Powered By Blogger

Pesquisar este blog

Páginas

domingo, 2 de novembro de 2008

31- O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO IV: NINGUÉM PODE VER O REINO DE DEUS, SE NÃO NASCER DE NOVO


ITEM 18: OS LAÇOS DE FAMÍLIA SÃO FORTALECIDOS PELA REENCARNAÇÃO E ROMPIDOS PELA UNICIDADE DE EXISTÊNCIA

             Visto estarmos estudando, neste capítulo, o tema reencarnação, citado por Kardec como dogma, em O Livro dos Espíritos, na pergunta 171, penso ser necessário conhecer o significado dessa palavra.

            A palavra dogma vem do grego dogma, dogmatos, que significa “o que nos parece, opinião, o que se decide, decisão, decreto, parecer, parecer bom", originado do verbo grego dokéo, que significa crer, parecer bom , donde decidir, adaptado ao latim dogma, dogmatis, que significa opinião, princípio, preceito.

             Escreve Herculano Pires no livro Agonia das Religiões, capítulo III da segunda edição, da Paidéia, página 27, que em filosofia e em religião, a palavra dogma adquiriu o sentido de princípio doutrinário, mas que existe uma diferença fundamental entre o dogma religioso e o filosófico. O primeiro "é princípio de fé, que não pode ser contraditado, pois provém da revelação de Deus. O dogma filosófico é racional, dogma da razão, princípio de uma doutrina racionalmente estruturada."

             Continua Herculano, que o sentido religioso superou os demais, significando, no entender comum, rigidez e imutabilidade, donde uma pessoa dogmática é uma pessoa intransigente nas opiniões, daí o estranhar-se com o uso da palavra por Kardec.

             Quando ele estabeleceu os princípios do espiritismo, considerando-os como verdades advindas das revelações espirituais, passadas pelo crivo da razão, assim o fez no sentido filosófico. Devem ser aceitos pela razão e não pela imposição seja lá de quem for.

             ”Os laços de família não são destruídos pela reencarnação, como pensam certas pessoas. Pelo contrário são fortalecidos e reapertados. O princípio oposto é que os destrói."

             Assim Kardec inicia seus comentários sobre o tema, afirmando que no plano espiritual, onde rege a lei de afinidade, os Espíritos se reúnem em grupos e famílias, através dos laços de simpatia, de afeição, e pela semelhança de interesses, de inclinações.

             Assim, as afeições constituídas por laços espirituais, formados pela afinidade de fluidos espirituais, que se desenvolvem pela manifestação dos sentimentos da alma, que levam as pessoas a sentirem prazer de estar juntas, independentes do que se tem, do que se é, e do lugar em que se está, não termina com a morte do corpo, porque é a alma que ama a alma.

             A afeição que tem por base a atração de fluidos materiais, sem estabelecer ou criar laços espirituais, permanece enquanto houver satisfação dos motivos que a criaram. Termina com a morte ou antes dela, porque ama-se por amor a si próprio, por interesse ou por comodidade, não pela pessoa amada. Ama-se pelo que a pessoa possa proporcionar para quem ama. Houve uma atração fluídica entre fluidos materializados. Não houve formação de laços espirituais. (Ver Revista Espírita, fevereiro de 1864, item IV dos Estudos Sobre a Reencarnação)

             Assim, encontram-se e permanecem juntos apenas os Espíritos ligados pela afeição espiritual.

             A encarnação pode separá-los, provisoriamente, mas sempre se reencontrando, na erraticidade, entre as reencarnações, podendo retornar juntos em algumas.

             Muitas vezes um grupo permanece mais ou menos junto, durante diversas reencarnações, embora uns estejam encarnados e outros não, encontrando-se durante os sonhos, mas sempre unidos pelo sentimento e pelo pensamento.

             Quando existe a afeição espiritual, realmente, pode-se amar o outro como pai, como mãe, como filho, irmão, esposo, amigo, porque esse é o sentimento eterno, constituído por laços espirituais, que nada pode romper. A cada situação nova, em nova reencarnação esse amor cresce em intensidade e sensibilidade, perdurando para sempre.

Leda de Almeida Rezende Ebner

Dezembro / 2003

Nenhum comentário:

Postar um comentário