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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

35- O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO IV: NINGUÉM PODE VER O REINO DE DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO


INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: Itens 25 e 26: NECESSIDADE DA ENCARNAÇÃO: mensagem de S. Luís e observações de Allan Kardec


A encarnação é uma punição, e, somente, os Espíritos culpados é que lhe estão sujeitos?

         Quis Deus que a evolução, tanto a material quanto a espiritual, se fizesse através da união dos dois princípios constitutivos do universo: o inteligente ou espiritual e o material, segundo leis físicas e morais por Ele criadas. Assim, todos os Espíritos estão sujeitos à encarnação em mundos materiais, independentes do como se desenvolvem, dos erros, das omissões, dos enganos, dos acertos.

         Deus, inteligência suprema e causa primária de todas as coisas, criou todos os Espíritos simples e ignorantes, sem conhecimento, trazendo inerentes em si, todo um potencial de qualificações a serem desenvolvidos, cada um por si, pois que uma dessas qualificações é a perfectibilidade, ou seja a capacidade de tornar-se, de vir- a - ser perfeito.

         Então, o viver em mundos materiais é uma necessidade do Espírito e todos têm de viver em mundos materiais de acordo com seu estágio evolutivo. "Há muitas moradas na casa de meu Pai", afirmou Jesus, recebendo sempre os seus filhos, nas suas necessidades espirituais, como já vimos no estudo do capítulo III.

         Assim, a vida em corpos materiais, como é em nossa Terra e em outros, que lhe são inferiores e superiores a ela, é sempre um viver provisório, diante da eternidade de milênios, sem duração limitada, sempre na dependência do livre- arbítrio de cada um, que lhe permite agir e reagir na dependência de suas escolhas.

        Deus "concede a todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de ação."As diferenças de "sorte" estão somente na maneira como cada um faz suas escolhas, no bom ou mau uso de tudo que tem e recebe de Deus.

         Kardec faz umas observações no item 26, demonstrando o que se passa com o homem na Terra, na dependência do seu esforço, esclarecendo também que há Espíritos que se elevam mais depressa do que outros, e pode existir alguns que se desenvolvem no bem, sem tantos erros ou enganos, podendo "abreviar não somente a duração de sua encarnação material, mas também franquear (dispensar, ultrapassar) de uma vez, os graus intermediários, que o "distanciam dos mundos superiores." Os sinônimos são por mim colocados e podemos entender pelas palavras de Kardec, que há Espíritos que não precisam passar por mundos de expiações e provas. Teria sido Jesus um deles?!

         O certo é que cada Espírito permanece mais ou menos tempo em mundos materiais, enquanto não desenvolve o potencial espiritual que traz dentro de si, principalmente, o potencial moral, porque a inteligência se desenvolve em todas as experiências da vida material, tanto as boas, úteis, como as más e nocivas. O bom uso dessa inteligência que se desenvolve pois, pelo próprio viver, na necessidade do trabalho constante , é determinado pela moral divina que existe dentro de cada um para ser desenvolvida, através da vontade do Espírito. Para isso ele já tem de possuir uma inteligência e um amadurecimento espiritual que lhe permita perceber a necessidade do Bem para a felicidade dele e de todos.

         A Terra hoje mostra-nos, talvez como nunca antes, a necessidade da compreensão das leis morais e da vontade de aplicá-las nas ações e reações dos homens.

         Os Espíritos que "fazem mau uso da liberdade que possuem, retardam o seu progresso. E é assim que , por sua obstinação, podem prolongar, indefinidamente, a necessidade de se reencarnarem. E é então que a encarnação se torna um castigo".

         A encarnação, por si só, não tem o caráter de castigo, punição ou expiação. Mas pode adquirir esta conotação, quando ela tem também, como objetivo expiar erros, mas visando sempre, o objetivo maior que é a evolução do Espírito.

         Jaci Regis no livro: Do Homem e do Mundo, Dicesp, 1984, página 97, no capítulo Reencarnação, escreve que em nossos erros e faltas, "provocamos uma condição de desequilíbrio íntimo, espiritual, psíquico, que cria uma necessidade de reequilíbrio. Esse reequilíbrio se dá na eliminação dos fatores causadores, que foram criados na relação com outros. É claro que a Justiça não se completa com o arrependimento ou o "sinto muito". Quando agredimos alguém, não apenas o ferimos, como nos ferimos, variando, conforme a gravidade do desencontro".

         Ele continua dizendo que sofremos, em termos morais, como reação ao desequilíbrio criado e que esse sofrimento é comumente passado para o organismo, completando-se o ciclo de dor e sofrimento físico e moral.

         Percebemos então porque ele escreve que "a expiação é medida terapêutica, tendente a levar ao equilíbrio". Não é o castigo pelo castigo, o sofrimento pelo sofrimento, mas a expiação, como tratamento para curar as mazelas que o Espírito criou dentro de si com o mau uso da liberdade que DEUS lhe deu.

         Quanto à encarnação em um mesmo globo, quis Deus que os mesmos Espíritos se pusessem em contato, desenvolvendo as qualificações morais de cada um, aprendendo nas diferenças individuais e coletivas.

         Quis também que, nesse contato, tivessem eles a oportunidade de reparar suas faltas recíprocas; que as causas dos desequilíbrios provocados nos relacionamentos, fossem eliminadas em novos relacionamentos, em situações diferentes, esquecidos das desavenças passadas, provocando o reequilíbrio em bases firmes de compreensão, simpatia, perdão, amor.

         "E tendo em conta as suas relações anteriores, quis, ainda, fundar sobre uma base espiritual os laços de família, apoiando numa lei natural, os princípios de solidariedade, fraternidade e igualdade".

         Nesta frase que encerra o capítulo, Kardec ressalta a importância da família na criação de laços espirituais entre seus membros, no fortalecimento desses laços, num exercício constante de solidariedade, fraternidade e igualdade, que devem reinar, um dia, na Terra.

         Então, a encarnação fortalece os laços de família, pelos reencontros, pela convivência aqui e no além, pelos laços espirituais que ela cria e desenvolve no decorrer dos tempos.

         Como entender a justiça divina sem a lei das vidas sucessivas ?!

Leda de Almeida Rezende Ebner

Abril / 2004

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