Danilo Carvalho Villela
Observando a semelhança habitual entre o conteúdo das mensagens mediúnicas e as idéias e opiniões dos grupos onde eram recebidas, apressaram-se alguns adversários do Espiritismo em ver nisso a prova da inexistência da mediunidade, atuando o sensitivo, segundo eles, como uma espécie de espelho a refletir apenas o pensamento dos presentes. Não foi difícil mostrar o equívoco dessa suposição apresentando os exemplos, numerosos, em que isso não se dava, ficando patente a independência do comunicante, sem esquecermos, a propósito, que nos primeiros tempos da Doutrina Espírita, tanto os medianeiros, que transmitiam mensagens sobre reencarnação e causa e efeito, quanto os agrupamentos onde as mesmas eram recebidas, desconheciam ou eram até hostis a esses conceitos, que não poderiam provir nem do intérprete nem dos assistentes.
Os grupos compostos por pessoas sérias, interessados na própria melhoria e na descoberta de sentido e coerência para a vida, obtinham comunicações de elevado alcance moral e filosófico, enquanto reuniões frívolas recebiam manifestações triviais, irônicas ou até grosseiras.
Isso ocorria não porque as idéias da maioria estivessem sendo captadas e reproduzidas pelos respectivos medianeiros, que, na verdade, estavam sendo fiéis e apenas transmitiam os conceitos formulados pelas entidades presentes àquelas assembléias: orientadores interessados na extensão do bem, no primeiro caso, e individualidades imaturas ou até perturbadas, no segundo.
A Doutrina Espírita veio informar-nos acerca da convivência que todos – dispondo ou não de mediunidade ostensiva – mantemos com o mundo invisível, devendo acrescentar-se que enquanto no plano material podemos ser instados, por razões profissionais, por exemplo, a entrar em contato com pessoas das mais variadas tendências e características, no campo espiritual isso não ocorre, permanecendo cada um de nós inteiramente livre para selecionar temas e companhias para esse intercâmbio, acerca do qual devemos lembrar ainda que ele não exige vizinhança espacial.
Assim como ocorre na Terra, onde graças aos modernos meios de comunicação podemos conversar com alguém que esteja muito distante de nós, no terreno espiritual a questão é ainda mais simples pois essa ligação se estabelece pelo pensamento, através do qual podemos receber de amigos e orientadores desencarnados idéias de otimismo e sugestões que nos ajudem a resolver nossos problemas ou – sempre por escolha nossa – influenciação oposta proveniente de inteligências ainda fixadas na ociosidade e no vício, com as quais sintonizemos.
Tendo-se em vista o estado moral de nosso planeta, não é difícil avaliar o gênero de entidades que permanecem junto à Humanidade encarnada, donde o impositivo de cuidado com o exercício da mediunidade que deve ser centralizado na Casa Espírita onde se encontrarão as condições de orientação e segurança necessárias ao seu aproveitamento correto com oferecimento de socorro e esclarecimento a encarnados e desencarnados.
“O Livro dos Médiuns” (Segunda Parte, capítulo 21, item 232).
SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
Boletim Semanal editado pelo
Lar Fabiano de Cristo
Diretor:
Danilo Carvalho Villela
Editores:
Jorge Pedreira de Cerqueira
Eloy Carvalho Villela
Endereço:
Rua dos Inválidos, 34 - 7o andar
Centro - CEP 20231-044
Rio de Janeiro - RJ
Tel. (21) 2242-8872
Fax (21) 3806-8649
Brasil
Internet: http://www.lfc.org.br/sei
Sábado, 27/9/2008 – no 2113
Nenhum comentário:
Postar um comentário