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domingo, 2 de novembro de 2008

O LIVRO DOS ESPÍRITOS Estudo de: Eurípedes Kühl

CONCLUSÃO

1 Observação e análise

 

Assim como uma criança brinca com o magnetismo, utilizando um imã e com isso fazendo dois patinhos se moverem numa bacia, quem do Espiritismo apenas cuidasse de ver mesas se movimentando, ambos estariam imensamente distantes de uma verdade fantástica: no primeiro caso está o segredo do mecanismo do Universo e do segundo saiu uma ciência que resolveu os problemas que nenhuma outra filosofia a ela pôde ou poderá se comparar: o Espiritismo!

 

Kardec conclama a todos os homens de juízo e bom senso que estudem o que contém o “O Livro dos Espíritos” e depois, só depois então, digam de consciência se o que ele contém é matéria para zombaria.

2 Espiritismo e materialismo

 

“O Espiritismo é o antagonista mais terrível do materialismo”!

 

Óbvio que, seus maiores inimigos sejam justamente... os materialistas.

 

Uns até lançam mão de argumentos religiosos (do sobrenatural) e dizem que o Espiritismo se vale do maravilhoso, o que o invalida.

 

Se por sobrenatural isso diz respeito às religiões, na verdade todas elas se valeram dele, de Moisés aos autores sagrados, passando pelos “milagres”.

 

O Espiritismo não examina se há ou não milagres, isto é, se Deus vez por outra derroga Suas próprias leis (as conhecidas pelos homens...): ele afirma e comprova que de sobrenatural nada têm tais acontecimentos. Todos os fenômenos espíritas, sem exceção, resultam de leis gerais.

3 O vasto campo do futuro

 

A ausência de crença vem levando a Humanidade a relaxar os laços de família, causando com isso desordens sociais de todo tipo. Já o Espiritismo reaviva a fé no futuro, demonstra a existência e a imortalidade da alma, levanta ânimos caídos e fornece sublime analgésico moral aos infortúnios humanos: a resignação e a confiança na Justiça Divina.

 

Onde a razão: na pregação de que com a morte tudo se acaba ou na certeza de que os Espíritos prosseguem “vivos”, amando ou odiando, acertando ou errando, nascendo, morrendo e renascendo, mas progredindo sempre?

 

Onde a mais preciosa e consoladora das virtudes — a esperança —, no aniquilamento total ou na continuidade da Vida?

 

Deus teria criado Seus filhos para depois os relegar aos monturos, quais máquinas imprestáveis, a se decomporem com o tempo?

 

E se tudo acaba com a morte, para quê viver virtuosamente, ou com sacrifícios ao permanente prazer?

 

Na verdade, e aí está o perigo do que se propague sem base, essas idéias materialistas causam grande mal à razão e à dignidade de cada ser.

4 Progresso moral

 

A Humanidade só progredirá se tiver por princípio a aplicação da lei de justiça, de amor e de caridade, lei que se baseia na certeza da existência do futuro. Essa lei, em qualquer época que se situem os povos que a praticam, responde pelo progresso de cada um deles. Todos os tratados internacionais modernos se baseiam na igualdade dos direitos humanos, embora nem sempre, na prática, isso aconteça. Mas, aos poucos, o homem vai compreendendo que é melhor fazer alianças do que guerras, melhor desatar nós do que cortá-los...

 

O certo é que pela força do progresso, razão à frente, o homem tenderá a praticar essa Lei Divina. Para tanto o Espiritismo se constitui em alavanca incomparável a esse soerguimento moral planetário.

5 Confiança em Deus

 

O Espiritismo jamais será uma ameaça de “invasão” do mundo.

 

Aliás, nenhuma concepção terá tamanho poder se destituída de lógica e razão.

 

Os Espíritos alertaram mesmo a Kardec que os inimigos do Espiritismo, ao invés de sabotar a Doutrina, na verdade, suas críticas, sua oposição, estariam trabalhando a favor de sua causa. Verdadeira profecia...

 

OBS: Lembro, a propósito, o “auto de fé de Barcelona”, quando em 1861 o bispo daquela cidade queimou em praça pública vários escritos espíritas e principalmente uma encomenda de vários exemplares de “O Livro dos Espíritos”. O mundo todo, ao conhecer o episódio, quis saber qual o conteúdo do que tinha ido para a fogueira inquisitorial. Resultado: divulgou-se bastante o Espiritismo, de forma inesperada, confirmando o aforismo tantas vezes proclamado pelos Espíritos: “de todo mal Deus tira um bem”.

 

O Espiritismo, quase sempre, se alicerça no fato de que os que o esposam, na busca da felicidade (busca humana) primeiro vão a ele com curiosidade, depois raciocinam com a filosofia que encontram e então, por fim, se põem a aplicar o que viram, analisaram, compreenderam e aprenderam.

 

Encontram motivo para calma, para resignação e com isso fortalecem a fé.

 

A contraposição filosófica de que tudo se acaba com a morte, que esperanças oferta, que consolos diante das provações apresenta, que bálsamo dá aos que sofrem as perdas de entes amados?

6 Razão e bom senso

 

A força do Espiritismo não provém da prática das manifestações materiais. Nada mais falso do que quem o afirmasse.

 

“Na verdade, sua força está na sua filosofia, no apelo que faz à razão, ao bom senso”.

 

Longe da crença cega, a Doutrina dos Espíritos é de claridade linear, simples, sem mistérios, sem falsas interpretações e a todos deseja a luz de crer sabendo porque crê.

Impedir manifestações espirituais seria acabada tolice, principalmente as públicas, pois os Espíritos se manifestam de médium a médium e até de forma mais fácil num grupo recatado, sério, respeitoso e sem publicidade.

 

Se fosse decidido encarcerar todos os médiuns da Terra seria preciso prender, no mínimo, metade da raça humana...

 

“O Espiritismo não é obra de um homem”. “É tão antigo quanto a criação”.

 

Aliás, seus princípios encontram-se em todas as religiões, proclamando a existência dos Espíritos, bons ou maus, anjos guardiães, a reencarnação, a emancipação da alma durante a vida, a dupla vista, todos os gêneros de manifestações, as aparições e até mesmo as materializações (aparições tangíveis).

 

— Não é isso que há bastante no Catolicismo, por exemplo?

7 Os espíritas

 

Três são as classes, ou graus, ou características de espíritas:

 

1ª - crêem nas manifestações dos Espíritos; para eles o Espiritismo é uma ciência experimental:

 

2ª - compreendem as conseqüências morais do Espiritismo;

 

3ª - praticam ou se esforçam para praticar a moral espírita.

 

Nos três casos encontram-se novas ordens de idéias, tendentes a melhorar a humanidade, pela prática do bem.

 

Os contrários ao Espiritismo, também podem ser categorizados de três maneiras:

 

1ª - negam sistematicamente tudo o que é novo e do que falam não têm conhecimento, menos ainda base filosófica; para eles, só o que os sentidos evidenciam e assim, o Espiritismo não passa de fantasia... Orgulho e presunção os dominam;

 

2ª - sabem que o Espiritismo existe e o compreendem, contudo o consideram um inimigo, por contrariar seus interesses pessoais (nestes, a ambição fala alto);

 

3ª - seus atos são energicamente censurados pelo Espiritismo, o que os incomoda sobremaneira (nestes, o egoísmo dita procedimentos).

 

O Espiritismo, certamente, não corrigirá o mundo, da noite para o dia.

 

Cedo ou tarde, desenvolvendo o sentimento religioso nuns e noutros, a todos acabará por trazer serenidade diante das agruras da vida e os “mistérios da morte”, adicionando resignação e coragem e a certeza de um futuro feliz.

8 Espiritismo: moral cristã

 

A moral dos ensinos contidos no Espiritismo, na verdade, há tempos está na humanidade, seja pelas leis do Decálogo (Moisés), seja pelas sublimes lições passadas e exemplificadas por Jesus.

 

Considerando as turbulências havidas na humanidade desde então, muitas delas sob a égide do Cristianismo, o Plano Maior julgou oportuno que fosse relembrada e melhor explicada a moral cristã e esse foi e é exatamente o objetivo do Espiritismo.

 

Dezoito séculos separaram Jesus de Kardec e nesse período a Ciência evoluiu a passos largos, fazendo não poucas idéias errôneas sobre o Universo se curvarem e se modificarem diante da evidência científica.

 

A previsão da Espiritualidade é que o mesmo aconteça com o Espiritismo, já que, se a Ciência cada vez mais progride e entende as propriedades da matéria. Poderá ser pela mediunidade, ou mesmo reencarnando entre nós Instrutores Celestiais, que virá a ser demonstrada e comprovada a existência do Espírito imortal.

 

Isso elucidará, senão todos, a grande maioria dos acontecimentos da Vida, sob a ótica da Justiça Divina.

9 Aproximação a Jesus

 

Na humanidade, praticamente todas as idéias novas foram e são combatidas de início, para só depois comprovarem sua veracidade e aí sim, serem aceitas.

 

Com o Espiritismo não foi diferente: de saída, foi considerado “obra de Espíritos do mal”, por adversários insensatos quanto ignorantes.

 

A esse respeito bons Espíritos advertiram que a seu tempo emergiria a pureza dos ensinamentos espíritas, qual “a luz mais pura não é obscurecida por nenhuma nuvem”.

 

No planeta Terra a humanidade sempre vem aprendendo com os erros. A unidade terrena da verdade será alcançada cedo ou tarde e a união dos povos ocorrerá por um pensamento comum: “o amor de Deus e a prática do bem”.

 

Entre os próprios espíritas há discordâncias, contudo, são mais de forma do que de conteúdo, só em pontos secundários, nunca na base fundamental da moral de Jesus. Em última análise, sempre no varejo, jamais no atacado.

 

A razão será sempre a suprema ferramenta da verdade.

Encerrando as sublimidades de “O Livro dos Espíritos” Kardec houve por bem transcrever (o que também ora faço) palavras de Santo Agostinho:

 

“Por muito tempo, os homens se estraçalharam e se amaldiçoaram em nome de um Deus de paz e de misericórdia, ofendendo-o com semelhante sacrilégio. O Espiritismo é o laço que os unirá um dia, porque mostrará onde está a verdade e onde está o erro.Mas haverá ainda por muito tempo escribas e fariseus (figuras do Evangelho. Neste caso, gente falsa, fingida, pérfida, traiçoeira) que o negarão, como negaram o Cristo. Quereis saber sob a influência de que Espíritos estão as diversas seitas que dividiram entre si o mundo? Julgai-as por suas obras e princípios. Nunca os bons Espíritos foram os instigadores do mal; nunca aconselharam nem legitimaram o assassinato e a violência; nunca excitaram os ódios dos partidos, nem a sede das riquezas e das honras, nem a avidez dos bens da Terra.

 

Somente aqueles que são bons, humanos e benevolentes para com todos são seus preferidos e são também os preferidos de Jesus, porque seguem o caminho indicado para chegar até ele”.

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