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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O LIVRO DOS ESPÍRITOS *Estudo de: Eurípedes Kühl

PARTE SEGUNDA - Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos


CAPÍTULO III — Da volta do Espírito, extinta a vida corpórea, à vida espiritual (questões 149 a 165)


Preocupado em obter esclarecimentos sobre o que sucede ao homem após o fenômeno da morte — inexorável, aliás, para todos os seres vivos —, Kardec elaborou uma série de perguntas que dirigiu aos Espíritos, obtendo como respostas informações extremamente claras e que de forma alguma agridem ao bom senso.


Este capítulo, assim, interessa a todos...


As respectivas informações, como de resto todas as demais contidas em “O Livro dos Espíritos”, de forma alguma são imposições dogmáticas, antes, convite à razão.


Aceitá-las, ou não, eis aí outra valiosa premissa espírita: a de que tudo aquilo que se dirigir aos escaninhos da fé, que antes seja submetido à análise, seguida de demorada reflexão e julgamento, para só então, se considerado procedente, constituir-se em verdade, já então como “fé raciocinada”.


1. A alma após a morte; sua individualidade. Vida eterna (questões 149 a 153)

 

Essas questões ensejaram aos Espíritos Instrutores proclamar que a morte não existe como grande parte da humanidade imagina, isto é, um acontecimento absolutamente misterioso, impenetrável, insondável...

 

De fato, pelas respostas, que por exercício de lógica são facilmente aceitas, a morte, tanto quanto o nascimento, não passa de mudança de plano para a alma, no seu longo itinerário evolutivo, onde berço e túmulo são experiências muitas vezes repetidas.

 

É de se considerar que o Espírito tem princípio, mas não terá fim, isto é, ruma para a Eternidade, tal se constituindo sublime bênção; a cada desencarnação, retorna à Pátria espiritual, sempre revestido do perispírito, que também não se desfaz, um e outro não perdendo a identidade; já quanto aos corpos físicos utilizados nas sucessivas existências corpóreas, não padece dúvida de que são transitórios, quais vestimentas da alma.

NOTA: A propósito do perispírito, recordamos que quando tratamos dele, no Cap I da 2ª Parte, ficou estabelecido que ele é constituído de matéria cósmica do planeta no qual a alma vai reencarnar; sua duração, assim, é igual ao tempo de permanência dessa alma no longo roteiro de evolução vivenciado nesse mundo.

O fluxo: encarnação-desencarnação-reencarnação-desencarnação..., tende assim, para repetência até um distante ponto futuro, e enquanto dura citado fluxo, opera por “solução de continuidade”, podendo ser comparado a um movimento pendular.

 

Cessará tal fluxo quando o Espírito adquirir todo o conhecimento e evolução moral consentâneo com o grau moral desse mundo, ocasião em que obterá mérito para transmigrar para um mais evoluído.

 

NOTA: Seres angelicais, por livre escolha e abnegação, não raramente permanecem missionariamente no mundo no qual alcançaram o passaporte para mundo mais feliz.

A mediunidade desponta como fator decisivo como demonstrativo de que alma desencarnada (denominada Espírito) mantém a individualidade, seja pelas inúmeras comunicações verbais ou até mesmo por aparições.


2. Separação da alma e do corpo (questões 154 a 162)

Não há dor para a alma quando se soltam os laços que a prendem ao corpo.

 

O desprendimento do perispírito é realizado gradualmente, variando em razão do quantum de desprendimento material do desencarnante: as almas mais evoluídas se desprendem mais rapidamente, qual pássaro que deixa a gaiola e voa para o céu; nas almas apegadas à matéria, os laços custam mais a se desfazerem. Isso é cristalino de entender.

 

A experiência vem demonstrando que almas há que deixam o corpo físico, mesmo antes do desenlace, quando ainda há alguma vida orgânica. Talvez isso seja difícil de crer, mas à questão n° 156 é bem clara a informação:

 

“(...) O corpo é a máquina que o coração põe em movimento. Existe (vida orgânica) enquanto o coração faz circular nas veias o sangue, para o que não necessita da alma”.

 

Algumas almas — evoluídas —, ainda presas à vida orgânica, vislumbram o Plano Espiritual e se esforçam para que ocorra o desprendimento. Isso lhes apraz.

 

A chegada da alma ao mundo espiritual pode proporcionar alegria ou constrangimento, conforme haja praticado o bem ou conscientemente o mal, posto que lá estão muito mais Espíritos do que homens aqui na Terra.

 

São freqüentes os reencontros com parentes, amigos ou conhecidos, tanto quanto com inimigos, vindo todos, amigável ou negativamente, recepcionar aquele que chega...

 

Mortes violentas (por acidentes, por decapitação, etc.), promovem cessação da vida orgânica e podem promover separação perispiritual, simultaneamente, tanto quanto também perda ou breve manutenção da consciência. Contudo, o desprendimento se dará com grande dificuldade em casos de morte violenta nos quais as forças vitais se mantêm por algum tempo.


3. Perturbação espiritual (questões 163 a 165)

 

A perturbação espiritual da alma que chega ao Plano espiritual, decorrente do fenômeno morte do corpo físico, variará em razão do seu grau de elevação (purificação, própria do homem de bem).

 

Obviamente, o conhecimento da Doutrina dos Espíritos, será de grande valia para aquele que compreende os meandros da vida, sempre pujante, a se expressar ora no espiritual, ora no material.

 

Claro é que grande maioria de nós não tem preparo suficiente para administrar, sem alguma perturbação, ou de maneira confusa, esse instante inexorável, pelo qual tantas e tantas vezes já passamos e ainda passaremos.

 

Mas nós, os espíritas, que já conhecemos a mecânica divina dessas abençoadas viagens da nossa alma, temos mais é que nos conscientizar que o futuro é sempre promissora oportunidade de crescimento. E que a morte faz parte da vida (não é fácil ter presente essa concepção...).

 

Aliás, ouço, desde criança, que todos, sem a menor dúvida, sabem que:

“Na festa da vida, a morte é a convidada que jamais falta, porém, quando chega, quase sempre causa surpresa”.

 

De qualquer forma, sem que isso seja pessimismo, menos ainda masoquismo, devemos estar conscientes de que mais dia, menos dia, passaremos por essa transição. Tal consciência é fundamental para que, chegado esse instante, não venhamos a incorrer na infelicidade de nos mantermos iludidos, quais ébrios em terra estranha. E pior: muita vez, onerando os que ficaram na vida física, deles nos aproximando, necessariamente trazendo-lhes perturbação, fruto da ausência de uma prece sincera a Jesus.

 

Sim: o exercício diário da prece deve ser incorporado no nosso programa de vida, pois em qualquer circunstância, qual a natural perturbação decorrente da morte, ela nos trará equilíbrio e apoio da Espiritualidade amiga.

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