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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O LIVRO DOS ESPÍRITOS Estudo de: Eurípedes Kühl

PARTE SEGUNDA - Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos


CAPÍTULO IX — Da intervenção dos Espíritos no mundo corporal - (questões 456 a 557)

Desde que o mundo é mundo o homem questiona se a vida continua após a morte e se de fato existem “outro mundo e outra vida” e como são as coisas por lá...

Século XIX indo a meio encontraremos Kardec fazendo a mesma pergunta aos Espíritos amigos que, respondendo, demonstraram possuir bastante conhecimento, a par de elevação moral.

O título dado pelo Mestre lionês ao presente capítulo registra, por si só, a resposta àquela milenar pergunta, a qual, aliás, subdivide-se em dezenas de “sub-perguntas”, que foram agrupadas em subitens.

As respostas patentearam que existe sim o “tal outro mundo” e que os que lá habitam são os mesmos que aqui habitaram, considerando que “os de lá” influenciam grandemente “os de cá”: nós. E mais: “do lado de lá” está a vida eterna e “do lado de cá”, as existências, embora múltiplas, um dia cessarão...

Em face da extensão do capítulo e o nosso propósito de comentar um a cada mês, precisamos nos socorrer da síntese. Mas, antecipadamente, sugerimos aos leitores interessados uma visita ao original, que é um inestimável tesouro de informações indispensáveis para o dia-a-dia, já que aqui só podemos ofertar pobre amostra.

9.1 – Faculdade, que têm os Espíritos, de penetrar os nossos pensamentos - (questões 456 a 458)

Só o título do subitem já traz à tona a transcendentalidade dos esclarecimentos espirituais. Mas, vamos aos resumos:

- os Espíritos, querendo, vêem o que fazemos e conhecem nossos pensamentos — nada lhes escapa;

- obviamente, os bons Espíritos nos amparam e os levianos, riem de nós;

9.2 - Influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e atos (questões 459 a 472)

Vamos reproduzir a questão 459, que consideramos importantíssima:

459. Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?

R: “Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem”.

- quando formulamos pensamentos é comum captarmos outros: provêm de vários Espíritos; o resultado indicará sempre qual a natureza da fonte;

- Espíritos imperfeitos nos induzem ao mal para que soframos, como eles...

- tanto as boas sugestões, quanto as idéias malévolas que captamos, só serão assimiladas se lhes dermos guarida, em sintonia com nosso pensamento;

9.3 - Possessos - (questões 473 a 480)

- como jamais dois Espíritos poderão coabitar num mesmo corpo físico, a possessão não existe; contudo, em termos espíritas, denominamos “possessão” quando um Espírito submete outro de tal forma que lhe anula a vontade;

- a prece sincera, ao invés de exorcismos, é o mais eficaz amparo a alguém que se encontre dessa forma obsedado por um Espírito infeliz;

9.4 - Convulsionários - (questões 481 a 483)

Antes de anotarmos as respostas obtidas por Kardec, devemos fazer uma pequena ressalva: o termo “convulsionário” se reportava, àquela época, aos fanáticos franceses jansenistas [seguidores do Jansenismo, doutrina de Jansênio (1585-1638), que primava pela austeridade, rigor dos costumes], do começo do século XVIII, aos quais a exaltação religiosa causava convulsões.

- a exaltação fanática: sonambulismo provocado, a insensibilidade física, a leitura do pensamento, as crises com gritos e gestos — todas essas manifestações — põem a descoberto médiuns destrambelhados, que de forma inconsciente e simultânea, podem produzi-las ou vivenciá-las.

OBS: Considerando que está no perispírito a sede das sensações físicas, podemos inferir que a insensibilidade física (às torturas, por exemplo, como se vê em espetáculos públicos de suplícios) encontra explicação pelo “desdobramento” (parcial ou total — afastamento da porção etérea perispiritual) de quem a isso se presta.Tal demonstrador tem disposições naturais para tanto: é um médium.

9.5 - Afeição que os Espíritos votam a certas pessoas - (questões 484 a 488)

- tudo é uma questão de sintonia: os bons Espíritos se afeiçoam às pessoas de bom comportamento, ao passo que os Espíritos inferiores, aos homens viciosos;

- há casos em que o Espírito nutre afeição por alguém encarnado, como saldo de ligações afetivas de ambos, em vidas passadas;

- nossas mazelas morais afligem os bons Espíritos muito mais do que nossas dores físicas, estas, episódicas, ao passo que aquelas se demoram em nós...

- nossos parentes, se lembrados por nós, devotam-nos simpatia; se olvidados, olvidam-nos também...

OBS: Pode parecer estranha essa resposta. Mas não é: cabe aqui acrescentar que, pelas vidas sucessivas (reencarnações), o homem acumula inumeráveis existências corpóreas, daí resultando que há de ter pertencido e formado também incontáveis famílias. No estágio moral atual da Humanidade, nada objeta que, por enquanto, poucos ainda serão os Espíritos que têm acendrado amor por todos os familiares aos quais um dia se uniu fisicamente...

Permitam-nos os leitores a aposição de uma reflexão nossa:

- segundo a “Grande Enciclopédia Larousse Cultural”, 1990, Vol. 5, pg. 1675, os arqueólogos encontraram os primeiros homens do nosso tipo (atual) há cerca de 38.000 anos — “o homem de Cro-Magnon”, no Sudoeste da França;

- fazendo cálculos primários, supomos que em média (apenas conjetura) cada existência terrena dura 100 anos e que o Espírito desencarnado, também em média, permanece outros 100 anos no Plano Espiritual;

- temos, assim, que a cada milênio, o homem reencarna cinco vezes;

- conclusão: apenas no período “cro-magnon” cada um de nós já reencarnou 190 vezes (!). E agora: quantos pais, mães, filhos e demais parentes tivemos? Onde está a lembrança deles?...

9.6 - Anjos de guarda. Espíritos protetores, familiares ou simpáticos - (questões 489 a 521)

Desde o nascimento, cada ser humano — selvagem, de inferioridade moral ou mesmo evoluído — tem um Espírito protetor (mais elevado moralmente do que ele) destinado por Deus. Esse bom Espírito acompanha seu protegido durante toda a sua existência terrena e por vezes prossegue amparando-o após a desencarnação. Nos lugares e nas situações mais difíceis da existência, jamais esse amigo se afasta daquele que protege. Isso é bênção inapreciável! Aconselha sempre a melhor conduta e se não é ouvido, jamais abandona o protegido: em respeito ao livre-arbítrio deste afasta-se até que o chame.

Aglomerações de indivíduos (sociedades, cidades, nações) têm também Espíritos que as protegem, desde que caminhem para o bem comum.

Além do Espírito protetor, nada objeta que o homem peça a assistência específica dos bons Espíritos, como por exemplo, no caso das artes em geral, das iniciativas que visem melhoria nessa ou naquela qualidade, etc.

9.7 - Pressentimentos - (questões 522 a 524)

O pressentimento pode ser considerado como um bom conselho dado por um Espírito amigo. Seja quanto ao adiantamento moral, quanto aos assuntos da vida particular, os conselhos solicitados aos Espíritos protetores poderão ser atendidos, desde que isso melhore a vida daquele que os requereu.

Assim, os termos “sorte”, “azar”, “destino”, “coincidência” e “acaso” foram banidos por Kardec do dicionário espírita...

9.8 - Influência dos Espíritos nos acontecimentos da vida - (questões 525 a 535)

Os Espíritos têm ação sobre a matéria e assim, dentro das leis da Natureza, podem influenciar determinados acontecimentos da vida. Três exemplos:

- o primeiro, o de um homem que sobe numa escada e esta estando podre se quebra, causando-lhe a morte;

- o segundo, o de um homem que se refugia da chuva debaixo de uma árvore e morre ali fulminado por um raio;

- o terceiro, o de alguém que tenta alvejar um homem, não o conseguindo.

Explicaram os Espíritos a Kardec que no primeiro e no segundo caso, os desencarnantes foram inspirados/encaminhados para tais atos; já no caso do tiro, ou os Espíritos inspiraram a idéia da vítima se desviar ou então terão ofuscado o atirador, fazendo-o errar o alvo.

OBS: Ao contrário, as chamadas “balas perdidas”, que tantas vítimas têm provocado, podem ser enquadradas no mesmo mecanismo, só que com o sinal trocado...

Há Espíritos zombeteiros que se comprazem em nos causar aborrecimentos.

Lição inesquecível há aqui: do que parece um mal sairá um bem muito maior!

9.9 - Ação dos Espíritos nos fenômenos da Natureza - (questões 536 a 540)

Ainda sob o impacto do terrível terremoto ocorrido no fundo do Oceano Índico, no dia 26.Dezembro.2004, causando a morte de aproximadamente 224.000 pessoas, registramos dois trechos em resposta às questões:

536. São devidos a causas fortuitas, ou, ao contrário, têm todos um fim providencial, os grandes fenômenos da Natureza, os que se consideram como perturbação dos elementos?

R: Tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus.

537. a) Poderá então haver Espíritos que habitem o interior da Terra e presidam aos fenômenos geológicos?

R: Tais Espíritos não habitam positivamente a Terra. Presidem aos fenômenos e os dirigem de acordo com as atribuições que têm. Dia virá em que recebereis a explicação de todos esses fenômenos e os compreendereis melhor.

Bem: de nossa parte, apenas acrescentamos que temos como inabalável certeza, compreensão e fé de que “Deus não coloca cruz em ombro errado!”

Assim, as incontáveis vítimas de tais acontecimentos estarão submetidas à Lei Divina de Justiça, a se evidenciar por causa e efeito — ação e reação.

Ademais, quem passa por tão grande expiação está se quitando de pesado débito e assim, emerge de tal resgate, liberto, pronto para alçar vôo feliz.

9.10 - Os Espíritos durante os combates - (questões 541 a 548)

Nas guerras há sempre o componente espiritual atuante: Espíritos existem que só se preocupam em provocar discórdia e destruição. Assim, ações bélicas, praticamente todas, têm a assessoria espiritual avalizando-as, o que é uma tristeza. Inclusive a insuflação de inimizades, em níveis coletivos (países).

Muitos mortos em combate, o mais das vezes, prosseguem no Plano espiritual em combate, julgando-se “vivos” ainda. Aos poucos, porém, a realidade lhes surge.

9.11 - Pactos - (questões 549 a 550)

Não há pactos. Há sintonia... Daí que aquele que convocar Espíritos para que executem sua má intenção, atrairá maus Espíritos que irão tentar ajudá-lo. Porém... conseguindo ou não, quem pediu se torna devedor de cobradores, geralmente cruéis, impuros. Esse acoplamento é inexorável.

9.12 - Poder oculto. Talismãs. Feiticeiros - (questões 551 a 556)

Fórmulas, palavras sacramentais, sinais cabalísticos ou talismãs não têm ação sobre os Espíritos. Nesses casos, o que acontece é que o pensamento dos invocadores é que os atraem e não as coisas materiais.

Os chamados “feiticeiros”, agindo para o mal (na contramão do Evangelho), ou para o bem (ajudando pessoas que os procuram), nada mais são do que médiuns desequilibrados aqueles e ignorantes estes, agindo com assessoria competente de Espíritos com os quais se afinizam.

9.13 - Bênçãos e maldições - (questão 557)

Bênçãos: apenas alcançam aquele que as merecem.

Maldições: Deus não permite injustiças, assim nenhum mal intentado contra um justo prosperará.

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