CASA ESPÍRITA:
ESCOLA, HOSPITAL E TEMPLO *Rita Côre
O caráter
filosófico da Doutrina Espírita fundamenta a fé na razão. Para crer é preciso
saber.
E para que servem os saberes aos
quais a Doutrina Espírita nos dá acesso? Justamente para alicerçar a fé raciocinada,
que pode oferecer ao homem um roteiro seguro de bem viver.
No entanto, é importante que
associemos aos princípios doutrinários as nossas próprias descobertas, num
processo constante de autoconhecimento e autoburilamento.
Pois se apenas ouvirmos o que os outros
sabem, sem aplicar as lições da Doutrina à vida, estacionaremos no círculo de
luz do conhecimento alheio, sem alçar o vôo da verdadeira libertação.
Espiritismo exige estudo. E se
ainda não temos no Brasil uma tradição de leitura, como se costuma dizer,
cresce a importância do estudo em grupo, na Casa Espírita que, nesse sentido, é
literalmente uma escola.
Porém, por mais intelectualizados
sejam os conhecimentos filosóficos do Espiritismo, a Casa Espírita é uma escola
de almas, e por isso não se detém apenas no saber, mas a partir dele alcança o
sentir e o ser. Seu objetivo é educar o Espírito, individualidade imortal. Os
conceitos e as informações que divulga são instrumentos facilitadores para a
conquista do bem-estar íntimo, proporcionando uma relativa felicidade, possível
de se alcançar na própria existência terrena, mesmo no estágio evolutivo em que
nos encontramos.
Mas o núcleo espírita, além de
escola, é também chamado de hospital, idéia que nos remete a um lugar destinado
a tratamento de enfermidades, para a recuperação da saúde. E o que é saúde?
Pelo conceito da OMS não é simples ausência de enfermidade, é mais. É bem-estar
físico, psíquico e social. Do ponto de vista holístico, já se acrescenta a
esses três aspectos mais uma instância – a espiritual, não com a marca religiosa,
mas como uma potencialidade do ser.
Assim, podemos afirmar que na
Casa Espírita tem-se o mesmo conceito, ampliado pela certeza da realidade do
Espírito.
Porque se
o Centro Espírita é um hospital de almas, ao orientá-las no caminho do equilíbrio,
cria condições para a conquista do bem-estar psíquico, físico e,
conseqüentemente, social. A medicina ali desenvolvida não trata de curas do
corpo, mesmo que pela profilaxia do perdão e do despertar da consciência até
nos possibilite alcançá-las, através da fé que transforma as matrizes distônicas
do Espírito, responsáveis pelos transtornos orgânicos. Porém, as enfermidades da
alma são o objeto principal de tratamento.
E quais seriam as grandes
enfermidades da alma? Nós as conhecemos. Dentre elas o orgulho, a vaidade, o
ciúme, o egoísmo, a inveja e suas máscaras.
A Doutrina Espírita nos oferece
as vacinas para que possamos erradicar essas doenças, dando condições ao homem
para que conquiste melhor qualidade de vida, não só na existência terrena, como
no Mundo Espiritual.
Mas por que também se diz ser a
Casa Espírita um templo ou uma casa de oração?
A palavra templo é associada à
religião, e religião, por sua vez, a rituais, ministros e dogmas. O
Espiritismo, no entanto, não possui estas características. É religião, do ponto
de vista filosófico, pois, alicerçado na metodologia científica, aponta-nos o caminho
da Moral Divina. Através do constante tratamento espiritual a que nos submetemos,
na Casa Espírita, descobrimos que ao retomarmos as conexões com a nossa origem
– a que chamamos Deus – restabelecemos também as conexões com nós mesmos, com
os outros, e temos maiores possibilidades de alcançar o equilíbrio.
Para isso é inegável a
importância da prece, expressão de religiosidade, como conseqüência da
filosofia e da ciência, esses pilares sobre os quais se apóia o caráter moral
libertador do Espiritismo.
A Casa Espírita, em relação à
prece, oferece ambiente que facilita o recolhimento.
Daí, o templo.
Enfim, uma Casa Espírita é sempre
um dínamo de amor em ação, caridade que liberta.
“Recordemos que o Espiritismo
nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria
divulgação.”
“Estude e Viva” Emmanuel
SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
Boletim Semanal editado pelo
Lar Fabiano de Cristo
Diretor:
Danilo Carvalho Villela
Editores:
Jorge Pedreira de Cerqueira
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Sábado, 23/8/2008 – no 2108
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