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sábado, 1 de novembro de 2008

30 - O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO IV: NINGUÉM PODE VER O REINO DE DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO

ITENS 10 a 17: RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO

           Desde os tempos de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado pela força, e os que fazem violência são os que o arrebatam. Porque todos os profetas e a lei, até João profetizaram. E se vós o quereis bem compreender, ele mesmo é o Elias que há de vir. O que tem ouvidos de ouvir, ouça. (Mateus, XI: 12 - 15)

           Os teus mortos viverão. Os meus, a quem tiraram a vida, ressuscitarão. Despertai e cantai louvores, vós os que habitais no pó, porque o orvalho que cai sobre vós é orvalho de luz, e arruinareis a terra e o reino dos gigantes.(Isaías, XXVI : 19)

           Quando o homem morre uma vez e seu corpo, separado do espírito, é consumido, em que se torna ele? Tendo o homem morrido uma vez, poderia ele reviver de novo? Nesta guerra em que me encontro todos os dias de minha vida, estou esperando que chegue a minha mutação. (Job, XIV: 10 a 14, segundo a tradução de Sacy)

           Quando o homem morre, perde toda a sua força e expira; depois onde está ele? Se o homem morre, tornará a viver? Esperarei todos os dias de meu combate, até que chegue a minha transformação? (Idem, tradução protestante de Osterwald)

           Quando o homem está morto, vive sempre; findando-se os dias da minha existência terrestre, esperarei, porque a ela voltarei novamente. (Idem, Versão da Igreja Grega)

           No texto de Mateus, vemos, claramente, a idéia da reencarnação. “... ele mesmo é o Elias que há de vir." Nesta frase está bem explícito que a personalidade de João Batista era Elias reencarnado. Quando Jesus diz :" O que tem ouvidos de ouvir, ouça", demonstra ele saber que a maioria das pessoas não podia ainda compreender esse ensino, que somente, ficaria claro com as explicações da revelação espírita.

           Quando Jesus diz que “desde os tempos de João Batista até agora, o Reino dos Céus é tomado pela força...”, só poderia estar se referindo ao tempo em que João Batista era Elias, visto que o tempo de João Batista era o mesmo de Jesus, quando proferiu essas palavras. Na referência ao reino dos céus ser tomado pela força, destacava a imposição da lei mosaica, pela violência, chegando até a matar os " infiéis", para a conquista da Terra Prometida, o sonhado paraíso dos hebreus.
           Infelizmente, ainda hoje, vemos povos se digladiando por pensarem e viverem de forma diferente ...

           No texto de Isaías, vemos a exaltação da vida eterna: "os teus mortos viverão". Ao usar o verbo no futuro, só poderia estar se referindo à volta deles na Terra, pois se estivesse falando sobre a vida espiritual após a morte, teria dito vivem e não viverão.

           Cantemos e louvemos o viver na Terra, porque aqui dar-se á nossa libertação da ignorância e imperfeição espiritual, transformando- nos em colaboradores fiéis do Pai.

           No texto de Job, Kardec teve o cuidado de transcrever três famosas traduções, onde vemos Job colocando, claramente, em suas perguntas, a idéia da reencarnação.

           "Quando o homem morre uma vez". A expressão morre uma vez sugere que se pode morrer mais vezes. Quando o corpo desaparece, o que acontece com a alma? Poderia reviver de novo? E na versão grega, a idéia lá está, não como pergunta, mas como afirmação.

           Com essas citações, Kardec quis demonstrar como a idéia da reencarnação já existia entre os princípios religiosos dos judeus, de forma não muito clara, sob o nome de ressurreição.

           No item 17, ele escreve sobre as provas da reencarnação sob o ponto de vista filosófico, resultantes da observação dos fatos. Procurando-se as causas dos efeitos, “a reencarnação aparece como uma necessidade absoluta, uma condição inerente à humanidade, em uma palavra, como uma lei da natureza."

           Na Revista Espírita, de Allan Kardec, 1960/abril, no item Formação da Terra, pag.115, lemos: “Como se vê, temos muitos motivos para não aceitar, levianamente, todas as teorias dadas pelos Espíritos. Quando surge uma, fechamo-nos no papel de observador.”..." Foi assim que procedemos com a doutrina da reencarnação, que não adotamos, posto que vinda dos Espíritos, senão depois de havermos reconhecido que ela só, e só ela, podia resolver aquilo que nenhuma filosofia jamais havia resolvido, e isto abstração feita das provas materiais que, diariamente, dela são dadas, a nós e a muitos outros."

           Realmente, a lei da reencarnação é a única que responde às perguntas: de onde vim, para onde vou, porque estou na Terra. É a única que justifica todas as anomalias e todas as injustiças aparentes da vida.

           Sem a reencarnação, Deus perde a característica da perfeita justiça, deixando de ser Deus.

           Só a reencarnação explica as desigualdades morais, sociais, econômicas existentes em nosso mundo.

           Somente a reencarnação dá aos homens condições e estímulos para continuar trabalhando no desenvolvimento do bem em si e na Terra, na certeza de que a humanidade de hoje, constituída de espíritos milenares, rebeldes, tornar-se-á um dia uma humanidade melhor, mais justa, e que vale a pena esse esforço no sentir, pensar e faze o bem.

           Somente com a lei da reencarnação, muitos dos ensinos de Jesus se tornaram claros, lógicos, entendidos e aplicáveis de forma consciente e racional.

Por isso, Kardec escreveu que este princípio é a chave que deve restituir ao cristianismo o seu verdadeiro sentido.

Leda de Almeida Rezende Ebner

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