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sexta-feira, 3 de abril de 2015

03 =2 - COMO FOI A DOUTRINA DIFUNDIDA PELO MUNDO?
CONTINUADORES DE KARDEC NA FRANÇA E EM OUTROS PAISES
INDICE
CAPÍTULO 6 - FLAMMARION, DENIS E DELANNE, FIÉIS CONTINUADORES DA OBRA DE KARDEC
Gabriel Delane
Propagação Do Espiritismo
REVISTA ESPÍRITA, SETEMBRO DE 1858
Outros Colaboradores
Cronologia
CAPÍTULO 6 - FLAMMARION, DENIS E DELANNE, FIÉIS CONTINUADORES DA OBRA DE KARDEC
Na segunda edição da presente obra, deliberamos acrescentar, nesta sua Primeira Parte, mais um Capítulo, o 6, e, para integrá-lo, escolhemos três personagens que, pelos trabalhos por eles realizados em prol da então Doutrina nascente, trabalhos esses que abrangem o campo filosófico-científico-religioso, do Espiritismo, merecem destaque especial, não só pela vasta produção literária, desses três abnegados missionários do Cristo, mas, principalmente, por terem sido eles fiéis continuadores da obra de Allan Kardec.
Camille Flammarion  o explorador e revelador dos céus  foi quem popularizou a Astronomia, tendo recebido, na época, o Prêmio Motion, da Academia Francesa. Suas obras foram traduzidas em quase todas as línguas, existindo, também, na França, centenas de Grupos Espíritas, que levam seu nome.
No Brasil, onde sua figura, como espírita e astrônomo, é bastante conhecida, existe um Observatório localizado na cidade de Matias Barbosa (MG), que tem seu nome.
Flammarion foi, sem dúvida alguma, um desses espíritos que, de quando em vez, reencarnam em nosso orbe, a fim de auxiliar seus irmãos em experiência a darem mais um passo rumo ao infinito. Mas, no seu caso, temos mais alguma coisa a acrescentar: ele fazia parte, também, do mesmo grupo de Espíritos que integrava Kardec e, por isso, sua vinda à Terra se deu na mesma época em que viera o mestre lionês, a fim de tomar parte, aqui, da equipe da Terceira Revelação liderada por ele, desempenhando tarefa definida no campo da astronomia. Eis por que, no seu trabalho, notadamente no que versa sobre a Uranografia Geral, procurou demonstrar que Deus não criara mundos somente para adornar o espaço infinito ou para deleitar nossas vistas, mas também para servir de habitat a outras criaturas que passam por eles, na trajetória infinita de sua evolução.
Desde muito cedo Flammarion já se interessava pelo estudo dos astros. Quando ainda jovem, pois contava apenas vinte anos de idade, publicou seu primeiro livro intitulado A pluralidade dos mundos habitados, que chamou a atenção dos sábios e cientistas da época. Mas não parou aí. Escreveu muitos outros trabalhos, quase todos abordando assuntos ligados à sobrevivência da alma após sua desencarnação, trabalhos esses que atestam ter sido ele, realmente, um dos fiéis continuadores da monumental obra de Kardec.
Para o conhecimento dos leitores, citamos, ainda, Deus na Natureza, que é um estudo profundo de todos os fenômenos naturais; O Desconhecido e os Problemas Psíquicos, Urânia, As Casas Mal Assombradas, A Morte e seus Mistérios, dividida em três volumes, que foi terminada quando o autor completava oitenta anos de idade, além de Sonhos Estelares e outros trabalhos referentes à Astronomia, que foram, também, traduzidos para línguas estrangeiras.
À beira do túmulo de Kardec, quando o mestre baixava à sepultura, Flammarion proferiu o célebre discurso, que se acha inserido no livro Obras Póstumas, exaltando a figura incomparável daquele que legara à posteridade a consoladora Doutrina ditada pelos Espíritos, pronunciando, na oportunidade, a conhecida frase: Ele, porém, era o que eu denominarei simplesmente o bom senso encarnado.
Camille Flammarion nasceu no dia 21 de fevereiro de 1842, em Montigny, França, e desencarnou em junho de 1925, com a idade de 83 anos.
Léon Denis  o apóstolo do Espiritismo  contava apenas onze anos de idade quando Kardec publicou a primeira edição de O Livro dos Espíritos. Ele fazia parte, também, da equipe da Terceira Revelação, e viera à Terra para complementar e divulgar os ensinos já enfeixados na Codificação Kardequiana.
Suas obras, quase todas de cunho filosófico-religioso, sintetizam, de maneira extraordinária, seus conhecimentos, embora tenha sido um autodidata, de origem modesta, sem nenhum curso regular.
Quando ainda muito moço, revelou-se inclinado para a Filosofia e as letras, tendo estudado todas as obras de Allan Kardec, nas quais encontrou subsídios para o aprimoramento de seu Espírito. Preparando-se, dessa forma, para o fiel cumprimento da meritória missão que trouxera como seu continuador, de quem se tornou fiel discípulo.
Vale a pena transcrever, aqui, o belo trecho de sua obra O Problema do Ser, do Destino e da Dor, através do qual diz ele:
Dia virá, em que todos os pequenos sistemas acanhados e envelhecidos, se fundirão numa síntese abrangendo todos os reinos da idéia. Ciências, filosofias, religiões, divididas hoje, reunir-se-ão na luz, e será então a vida, o esplendor do Espírito, o reinado do Conhecimento.
Neste acordo magnífico, as ciências fornecerão a precisão e o método na ordem dos fatos; as filosofias, o rigor de suas deduções lógicas; a poesia, a irradiação de suas luzes e a magia de suas cores; a religião juntar-lhe-á as qualidades do sentimento e a noção da estética elevada. Assim, realizar-se-á a beleza na força e na unidade do pensamento. A alma orientar-se-á para os mais altos cimos, mantendo ao mesmo tempo o equilíbrio de relação necessário para regular a marcha paralela e ritmada da inteligência e da consciência na sua ascensão para a conquista do Bem e da Verdade.
Léon Denis, durante sua preciosa existência terrestre, proferiu inúmeros discursos doutrinários, de rara beleza, em Congressos Internacionais.
Em 1889, tomou parte no II Congresso Espírita Internacional, tendo participado, também, do Congresso Espírita de Bruxelas  Bélgica  onde representou o movimento espírita da França e do Brasil. Em 1925, foi aclamado Presidente do Congresso Espírita Internacional, realizado em Paris, do qual saiu a Federação Espírita Internacional, transferida para Inglaterra, em 1948.
Léon Denis deixou, ainda, numerosos trabalhos esparsos, tais como conferências, artigos, declarações, etc., muitos dos quais não foram publicados além de seus nove livros, que alinhamos a seguir: No Invisível, Depois da Morte, O Porquê da Vida, O Grande Enigma, Cristianismo e Espiritismo, Joana DArc, Médium, O Mundo Invisível e a Guerra, O Gênio Celta e o Mundo Invisível e O Problema do Ser, do Destino e da Dor. Obras essas que se vinculam à Codificação de Kardec, porquanto estava ele profundamente identificado com o mestre lionês.
Assim, através dessa preciosa literatura espírita que nos legara, o Espiritismo foi amplamente divulgado, não só nos países da Europa, mas principalmente entre os povos latino-americanos.
Antes, porém, de encerrarmos estas ligeiras notas sobre o apreciado escritor espírita francês, convém esclarecer, ainda, que Léon Denis teve estreita ligação com a Federação Espírita Brasileira. Tendo sido, a partir de 1901, aprovada, por unanimidade, sua indicação para sócio Distinto e Presidente Honorário da FEB, passando a responder, também, pela representação permanente da Casa de Ismael na França e em outros países do continente europeu.
Léon Denis nasceu em Foug, França, no dia 1.º de janeiro de 1846 e desencarnou no dia 12 de abril de 1927, em Tours, com 81 anos de idade.

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