A desigualdade social no Brasil tem apresentado queda, contudo, o avanço do país nesse campo ainda é tímido, como revela a nova edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada em 17 de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pelo levantamento, a maior redução na diferença entre ricos e pobres no Brasil ocorreu no ano passado. Para o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, os indicadores sociais só não avançam mais porque a distribuição de renda não se dá numa velocidade maior do que a verificada nos últimos anos.
“O Brasil não é um país pobre; é rico e se aproxima de países desenvolvidos em alguns indicadores, mas a distribuição de renda é como a de países que nem sabemos direito onde estão no mapa” – disse Nunes ao jornal “O Estado de S. Paulo” (www.estadao.com.br), que divulgou matéria a respeito no dia 18 de setembro, a qual revelou ainda que a concentração de renda em solo brasileiro está mais próxima da de nações pobres da América Central, como El Salvador e Panamá, ou africanas, como Zâmbia, África do Sul, Suazilândia e Zimbábue.
O grande pensador francês Léon Denis, cujas obras são de leitura indispensável, sobretudo nas Casas Espíritas, dedicou um capítulo inteiro de seu clássico “Depois da morte” às questões sociais, que já eram objeto de preocupação na segunda metade do século XIX.
“Compreende-se, geralmente, que uma repartição mais eqüitativa dos bens da vida é necessária. Daí, mil teorias, mil sistemas diversos, tendendo a melhorar a situação das classes pobres, a assegurar a cada um, pelo menos, o estritamente necessário. Mas a aplicação desses sistemas exige da parte de uns muita paciência e habilidade, da parte de outros, um espírito de abnegação que faz, freqüentemente, falta” – afirma Denis, complementando que ao invés dessa mútua benevolência que, aproximando os homens, lhes permitiria estudar em conjunto e resolver os mais graves problemas, é com violência e a ameaça na boca que o proletário reclama seu lugar no banquete social, e que é com amargor que o rico confina-se no seu egoísmo e recusa-se a abandonar aos famintos as menores migalhas da sua fortuna, abrindo tudo isso um fosso, favorecendo o acúmulo, dia a dia, dos mal-entendidos, das cobiças, dos ódios.
“A causa do mal e o remédio não estão onde se procura com mais freqüência. É em vão que se esforça para criar combinações engenhosas. Os sistemas sucedem a sistemas, as instituições dão lugar às instituições, mas o homem permanece infeliz, porque se conserva mau. A causa do mal está em nós, nas nossas paixões, nos nossos erros. Eis o que é preciso transformar. Para melhorar a sociedade, é preciso melhorar o indivíduo. Para isso, o conhecimento das leis superiores de progresso e de solidariedade, a revelação da nossa natureza e dos nossos destinos são necessários, e esses conhecimentos, só a filosofia dos Espíritos pode dá-los” – afirma Léon Denis
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Sábado, 11/10/2008 – no 2115
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