CAPÍTULO I: NÃO VIM DESTRUIR A LEI
A NOVA ERA: ITEM 10
Assina a mensagem mediúnica, sem título, FÉNELON, recebida em Poitiers em 1861. É toda uma exortação aos cristãos, aos que ouvem as vozes dos Espíritos esclarecidos que revelaram o complemento que faltava para o entendimento mais completo da mensagem de Jesus, a trabalhar para a implantação do reino de Deus na mente e nos corações humanos.
Diz ele que um dia, veio Jesus, trazendo a luz que iluminaria toda a Terra, que então andava em trevas. Após, o mundo viveu alternando verdade e obscuridade, mais obscuridade que verdade. Vieram então, os considerados mortos, numa " invasão organizada ", como denominou Conan Doyle no livro História do Espiritismo, através de médiuns de nacionalidades diferentes, em lugares diferentes, falando da continuidade da vida, da existência do mundo espiritual, onde vivem os que partiram, através da morte, demonstrando que levamos para o além túmulo tudo o que somos internamente, em faculdades, qualidades e imperfeições e que a lei do progresso existe não só para as coisas materiais, mas igualmente para a espirituais, tanto na Terra quanto fora dela.
Afirma Fénelon que o espiritismo é de ordem divina, porque repousa sobre leis da natureza, leis divinas, sábias, justas, misericordiosas, imparciais, perfeitas, e que tudo que vem de Deus tem sempre uma finalidade elevada e nobre.
Assim, veio o espiritismo, numa época em que a Ciência florescia, como hoje, mas conduzindo os homens, unicamente, para o bem- estar material, desprezando sua parte espiritual, não satisfazendo, portanto, suas necessidades espirituais, facilitando assim, a expressão do egoísmo e do orgulho, com todas as suas conseqüências. Afirma Fénelon que " o coração e o amor devem marchar unidos à ciência."
Exorta-nos a voltarmo-nos para as lições de Jesus. O espiritismo esclarecendo sobre quem somos nosso destino, nossas necessidades, a responsabilidade de cada um no seu progresso espiritual, leva os homens a viver a moral ensinada por Jesus.
O conhecimento espírita das leis divinas, aliando razão e sentimento, naturalmente, mostra ao homem a necessidade de ser moral no relacionamento com ele mesmo, com o próximo e com Deus, estimulando-o a querer ser bom, que é o maior objetivo da vinda de Jesus na Terra: que o homem seja inteligente e bom.
É determinismo divino que o progresso seja feito em tudo e em todos e quem não progride pelo amor o faz pela dor. Assim, exorta-nos Fénelon ao estudo dos Evangelhos à luz do espiritismo, num esforço de compreensão, aceitação e vivência, fortalecendo-nos para melhor enfrentar as dificuldades do presente e do futuro, a revolução mais moral do que material, que a humanidade já vive e continuará vivendo até que a Terra possa ser um mundo melhor.
A fé raciocinada deve estimular o trabalho de todos em favor da melhoria da humanidade, numa convivência de respeito mútuo aos direitos e deveres de cada um e de todos, a partir do campo de atuação de cada homem.
“Os homens mediante sua inteligência chegaram a resultados jamais vistos no que diz respeito às Ciências, à Artes e ao bem-estar material. Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: é o de fazer reinar entre eles a caridade, a fraternidade, a solidariedade, para assegurar-lhes o bem – estar moral." . ( A Gênese, Allan Kardec, capítulo XVIII, item 5).
“Sois o grão de areia, mas sem os grãos de areia não haveria montanhas.’ "A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho" " A nova cruzada começou: apóstolos da paz universal, e não da guerra, modernos são – Bernardos, olhai para a frente e marchai! A lei dos mundos é a lei do progresso."
Nós, cristãos, estamos sendo convocados a trabalhar em favor da paz em todo lugar a começar pelos nossos lares, com nossos vizinhos, companheiros de trabalho e de outras atividades, ligando-nos pelo pensamento e sentimento aos habitantes e governantes de nosso país e de todas as demais nações, para que aprendamos a conviver na compreensão e respeito na diversidade de idéias e opiniões, transformando a Terra em um mundo melhor, mais justo e mais prazeroso.
Leda de Almeida Rezende Ebner
Abril / 2002
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