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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

34 - O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - ALLAN KARDEC

CAPÍTULO IV: NINGUÉM PODE VER O REINO DE DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO


ITEM 24: INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: LIMITES DA ENCARNAÇÃO


       Nessa terceira parte do capítulo, temos duas instruções do espírito São Luís, rei da França.

       Responde ele a duas perguntas, das quais vamos estudar a primeira: Quais são os limites da encarnação?

      Recordemos aqui que o homem é constituído de alma (Espírito encarnado), perispírito (corpo que envolve o Espírito encarnado e desencarnado) e corpo físico.

       O autor separa a resposta em duas considerações. A primeira, expondo o entendimento da encarnação como sendo “o envoltório que constitui o corpo do Espírito”. Sabemos que este, o ser inteligente, individualização do princípio inteligente do universo, embora independente da matéria, precisa, para manifestar-se, de um instrumento apropriado para isso. Kardec denominou-o perispírito.

       Quanto mais próximo de sua origem está o Espírito, quanto mais simples e ignorante, mais grosseiro e materializado é o seu envoltório, pelo qual ele se expressa e se manifesta. O mesmo acontece com o corpo físico, em mundos materiais. Quanto mais atrasado é o mundo, mais imperfeitos são os Espíritos, com seus corpos perispírito e físico, que o habitam; maiores são as dificuldades materiais espirituais, pela necessidade do desenvolvimento intelectual e moral.

       À medida que o Espírito vai evoluindo, seu perispírito também vai se alterando, diminuindo a materialidade, de forma que ao atingir o grau de Espírito Puro, esse corpo espiritual também perde toda a materialidade, confundindo-se com o Espírito, que então se manifesta envolto numa luz ou mesmo como uma luz.

       Os mundos são sempre adequados ao adiantamento dos seus habitantes, evoluindo também na dependência da evolução dos mesmos.

       Em mundos bem mais avançados do que a Terra, seus habitantes não estão sujeitos a eles, como nos mundos inferiores. São livres para viajar por toda parte, em missões. Assim quanto mais inferior, mais preso ao mundo em que habita. Quanto mais evoluído, mais livre, porque sabe usar da liberdade que tem.

       Mas quando o Espírito mais evoluído vai para um mundo inferior, em missão, precisa alterar seu perispírito com os fluidos desse mundo, porque o perispírito é sempre constituído dos fluidos dos mundos. Esses fluidos por sua vez, refletem os fluidos e vibrações emitidos pela grande maioria dos seus habitantes.

       Então, quanto mais atrasado o Espírito, mais materializado é o seu perispírito e o mundo onde vive. Em mundos melhores do que a Terra, seus habitantes são menos grosseiros, mais leves, mais bonitos, visto que a beleza é criação divina, mais espiritualizada e seus perispíritos também.

       Nestas considerações, São Luís vê o Espírito ainda em evolução, como" encarnado" em seu envoltório semimaterial , que vai se desmaterializando, juntamente, com o desenvolvimento do Espírito.

       Neste aspecto de Espírito em desenvolvimento, preso ao seu perispírito também em evolução, diz São Luís que “a encarnação não tem, propriamente falando, limites nitidamente traçados "...", pois a materialidade desse envoltório diminui à medida que o Espírito se purifica.”

       Considerando “a encarnação do ponto de vista material, tal como a vemos na Terra, podemos dizer que ela se limita aos reinos inferiores."

       Quando estudamos Há Muitas Moradas na Casa de meu Pai, vimos que os mundos primitivos, de expiações e de provas e regenerados foram considerados inferiores por Kardec, portanto seus habitantes estão sujeitos à lei da reencarnação, que lhes permite desenvolver-se e depurar-se na correção dos erros cometidos.

      Compreende-se pois, que o Espírito só se liberta das encarnações em mundos inferiores quando atinge uma evolução que lhe permite viver em mundos superiores, quando não tem mais nada a aprender com as experiências que os mundos inferiores proporcionam.

       Libertar-se dessa necessidade é o limite das encarnações, que depende apenas do próprio Espírito.

       Não sabemos se existem Espíritos que evoluem sem erros, sabemos que essa evolução depende de cada um, do seu esforço de melhorar-se, podendo por isso, libertar-se mais depressa ou demorar mais.

       Jesus, o Espírito mais evoluído que viveu na Terra, veio, por Amor a seus irmãos inferiores, demonstrar as leis divinas e mostrar o roteiro desse caminho, através dos seus ensinos e dos seus exemplos de vida. É nosso Salvador, porque veio nos ensinar que seremos como ele, libertos da ignorância e do mal, da necessidade de viver em mundos inferiores, se seguirmos suas lições, por mais difíceis que nos sejam, pelo mal que criamos dentro e ao redor de nós.

       Para atingir este alvo de libertação das encarnações em mundos inferiores, podemos, no esforço perseverante de melhorar-nos, de vivenciarmos as lições de Jesus, ser mais felizes ou menos infelizes, já e agora, além de estarmos preparando para nós uma estada, na erraticidade, após o desencarne, também mais feliz, onde nos sentiremos mais livres, mais esclarecidos, com mais paz de consciência.

Leda de Almeida Rezende Ebner

Março / 2004

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