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sábado, 8 de novembro de 2008

COM OS OLHOS DO ESPÍRITO

(FINAL)

 Giovanni Scognamillo

Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) médium, acima de tudo, uma das glórias da literatura alemã, relacionou-se com os grandes expoentes do pensamento espiritualista; leu, ainda criança, obras de Emanuel Swedenborg, manteve  correspondência prolongada com Lavater e por pouco, muito pouco, não tomou parte das reuniões de fenômenos mediúnicos que invadiram a França a partir de 1850. Também lamentamos não tenha o dramaturgo estreitado amizade com o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, o futuro Allan Kardec.

Goethe, como a maioria dos grandes pensadores, cultivou a filosofia de Voltaire (François Marie Arouet, 1694-1778) e sentiu-se influenciado pelo pensamento desse extraordinário homem de visão bem adiante do seu tempo. Alimentou-se com a seiva do espiritualismo que antecedeu a eclosão da Doutrina Espírita e deixou bem clara a sua opinião sobre a reencarnação e a comunicabilidade dos Espíritos. Como médium inconsciente, interpretou o ensino da espiritualidade, como se pode notar numa de suas obras, “Afinidades Eletivas”, onde ele escreve dirigindo-se aos leitores: “que os bons Espíritos te envolvam e te sustentem”.

E nesta obra estuda as atitudes comportamentais e a fisiologia dos sentimentos, enfatizando que estes não provém do corpo denso, mas que residem na essência que habita este corpo.

Logo, Goethe afirma que as virtudes, assim como os vícios, são inerentes ao espírito. Também alerta, em tom bastante preocupante, sobre a desagregação afetiva que atinge o conjunto familiar.

Como já foi divulgado neste boletim, Goethe foi amigo do poeta Schiller e previu a desencarnação prematura deste.

Schiller trabalhava na composição da obra literária “Demétrio”, quando adveio a sua partida deste mundo. E Goethe assumiu a responsabilidade de completar a obra que ficou inacabada.

E o fez com tamanha fidelidade que não se nota onde parou um e começou o outro. Com certeza, o Espírito Schiller se serviu daquele amigo e médium, e assim completou o livro. Na sua obra “Werther”, escrita nos anos de juventude, diz: “Não sei se nesta região pululam espíritos enganadores”. Para logo afirmar:

“Em volta das fontes e das nascentes volitam espíritos benévolos”. E, escrevendo a uma amiga, afirma a sua convicção nos mundos habitados, recitando as palavras de Jesus “No reino do Pai existem muitas moradas”.

Pouco antes de desencarnar, escreve uma página eminentemente espírita: “Canto dos espíritos sobre as águas”, conforme se lê: “A alma do homem é como a água, do céu vem, ao céu ascende, depois retorna sobre a Terra, num eterno alternar”. Também confidenciou a um amigo sobre as vidas sucessivas: “Estou certo de que já estive aqui, como agora existo, já existi mil vezes antes de agora, e espero retornar mil vezes ainda”. Vale ainda citar o que escreveu em 1823 em relação ao pensamento que é um atributo da alma: “Um ser pensante não pode absolutamente pensar e não existir. Não existe a cessação do pensamento e da vida.

Assim, cada um traz em si mesmo, involuntariamente, a prova da imortalidade”. Fica evidente que Goethe também leu as obras de René Descartes (1596-1650), o autor da frase cogito ergo sun (penso, logo existo).

Goethe formou com Schiller a imbatível dupla do romantismo alemão, e o seu viver foi uma perene busca da essência espiritual que ocupa, temporariamente, o corpo somático perecível, instrumento de manifestação do princípio imortal. Colaborou, de forma consciente, naquilo que escrevia e falava, para o surgimento da Doutrina Codificada, e não seria demais dizer que este iluminado escritor pode ser aceito na galeria dos precursores do Espiritismo, pois, acima de tudo, ele viu esse mundo maravilhoso com os olhos do espírito.

Como informamos no primeiro artigo desta série, a fonte consultada, além das obras de Kardec, foi a revista “Luce e Ombra” (Luz e Sombra), que reproduziu a conferência da divulgadora espírita italiana Paola Giovetti no “Centro Studi Parapsicologici”, de Bologna, sobre o grande escritor alemão.

 

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Sábado, 8/11/2008 no 2119

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