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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A G Ê N E S E Caráter da Revelação Espírita II

CAPÍTULO I

Caráter da Revelação Espírita

              A Ciência é obra coletiva dos séculos de uma multidão de homens que trouxeram, cada um a soma de suas observações aproveitáveis àqueles que vem depois. 

              O Ensino, na realidade é a revelação de certas verdades científicas ou morais, físicas ou metafísicas 

              O professor, perante os alunos nada mais é que um revelador, revelador de segunda ordem; o homem de gênio ensina o que descobriu por si mesmo: é o revelador primitivo; sua luz pouco a pouca ilumina a todos. Que seria da Humanidade sem a revelação dos homens de gênio que de tempos em tempos aparecem a imprimem grande impulso ao progresso coletivo? 

              Justo é, então, perguntar quem são esses homens de gênio e porque o são? De onde vieram e o que é feito deles? Esses homens, na sua grande maioria apresentam, desde a infância, faculdades transcendentes e conhecimentos inatos, que desenvolvem com facilidade e pouco esforço. Certo é que pertencem à Humanidade porque como todos os outros homens, nascem, vivem e morrem. Onde, porém adquiriram esses conhecimentos que não puderam aprender durante toda a vida? O pensamento materialista dirá que o acaso lhes deu maior quantidade de matéria cerebral e disso se pode concluir que não teriam eles mais mérito que um legume maior e mais saboroso que outro. 

              Procurando resolver a questão alguns espiritualistas afirmarão que DEUS lhes deu uma alma mais favorecida que a do comum dos homens taxando, assim, ilogicamente, Deus de parcial. 
              A única solução racional do problema está na preexistência da alma e na pluralidade das vidas. O homem de gênio é um Espírito que já viveu mais tempo e que, por conseguinte, adquiriu e progrediu mais que os outros que estão menos adiantados do que ele. Encarnado, traz o que sabe e, como sabe mais que os outros, não precisa aprender e é, por isso chamado homem de gênio. Mas seu saber é fruto de um trabalho anterior e não de um privilégio. Antes de renascer era ele Espírito adiantado que reencarnou para fazer com que os outros aproveitem o que já sabe, ou para adquirir mais conhecimentos do que possui. A esse raciocínio opor-se-á o de que os homens progridem, incontestavelmente por si mesmos e pelos seus esforços, por sua própria inteligência; mas se ficassem entregues às suas próprias forças, se não fossem auxiliados por outros mais adiantados, só muito lentamente progrediriam, como aconteceria com os alunos, se não fossem auxiliados pelos professores. A História nos mostra que no seio de todos os povos, em diversas épocas surgiram homens de gênio para dar-lhes impulso e tirá-los da inércia.
 

              Nessa ótica, desde que se admite a solicitude de Deus para com as suas criaturas, porque não admitir que Espíritos capazes de fazer com que a humanidade avance, encarnem, pela vontade de Deus, com o fim de ativarem o progresso em determinado sentido? Recebem missões como um embaixador recebe do governante. Esse o papel dos homens de gênio que vão ensinar aos homens verdades que ignorariam por muito tempo ainda. O que de novo ensinam aos homens, quer na ordem física, quer na ordem filosófica são revelações. DEUS suscita reveladores para as verdades científicas. Pode, com mais forte razão suscitá-los para as verdades morais, que constituem elementos essenciais do progresso. É por essa razão que as idéias dos filósofos atravessam os séculos. 

              Assim, também, no campo da fé religiosa, a revelação refere-se às coisas espirituais que o homem não pode descobrir por meio da inteligência, nem com o auxílio dos sentidos e cujo conhecimento lhe dão Deus ou seus mensageiros, por meio da palavra direta ou por inspiração. Essa revelação é sempre feita por homens predispostos, designados pelo nome de profetas ou messias que são missionários incumbidos de transmiti-la aos homens. Considerada sob esse ponto de vista a revelação implica a passividade absoluta e é aceita sem verificação e sem exame, nem discussão. 

              Todas as religiões tiveram seus reveladores e estes, longe de conhecer toda a verdade tiveram uma razão de ser providencial, porque eram apropriados aos tempos e ao meio em que viviam, bem como ao caráter particular dos povos a quem falavam e aos quais eram, relativamente superiores. 

              Suas doutrinas contiveram erros, é certo, contudo, não deixaram de agitar os espíritos se, por isso mesmo, de semear os germens do progresso que mais tarde haviam de desenvolver-se ou ainda se desenvolverão à luz brilhante do CRISTIANISMO. 

              A ortodoxia não pode, pois, injustamente lhes lançar anátema, contradita irrestrita, porque todas essas crenças fundamentam-se num mesmo princípio universal - Deus e a imortalidade da alma e se fundirão, um dia, numa grande e vasta unidade, quando a razão triunfar dos preconceitos.

Denizart Castaldeli. 

Agosto / 2001

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