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terça-feira, 4 de novembro de 2008

MUNDOS INTERMEDIÁRIOS OU TRANSITÓRIOS

Revista Espírita de Allan Kardec

Maio, 1859

 Vimos numa das respostas dadas no artigo anterior que, ao que parece, haveria mundos afetados aos Espíritos errantes. A idéia desses mundos não perpassava na mente de nenhum dos assistentes e ninguém nela teria pensado se não fora a espontânea revelação de Mozart, o que constitui uma nova prova de que as comunicações espíritas podem ser independentes de toda opinião preconcebida. Com o objetivo de aprofundar esta questão, nós a submetemos a um outro Espírito, fora da Sociedade e por intermédio de um outro médium, que não lhe tinha nenhum conhecimento.

1. (A Santo Agostinho). Existem mundos que servem de estações aos Espíritos errantes, ou como pontos de repouso, conforme nos disse?

Há-os; mas são graduados; isto é, ocupam posição intermediária entre os outros mundos, conforme a natureza dos Espíritos que aí podem ir, para gozar de um maior ou menor bemestar.

2. Os Espíritos que habitam esses mundos podem deixá-los à vontade?

Sim. Os Espíritos que habitam tais mundos podem afastar-se para ir aonde devam ir.

Imaginai as aves de arribação, caindo sobre uma ilha, a fim de refazerem as forças e seguir para o seu destino.

3. Os Espíritos progridem enquanto estacionam nesses mundos intermediários?

Certamente. Os que assim se reúnem fazem-nos com o fito de instruir-se e poder mais facilmente obter permissão para irem a melhores lugares e alcançar a posição dos eleitos.

4. Esses mundos são perpétuos? Por sua natureza especial são reservados aos Espíritos errantes?

Não. Sua situação é transitória.

5. São habitados simultaneamente por seres corpóreos?

Não.

6. Têm uma constituição análoga à dos outros planetas?

Sim; mas a superfície é estéril.

7. Por que essa esterilidade?

Aqueles que os habitam de nada precisam.

8. Essa esterilidade é permanente ou devida à sua natureza especial?

Não; eles são transitoriamente estéreis.

9. Então esses mundos são desprovidos de belezas naturais?

A natureza se traduz pelas belezas de imensidade, não menos admiráveis que as que chamais belezas naturais.

10. Há desses mundos em nosso sistema planetário?

Não.

11. Desde que é um estado transitório, nossa Terra estará um dia nesse número?

Ela já esteve.

12. Em que época?

Durante a sua formação.

NOTA: Mais uma vez esta comunicação confirma a grande verdade que nada é inútil na natureza: todas as coisas têm um fim, um destino; nada é vazio, tudo é habitação; a vida está em toda parte.

Assim, durante a longa série de séculos decorridos antes do aparecimento do homem na face da Terra, durante esses lentos períodos de transição, atestados pelas camadas geológicas, antes mesmo da formação dos primeiros seres orgânicos; sobre essa massa informe, nesse árido caos onde os elementos se confundiam, não havia ausência de vida; seres que nem tinham as nossas necessidades, nem as nossas sensações físicas aí se refugiavam.

Quis Deus que mesmo nesse estado imperfeito, ela servisse para alguma coisa.

Quem, pois, ousaria dizer que entre esses milhares de mundos, que circulam na imensidade, um só e dos menores, perdido na multidão, tivesse o privilégio exclusivo de ser povoado? Qual seria, então, a utilidade dos outros?

Deus os teria criado apenas para deleitar o nosso olhar? Suposição absurda, incompatível com a sabedoria que brilha em todas as suas obras. Ninguém contestará haja nesta idéia dos mundos ainda inadequados à vida material e, portanto, povoados por seres vivos apropriados ao meio, algo de grandioso e de sublime, onde talvez se encontre a solução de mais de um problema.

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