Powered By Blogger

Pesquisar este blog

Páginas

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

CASAMENTO

Danilo Carvalho Villela

Consoante a Doutrina Espírita, o casamento – a união permanente de um casal com base na afeição recíproca – é um progresso na marcha da Humanidade e sua abolição constituiria um retrocesso à vida dos animais. Todos sabemos, no entanto, das dificuldades que têm caracterizado essa instituição ao longo do tempo, fazendo com que ela cumprisse apenas uma de suas finalidades principais, a propagação da espécie, mas não a outra de ser a origem da família, como núcleo de almas afins que nela encontrariam o apoio e o incentivo para o enfrentamento dos desafios naturais da evolução. Imposto aos cônjuges pelos respectivos pais ou surgindo em função do interesse econômico ou de atração física, bem como a poligamia legal ou socialmente aceita, sempre fizeram com que grande número de uniões não correspondesse ao modelo acima descrito, convertendo-se o matrimônio em fonte de conflitos, desinteresse e fuga à responsabilidade.

Essas dificuldades decorrem de nossa imaturidade espiritual que, aliás, nos leva a desajustes em outras áreas, como, por exemplo, o trabalho e a alimentação que, embora prescritos nas Leis Divinas e cujo atendimento, portanto, deveria proporcionar felicidade, tornam-se causa de sofrimento pelos abusos a que dão lugar, conseqüência esta, por outro lado, que nos educa e conduz à conduta correta de respeito ao próximo e a nós mesmos.

É interessante observar que alguns estudiosos modernos, constatando as dificuldades acima, questionam a importância atribuída ao casamento e à própria família que, segundo eles, não seria algo natural (ou seja proveniente de disposições comuns a todos) mas simples instituição social, como as organizações comerciais, por exemplo, que poderiam ser modificadas ou até suprimidas conforme os interesses predominantes em dado momento sem maiores implicações. É claro que se enganam os que formulam tais conclusões, ainda quando laureados pelos mais respeitáveis títulos acadêmicos, por deixarem de considerar em suas abordagens a dimensão espiritual – justamente a mais significativa – presente em todos os nossos atos e, evidentemente, também no casamento e na família que são naturais por se assentarem em disposições divinas (afinidade, reprodução, amor, progresso), tendo sua origem em circunstâncias que precedem a vida atual e projetando-se no futuro espiritual de seus componentes.

Considerando igualmente as dificuldades da vida familiar, a Doutrina Espírita não preconiza a indissolubilidade absoluta do casamento, admitindo a possibilidade de sua dissolução nos casos em que a continuidade da vida em comum se torne impraticável face ao desrespeito e até a agressão recíprocos, mas alerta para a gravidade dessa decisão pois os familiares difíceis de hoje são habitualmente companheiros que desrespeitamos ou prejudicamos no passado em momentos de irreflexão e que retornam ao nosso convívio para receberem tratamento oposto, baseado no amor e no discernimento.

Casamento, assim, não é loteria nem tampouco ocorrência superficial, comparável à degustação de novos produtos em algum supermercado, mas um compromisso grave que, com ou sem registros humanos, é assumido pela consciência perante si mesmo e as Leis Universais.

“O Livro dos Espíritos” (questões 695 a 697).

 SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES

Boletim Semanal editado pelo

Lar Fabiano de Cristo

Diretor:

Danilo Carvalho Villela

Editores:

Jorge Pedreira de Cerqueira

Eloy Carvalho Villela

Endereço:

Rua dos Inválidos, 34 - 7o andar

Centro - CEP 20231-044

Rio de Janeiro - RJ

Tel. (21) 2242-8872

Fax (21) 3806-8649

Brasil

Internet: http://www.lfc.org.br/sei

boletimsei@lfc.org.br

Sábado, 20/9/2008 no 2112

Nenhum comentário:

Postar um comentário