espíritos em processo de reencarnação, segundo as condições disponíveis.
* Contribuir para o desenvolvimento da ciência espírita através de estudos edificantes relacionados à mediunidade, em geral, e ao processo de intercâmbio mediúnico em particular.
* Incentivar e promover a capacitação continuada dos encarnados integrantes  da equipe.
* Exercitar a humildade, a fraternidade e a solidariedade perante os encarnados e desencarnados em sofrimento, fornecendo exemplos que caracterizem o esforço de transformação moral.
* Cooperar com os benfeitores espirituais no trabalho de defesa da Casa Espírita, ante as investidas de Espíritos descompromissados com o Bem.
4. 2 REUNIÕES MEDIÚNICAS SÉRIAS: COM JESUS E COM KARDEC
O resumo do item 341, cap. 29, de O Livro dos Médiuns, apresentado em seguida, fornece subsídios adequados à postura  a ser adotada pelos integrantes da equipe dos encarnados, em uma reunião mediúnica séria:
* Perfeita comunhão de vistas e de sentimentos.
* Cordialidade recíproca entre todos os membros.
* Ausência de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã.
* União em torno de um único desejo: o de se instruírem e de se melhorarem, por meio dos ensinos dos Espíritos.
* Recolhimento e silêncio respeitosos.
* União de todos, pelo pensamento.
* Isenção de todo sentimento de orgulho, de amor-próprio, de supremacia e vaidade, predominando a necessidade de ser útil.
São também características da prática mediúnica com Jesus e com Kardec: integrar os participantes da atividade mediúnica na instituição espírita onde atuam e realizar avaliações periódicas da reunião mediúnica.
 Segundo orientações de Emmanuel, existentes no livro O Consolador, questão 372, a sessão espírita deveria ser, em toda parte, uma cópia fiel do cenáculo fraterno, simples e humilde do Tiberíades, onde o Evangelho do Senhor fosse refletido em espírito e verdade [...]. Na questão 411, este benfeitor esclarece que [...] o apostolado mediúnico, portanto, não se constitui tão somente da movimentação das energias psíquicas em suas expressões fenomênicas e mecânicas, porque exige o trabalho e o sacrifício do coração [...].
Martins Peralva acrescenta, por sua vez:
Mediunismo sem Evangelho é fenômeno sem Amor, dizem os Amigos Espirituais [....], sem Doutrina Espírita é fenômeno sem esclarecimento. [...], com Espiritismo, mas sem Evangelho, é realização incompleta [...]. Com Evangelho e sem Espiritismo é, também, realização incompleta [...]. Com Evangelho e Espiritismo é penhor de vitória espiritual, de valorização dos talentos divinos. Imprescindível, pois, a trilogia Evangelho-Espiritismo-Mediunidade. Mediunidade e Evolução, cap.7.
E Emmanuel afirma, peremptoriamente, em que base se assenta a vitória do apostolado mediúnico:
Está [...] no Evangelho de Jesus, com o qual o missionário deve estar plenamente identificado para a realização sagrada da sua tarefa. O médium sem o Evangelho pode fornecer as mais elevadas informações ao quadro das filosofias e das ciências fragmentárias da Terra; pode ser um profissional de nomeada [de prestígio], um agente de experiências do invisível, mas não poderá ser um apóstolo do coração. O Consolador, questão  411.
4.3 A PRÁTICA MEDIÚNICA
A educação e o desenvolvimento mediúnicos compreendem a fase inicial da formação doutrinária básica (conhecimento espírita, em geral, e da mediunidade em particular), que pode estar associada, no principiante, ao afloramento da sua mediunidade e ao posterior encaminhamento ao grupo mediúnico. Importa dizer, porém, que nem todos os espíritas com formação doutrinária são portadores de mediunidade ostensiva, nem possuem compromisso com a tarefa desenvolvida no grupo mediúnico.
Os médiuns ostensivos revelam, contudo, compromisso com a tarefa, uma vez que toda faculdade nos é concedida tendo em vista um fim específico. Assim, entende-se por educação do médium o período que vai do afloramento da mediunidade até a participação, efetiva e harmônica, numa reunião mediúnica, conforme esclarecimentos de Allan Kardec existentes no capítulo 29 de O Livro dos Médiuns.
Na fase de educação e de desenvolvimento da faculdade mediúnica, os médiuns devem ser acompanhados de perto por orientadores experientes, que fazem parte do quadro regular de trabalhadores da Casa Espírita, na área da mediunidade. O médium será considerado apto para integrar o grupo mediúnico, onde a sua mediunidade será exercitada, quando: consegue discernir, de forma geral, as idéias que lhes são próprias e as oriundas dos Espíritos comunicantes; tem controle (educação) sobre as suas emoções, conduzindo-se com respeitabilidade durante as manifestações dos Espíritos; revela esforço de combate às imperfeições e oferece condições para dedicar-se com afinco à tarefa.
É sempre oportuno lembrar que não é automático o encaminhamento, aos grupos mediúnicos, de participantes que tenham concluído cursos de estudo e educação da mediunidade. Deve-se refletir que não é somente o estudo que habilita o tarefeiro ao exercício da mediunidade. Há outros critérios, os quais devem ser atendidos, como equilíbrio emocional, assiduidade, compromisso com a tarefa, entre outros.
É importante destacar, também, que cada Instituição Espírita tem as suas normas e critérios de ingresso à reunião mediúnica, as quais devem ser consideradas, a não ser que exista contradição com os princípios espíritas existentes na Codificação e nas obras suplementares a esta.
O intercâmbio mediúnico implica conhecimentos e cuidados, a fim de que sejam bons os resultados alcançados. A melhoria moral dos membros da equipe cria obstáculos às investidas dos Espíritos distanciados do Bem, além de favorecer o progresso individual.

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