FÉ NA PREVENÇÃO
O problema da prevenção do consumo de álcool e outras drogas, em comportamento de risco e situações de violência em todo o país, está sendo estruturado pelo governo federal através de um projeto denominado “Fé na Prevenção” que tem como uma de suas metas capacitar, até o ano de 2011, cerca de 20 mil líderes religiosos para atuar nessa iniciativa. O projeto teve início em junho de 2007, em reunião na Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), com a presença de representantes da comunidade científica, da Universidade Federal de São Paulo, dos movimentos majoritários religiosos e movimentos sociais ligados à questão do uso, abuso e dependência de substâncias psicoativas.
Na ocasião, a Senad propôs a realização de um projeto com substrato pedagógico, técnico-científico a ser disponibilizado para os diversos segmentos religiosos que, a partir do modelo dogmático, devem elaborar o seu material específico de apoio para a divulgação do trabalho.
O lançamento da campanha ocorreu agora, em Brasília, com a participação de autoridades maiores da República, sendo o movimento espírita representado pela psicóloga Maria Heloísa Bernardo, diretora técnica do Centro de Tratamento Bezerra de Menezes, em São Bernardo do Campo (SP), com uma experiência de mais de 20 anos como coordenadora de fóruns sobre tratamento e prevenção ao uso de drogas, em Brasília, Manaus e São Paulo. Parte de suas atividades no Centro de Tratamento Bezerra de Menezes é de estruturar programas terapêuticos, no campo da psiquiatria,na área da dependência química, incluindo implantação de programas de prevenção em escolas, empresas e outras instituições.
Em entrevista publicada na edição 422 do jornal “Correio Fraterno”, Maria Heloísa falou sobre o projeto “Fé na Prevenção”.
“Inicialmente busquei verificar quais instituições espíritas poderiam ajudar a reunir pessoas para o trabalho. Recorri à Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil), onde a Dra. Marlene Nobre recebeu-nos de braços abertos, fazendo a ponte com os principais órgãos representativos no movimento espírita, além de sugerir a fundação da AME em São Bernardo.
Esta nova entidade da AME-Brasil agregará à execução do projeto “Fé e Renovação” o resultado do 1o Encontro de Valorização da Vida, sob a coordenação da Instituição Assistencial Meimei e do Conselho Espírita de São Bernardo” – conta.
Desde a primeira reunião da Senad, foram acolhidos médicos e terapeutas espíritas para elaborar a fundamentação espírita do projeto, material que deverá ser apresentado àquele órgão, abordando tanto a parte da contextualização como a proposta prática, através de oficinas psicopedagógicas.
“A produção do material prático e teórico com vistas ao enfrentamento do problema está sendo estruturado levando em consideração o que o Espiritismo entende sobre uso, abuso e dependência, qual o nosso modelo de abordagem e tratamento, e a metodologia espírita de prevenção proposta.
Estamos articulados com as diversas AMEs (São Paulo, Brasil, Internacional) para a produção desse material prático e teórico” – informa.
A psicóloga destacou a contribuição que a Doutrina Espírita pode oferecer neste campo de trabalho, como os seus conhecimentos sobre a multiplicidade das existências e a lei de ação e reação. “O que é a dependência química? Uma compulsão que a pessoa carrega, uma doença crônica, cujos fundamentos espíritas ajudam a explicar.
Não só a explicar, mas também a auxiliar com terapêuticas mais eficazes.
Ora, se entendemos que somos influenciados por Espíritos e que esses Espíritos podem nos levar não só ao uso de psicoativos mas a outros comportamentos compulsivos, temos recursos como a desobsessão, a água fluidificada, os passes e vibrações, como parte da metodologia espírita, para o tratamento. Existem trabalhos maravilhosos sendo realizados pelas Casas Espíritas, como é o caso da Instituição Assistencial Meimei, (telefone [11] 4176-8600 e página www.iam.org.br), com uma bagagem de 40 anos de assistência aos dependentes e familiares e, também de outras Casas. Tudo isso tem de se transformar num material mais divulgado, um referencial para a prevenção, em função da experiência ao longo de tantos anos” – concluiu a entrevistada.
A íntegra da entrevista pode ser lida na página www.correiofraterno.com.br.
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Sábado, 4/10/2008 – no 2114
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