Danilo Carvalho Villela
Todos estamos habituados aos ciclos naturais, dias e noites, às estações que se sucedem em ordem determinada e à própria vida, com nascimento e morte, que, com sua regularidade, balizam toda a atividade humana. Ocorrências surgem, contudo, em que os limites habitualmente observados naquela regularidade são rompidos – aparentemente sem explicação – com enormes prejuízos para o homem e, não raro, com elevado número de vítimas. Estão nesta categoria os cataclismos e tsunamis, epidemias e desequilíbrios climáticos que destroem as plantações e levam a fome a populações inteiras e que foram no passado atribuídos à “cólera de Deus”, numa flagrante humanização da Divindade, cuja ação, em tais casos, se nivelaria à do homem freqüentemente assinalada pela intempestividade e pela incoerência.
A Doutrina Espírita veio esclarecer que tais fatos provêm sempre de causas físicas com vistas ao equilíbrio dos elementos materiais e, por vezes, também morais, quando atingem o ser humano para fazê-lo progredir mais rapidamente, de tal sorte “que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos”. A explicação é lógica pois a destruição do quadro material e a desencarnação de um contingente numeroso permitem que a reconstrução seja feita por uma população renovada, facilitando a implantação de mudanças.
Respondendo a Allan Kardec, que indagou se Deus não poderia empregar outros processos para promover o nosso adiantamento, os benfeitores espirituais foram categóricos: não apenas pode mas efetivamente os emprega todos os dias convidando-nos à renovação íntima pelos mais variados meios mas, ante a nossa indiferença sistemática, surge a necessidade do sofrimento cuja voz todos entendem e que nos desperta para a reflexão acerca da nossa natureza espiritual e o conhecimento das soberanas Leis da Vida. Lembraram ainda aqueles orientadores que, enquanto encarnados, tudo referimos à existência material, chamando, por isso, de flagelos a essas subversões, pelo prejuízo que nos causam, de vez que nelas perdemos bens transitórios e até o próprio corpo, mas não a vida que é criação indestrutível de Deus.
É necessário, assim, apreciá-las pelos benefícios que proporcionam numa perspectiva mais ampla.
É oportuno lembrar, por fim, que o progresso modificará esse quadro, fazendo com que, no futuro, a feição material de nosso planeta, bela, estável e amena, reflita o comportamento de seus habitantes que, em clima de tranqüilidade e paz, estarão buscando um conhecimento e aplicação progressivamente maiores das Leis Divinas.
“O Livro dos Espíritos” (questões 737 e 738).
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Sábado, 8/11/2008 – no 2119
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